Estreias

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Crítica - 'Atômica'


    ‘Atômica’ demonstra novas facetas pouco exploradas no subgênero dos filmes de ação: aqueles dirigidos por ex-dublês. Em outras palavras, David Leitch estreou em ‘De Volta Ao Jogo’ (ou também afamado por muitos como ‘John Wick’) ao lado de Chad Stahelski, porém sua participação não foi creditada levando-o a seguir seu próprio rumo mostrando como deve ser feito cenas de combate impressionantes. 

     Inspirado na graphic novel ‘Atômica: A Cidade Mais Fria’, de Antony Johnston e Sam Hart. A trama acompanha Lorraine Broughton (Charlize Theron), uma agente do MI6, enviada a Berlim Ocidental, dias antes da queda do Muro, na missão de recuperar uma lista de todos os agentes ocidentais e seus disfarces nas mãos de um espião russo. Para ajudá-la, ela conta com o espião inglês David Percival (James McAvoy) e francesa (Sofia Boutella).              

   Seguindo padrões clássicos dos filmes espionagem/ação, o cineasta David Leitch recorre algo raro visto no gênero: a mulher como protagonista.  E nada mais justo colocar a atriz mais badass de Hollywood comandando uma trama frenética e impulsiva, Charlize Theron. Depois de ‘Aeon Flux’, ‘Hancock’ e ’Mad Max’, Theron definitivamente tomou o posto de fodona na indústria cinematográfica e transmite perfeitamente a dualidade de sua personagem como espiã e uma lunática capaz de matar todos a sua frente.      


   Se ela é a grande estrela em ‘Atômica’, David Leitch também merece destaque atrás das câmeras. Imprimindo um ritmo ágil com ação atrás de ação, o cineasta transpõe com eficiência a atmosfera pulsante do imagético descomedido no forte contraste do azul e vermelho representando a dualidade da protagonista. E como hábito de leitch, as cenas de ação são incrivelmente coreografadas em sintonia com a trilha sonora energética ditando o ritmo do filme.     

  Mas em termos de narrativa ‘Atômica’ não oferece nada de inovador. Os atores secundários formados por bons nomes como James McAvoy, John Goodman  e Sofia Boutella ficam preso a apenas uma personalidade, as inúmeras reviravoltas são previsíveis e cenas de ação jogadas na trama apenas para  justificar um argumento. E por representar um grande marco história, o filme não oferece nenhum questionamento político ou social. 

  Mesmo sem uma grande narrativa que busca representar a dicotomia presente na época, ‘Atômica’ não busca embasar esses temas, mas sim entreter seu público com boas cenas de ação e uma Charlize Theron quebrando tudo.     


NOTA: 6,9

                   

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Crítica - 'My Cousin Rachel'


    Grande parte das obras da escritora britânica Daphne du Marrier foram adaptadas para o cinema. Para quem é pouco familiarizado, os clássicos ‘Os Pássaros (1963)’, ‘Rebecca’ e ‘Jamaica Inn (1939)’ adaptados por ninguém menos que Alfred Hitchcock, são de sua autoria. Especialista em romances e mistérios, ‘Eu Te Matarei, Querida’ comprova a aptidão da autora nesses dois elementos, mas nas telas do cinema o cineasta Roger Michell não fez jus a tamanha qualidade de Marrier.                   

   ‘My Cousin Rachel’ (do original)  conta a história do jovem órfão Philip (Sam Claflin) que passa a suspeitar de sua linda e misteriosa prima Rachel (Rachel Weisz) pelo assassinato de seu tutor Ambrose. Em meio a encantos e mistérios, Philip fica cada vez mais confuso sobre suas intenções.             

    Não demora muito para a premissa instaurar de vez na tela. Tudo acontece muito rápido no primeiro ato, os principais detalhes na trama são apresentados de maneira apressada dificultando o entendimento do espectador e uma maior empatia pelos personagens. Em conseqüência, os principais elementos da construção narrativa não sustentam o segundo ato arrastado da produção.           

   Devido a direção de Roger Michell  não explorar gradativamente a essência da adaptação, o segundo ato poderia ter dez minutos a menos e o terceiro ato menos apressado. Mas a chegada do último ato muda o tom da trama com uma maior presença do suspense sobre a verdadeira personalidade de Rachel. Assim, brilhou a atuação de Rachel Weisz desnorteando a visão do espectador sobre a real intenção de sua personagem.        

  Quem também está excelente é o ator Sam Claflin (‘Como Eu Era Antes de Você) e, quando divide a tela com Rachel Weisz, ambos concedem uma forte carga dramática e se destacam como uma das melhores atuações do ano até o momento. No elenco também temos Iain Glen (o Jorah Mormont de ‘Game Of Thrones’), Holliday Grainger (‘Cinderela’) e Simon Russell Beale, todos muito bem diante da proposta da produção.                     

