O
receio de ‘Animais Fantásticos e Onde Habitam’ ser mais um filme aproveitador
do sucesso de seu precedente era pertinente. Felizmente, o tão aguardado filme faz justiça
a icônica saga ‘Harry Potter’ apresentando um novo mundo repleto de extravagâncias
e com o poder de conquistar não apenas os fãs da franquia, mas sim o público.
A
história acontece vinte anos antes dos acontecimentos de ‘Harry Potter’, na
cidade de Nova Iorque, em 1920. O magizoologista Newt Schamander (Eddie
Redmayne) carrega uma preciosa maleta cheia de fantásticos animais do mundo da
magia, porém após uma confusão envolvendo um trouxa (também conhecido como ‘não
magico’), algumas criaturas acabam soltos na cidade, restando ao bruxo
capturá-los.
Conhecido
por dirigir os últimos quatros filmes da saga ‘Harry Potter’, o cineasta David
Yates mostra estar mais familiarizado com esse mundo mágico. Por se tratar de
uma obra mais adulta mantendo a mesma legião de fãs da franquia, Yates encontra
novas soluções visuais criativas concedendo um ambiente mais sombrio (como nos
últimos filmes de HP), porém tal preguiça também é visível por parte do
cineasta por entregar certos enquadramentos inconstantes com espaços mortos.
Apesar
da premissa parecer simples e inocente - e por certo, fornece cenas
dispensáveis, o roteiro da própria J. K Rowling consegue inserir novas camadas.
A autora expande seu universo sem nunca recuperar elementos do passado para se
aproveitar da nostalgia do público. Em conseqüência, o filme faz um forte
comentário do medo do desconhecido, repressão, fanatismo religioso e
preconceito, mostrando ser exclusivo, e não uma repetição da mesma história.
‘Animais
Fantásticos e Onde Habitam’ contextualiza o inicio de uma nova franquia de
maneira única. E seu ponto forte não poderia deixar de ser sua construção do
mundo envolto da antiga Nova Iorque e animais, realmente, fantásticos. Para tal
façanha, os efeitos visuais são excelentes, entregando criaturas extravagantes
com design inteligentes.
E a
cinematografia dessaturada construída a base de palheta acinzentada é perfeito
para criar a sombria atmosfera, acentuando a presença do vilão Gellert
Grindelwald (interpretado muito bem por Colin Farrel). Assim como, a
configuração visual, remetendo o espectador a década de 20, com a velha Nova
Iorque e seus figurinos mágicos, especifica para a época. O 3D também tem seus
bons momentos, porém não é necessário.
O
elenco também merece destaque, principalmente Eddie Redmayne e Katherine
Waterston. Não existe outro ator ideal
para o filme sem ser Redmayne, aqui o espectador se relaciona com o
protagonista através de seu olhar inocente, ingênuo e de encantamento com o
mundo da magia transmitido com perfeição pelo ator, além de entregar um charme britânico
do excêntrico e anti-social, Schamander.
Waterston, por sua vez, mostra estar sempre
comprometida para ajudar o bruxo e por possuir a subtrama mais interessante da
história Temos também o alívio cômico interpretado muito bem por Dan Fogler,
assumindo um bom tempo em tela, apresentando um despretensioso arco de seu
personagem contracenando com a atriz Alison Sudol, a Queenie Goldstein.
‘Animais
Fantásticos e Onde Habitam’ peca um pouco em seu ritmo, e evidencia suas pontas
soltas da origem de seu protagonista e antagonista. Porém, é uma ótima
introdução ao novo universo de J. K. Rowling por apresentar uma ambição
narrativa e um enorme carinho pelo universo e, sem dúvidas, cria enormes expectativas
para seu futuro.
NOTA: 7,7
Adoro o estilo dele, Eddie Redmayne é um ator muito bonito eu adoro, além de inteligente para escolher os projetos no que trabalha, faz pouco tempo que o vi em Animais Fantásticos e acho que é extraordinário e é algo muito diferente aos que estávamos acostumados a ver.
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