Os
filmes de época se tornaram a marca registrada da filmografia de Keira
Knigtley. Conhecida pelos seus papeis nos ótimos ‘Orgulho e Preconceito’,
‘Desejo e Reparação’, do bom ‘Anna Karenina’, entre muitas outras produções
envoltas de séculos passados. A atriz agora respira os ares da Belle Epoque e
entrega uma de suas melhores atuações da carreira em ‘Colette’.
A
trama retrata o momento mais impactante da vida de uma das maiores escritoras e
romancistas francesas de todos os tempos, Sidonie-Gabrielle Colette. Focando no
inicio da carreira da futura autora (Keira Knightley), acompanhamos as suas
raízes camponesas e seu casamento com Willy (Dominic West), autor renomado em
Paris que ganha seu montante publicando o trabalho de outros em seu nome.
A
direção e uma parcela do roteiro assinado por Wash Westmoreland mantém a
estrutura formulaica de cinebiografias, mas oferece a obra um desenvolvimento
procedente e sólido para Colette. Focando exclusivamente na força de sua
protagonista e o poder de sua voz perante a uma sociedade regado por comportamentos
machistas. O roteiro explora com perfeição os nuances da personagem passando de
uma jovem ingênua do campo a uma mulher forte, independente e com ideias progressistas
a frente de seu tempo, como também para os padrões atuais.
Porém,
nada disso teria êxito senão fosse à atuação impecável de Keira Knightley. A
evolução de sua personagem é o cerne de ‘Colette’, e a atriz passa por um
turbilhão de emoções durante seu relacionamento abusivo e nas objeções,
Knightley rende as melhores cenas do filme. Quem também convence é Dominic West
na pele de um marido provocativo, machista e que no fundo reconhece sua dependência
no talento da esposa.
Essa
tal dependência é metaforizado inteligentemente por Westmoreland durante certas
passagens da trama e também sugere o melhor de Colette pelas atitudes
grosseiras do marido. Sem Willy, as obras não existiriam. Mas com Willy, a
protagonista cresce e o cineasta soube dualizar tais preceitos e emoções.
Valorizando a
literatura francesa e sua grande expoente no final de século XIX, ‘Colette’ expõe
as dificuldades das mulheres em um período proeminente machista e incentiva as
mesmas a expressar suas comoções nos dias atuais.
NOTA: 7,5