   Mesmo com um ótimo design de produção, uma fotografia luxuosa remetendo a prevalência de um drama de época a um suspense, e um casal de atores excelentes, ‘Eu Te Matarei, Querida’ não consegue se sustentar pelo seu  fraco e previsível roteiro.


 NOTA: 6,2
           

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Crítica - 'Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola'


    Afinal, há limites no humor? Independente de vivenciarmos uma forte dicotomia entre o politicamente correto e incorreto, ‘Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola’ não tem nada a ver com isso. E como muitos dizem por ai, “a zueira não tem limites”. O filme segue essa vertente sem um mínimo de preocupação com as opiniões alheias, apenas para divertir seu público. Mas qual seu público? Vamos descobrir!                            

     Baseado no livro escrito por Danilo Gentili, ‘Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola’ conta a história dos estudantes Pedro (Bruno Munhoz) e Bernardo (Daniel Pimentel) preso as regras escolares que priorizam o politicamente correto, imposto pelo diretor Ademar (Carlos Villagrán). Precisando tirar dez no exame final, Pedro acidentalmente encontra um diário escrito por um ex-aluno (Danilo Gentili) e vê uma possibilidade de passar de ano.       

    Apesar de muitos polemizarem a obra por ser de Danilo Gentili, poucos avaliam o filme como filme. A direção assinada por Fabrício Bittar é eficiente ao imprimir a narrativa em off desenvolvendo seu personagem principal, remete a toda a fama da nostalgia daquele ambiente colegial, e a sua inventividade em sua edição (como exemplo os rabiscos do caderno) contribuindo para o ritmo ágil da trama e o timing das piadas. Sem contar a boa fotografia condizente com o ambiente escolar e o uso das cores denotando as características de seus personagens. 

   Porém, Bittar e Gentili (também como produtor) conduzem à narrativa basicamente com piadas atrás de piadas e não temos qualquer desenvolvimento dos personagens secundários. Com a chegada do personagem de Danilo Gentili, a trama perde seu ímpeto, se torna repetitivo, abusa de clichês chegando a um clímax fútil. Apesar de muitos criticarem o humor tendencioso, ‘Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola’ é um colcha de retalhos de milhares outros filmes do gênero. Não há motivo para tal.                

   Temos o humor escapista, escrachado, tendencioso, negro, físico, metalinguístico (o melhor do longa) em que muito deles são engraçados e outros nem tanto.  Há piadas sobre estereótipos, bullying, a presença de Fabio Porchat que pode render maiores críticas ao filme, e muitas outras piadas infantis. Não há nenhuma mensagem aqui e isso refletirá se o público gosta ou não.      

  Se Danilo Gentili não tem credibilidade como ator, os adolescentes Bruno Munhoz e Daniel Pimentel se saem bem no papel e apresentam uma ótima química. Enquanto Carlos Villagrán não foge da nostalgia de seu icônico personagem Quico, da série ‘Chaves’, já Moacyr Franco rouba a cena e entrega as cenas mais hilárias.           

   A real proposta de ‘Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola’ é apenas proporcionar diversão a seu público sem nenhuma pretensão de transmitir qualquer mensagem. Mas se você é daqueles que gosta de ótimas comédias como ‘Dr. Fantástico’, ‘O Grande Lebowski’, ‘Monty Python’, ‘Aperte o Cinto o Piloto Sumiu’ enxergará uma diferença gigantesca aqui.      



                                        NOTA: 5,0                                                                                                                           
  
 
  

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Crítica - 'Blade Runner 2049'


  ‘Blade Runner 2049’ é exemplo de como deve ser feito uma sequência de um clássico. Poucos filmes conseguem a proeza de manter ou até mesmo serem superiores de seus pioneiros, e aqui é mais um desses raros casos. Justamente por respeitar a virtude temática do original, acrescentando seu próprio conceito no papel e preparado na mão do melhor diretor da atualidade, Denis Villeneuve. 

    A trama agora se passa trinta anos depois dos eventos ocorridos do icônico ‘O Caçador de Andróides’. Com a estética futurística noir, amplos painéis de neon, imensos arranha-céus, acervos tecnológicos muito mais avançados previsto no original, uma população dividida entre humanos e replicantes na constante luta do reconhecimento. Acompanhamos os passos o novo blade runner da vez nomeado de K (Ryan Gosling).     

   O grande acerto de ‘Blade Runner 2049’está na sustentação da atmosfera e da riqueza temática do original, sem se tornar um derivado. Com Ridley Scott no cargo de produtor executivo, o filme não perde a essência de seu precursor e ainda vai mais além, acrescentando sua própria filosofia levantando questões mais profundas. A forte dicotomia do congênito e do artificial perdura ao longo de toda a produção.                                

  Com grandes nomes envolvidos no projeto, sem dúvidas, Denis Villeneuve (conhecido pelos ótimos 'A Chegada', 'Os Suspeitos' e 'Incêndios') é o maior deles. Sua direção é minuciosa, conduz à narrativa imersivo e subversiva capaz de colocar o espectador dentro daquele mundo, mesmo adotando um ritmo lento. O roteiro é desenvolvido sem pressa, tudo é tão contemplativo pela fascinante cinematografia  e criação de mundo. 


