
A
trama acompanha a trágica e injustiçada vida de Arhur Fleck (Joaquin Phoenix)
até o processo de se transformar no criminoso mais perverso de Gotham City, o
Coringa. Nesse decurso, a direção assinada por Todd Phillips (conhecido pela
boa comédia ‘Se Beber Não Case’) deixa de lado o furor das sequencias de ações,
o humor despretensioso e as cores vibrantes da maioria dos filmes de
super-heróis, para aprofundar sua obra em um verdadeiro estudo de personagem.
A
densa, melancólica e suja cidade de Gotham City é o prefácio perfeito da
conduta atual de Arthur Fleck. Aspirante a comediante e não aceito pela
sociedade devido ao seu incomum distúrbio, o vazio e desanimo do protagonista
ganham fortes proporções à medida que acompanhamos sua rotina. Nessas circunstâncias,
a direção de Phillips concede um ótimo controle do tom e do ritmo narrativo, provocando
a crescente emancipação do caos e o desconforto aos olhos da plateia.

E
no centro de todo o caos está ele, o Coringa, ou melhor, Joaquin Phoenix. A
atuação visceral do ator tanto como O Coringa e como Arthur Fleck beira a
perfeição, transmitindo toda a sua angústia, insegurança, desânimo imposto
pelas injustiças sociais à loucura de um vilão sádico e excêntrico. Sua
postura, seus diálogos e sua incontrolável risada é um deleite aos fãs - sua
performance merece ser no mínimo indicado a premiações. Quem também merece
créditos é Robert De Niro na pele do entrevistador Murray Franklin.
‘O
Coringa’ não é apenas um filme sobre um vilão destemido e perverso, mas desfruta de temas importantes nos
dias atuais sobre privilégios, luta de classe, desestruturação e negligência
familiar, preconceito e distúrbios mentais. Diferente das histórias de
super-heróis, Todd Phillips e Joaquin Phoenix selaram seus nomes para sempre na
história do cinema.
NOTA: 10
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