    Os mais apressados terão certo desânimo pela forma como a narrativa progride lentamente, demora a oferecer uma nova pista à trama e apresenta 2h e 40 minutos de duração. Mas essa é a real intenção do diretor e também do filme (vide no original), o tom frio se mantêm regular até o fim, tornando ‘Blade Runner 2049’ uma experiência cinematográfica única. E quando alguém entra no universo, é um deleite sem fim.                

    Assim entra mais outros dois grandes nomes, Roger Deakins e Hans Zimmer. Visualmente fascinante, a fotografia de Deakins é impecável na manipulação das cores, em que cada uma tem sua representatividade em cada cenário. O forte contraste de luz e sombra é um show a parte, com enquadramentos onde a luz intensa acompanha cada passo dos personagens ou postada ao fundo, conduzindo os protagonistas em silhuetas, tem muito a dizer sobre a premissa e a personalidade de cada um deles. E todas essas belas imagens são acompanhadas da trilha sonora intensa de Hans Zimmer.       

  Esta crítica está evitando ao máximo comentar a sinopse do filme para melhor experiência, mas o embate entre K e Deckard (Harrison Ford) sugere grandes questionamentos. Enquanto um conhece seu íntimo, a jornada de seu papel na sociedade futurística garante questões filosóficas profunda de nossa existência. Nesse cenário, Ryan Gosling criou um personagem apático, frio e enxerga como seu único alivio a presença feminina marcante de um holograma chamada Joi, na ótima interpretação de Ana de Armas.                            

  Mexer em um material icônico e de uma representatividade gigantesca na sétima arte como ‘O Caçador de Andróides’ é um desafio e tanto, mas ‘Blade Runner 2049’ faz algo que poucos conseguem. Tornar-se melhor que o original e alcançando o status de um dos melhores filmes de ficção cientifica da história do cinema, senão o melhor.  


    NOTA: 10                      

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Crítica - 'Annabelle 2: A Criação do Mal'


  ‘Annabelle 2: A Criação do Mal’ supera o enorme fracasso de seu precursor. O principal motivo para tamanho êxito foi claramente a mudança da direção passada para o sueco David F. Sandberg (conhecido pelo bom ‘Quando As Luzes Se Apagam’). Mesmo com um roteiro previsível para o gênero, Sandberg conseguiu elevar ‘A Criação do Mal’ valendo sua recomendação.   

    Servindo-se como um prequel do primeiro ‘Annabelle’, a trama acompanha a chegada de uma freira e várias meninas desalojadas de um orfanato a casa de um habilidoso artesão de bonecas. Durante a estadia, as pequenas crianças Bee (Samara Lee) e Linda (Lulu Wilson) desobedeça uma das regras da casa e passam a ser atormentadas pela figura amedrontadora na boneca de Annabelle, criação do artesão.                  

   A direção assinada por David F. Sandberg fez de tudo do que se espera de um filme de terror/suspense. Aqui, ele é cauteloso para criar um clima sombrio desenvolvendo sua atmosfera sem pressa de querer causar sustos baratos e prevalecendo a amizade das pequenas protagonistas. Dessa maneira, ‘ A Criação do Mal’ consegue fazer o que muitos filmes do gênero não consegue: fazer o espectador torcer pela dupla Bee e Linda.                     

   Outro ponto, é a forma como Sandberg brinca com as imagens mesmo com um roteiro raso. O uso de enquadramentos provocativos, o completo silêncio e a manipulação do ponto de vista do espectador por meio de distorção de focos, acentuam o terror nas cenas. Sobretudo pelo seu ótimo trabalho de iluminação sabendo justamente compor o cenário deixando um lado escuridão total e do outro uma simples lâmpada acessa.    

   Entretanto, ‘Annabelle 2’ ainda não possui sua própria identidade por utilizar um emaranhado de recursos já utilizados por outros filmes do gênero. Em conseqüência, as cenas de maior tensão podem ser conhecidas pela grande parte do público, além de contar com certas facilitações narrativas visto na maioria dos filmes, como “não abra essa porta, pois tem uma boneca do mal lá dentro” ou “Por que está assim? Como está a sua irmã?”.        

  Mesmo com um roteiro familiar e abusando dos clichês do gênero, o cineasta Sandberg soube utilizá-lo a seu favor colocando ‘A Criação do Mal’ um patamar acima da maioria dos filmes de terror encontrado nos dias atuais.


NOTA: 6,9

sábado, 7 de outubro de 2017

Crítica - 'Em Ritmo de Fuga'


    É possível notar o quão autoral se tornou as obras de Edgar Wright. Conhecido pela ótima trilogia do Cornetto, a visão divertida e sarcástica do diretor conquistou grande parte do público sobre os clássicos gêneros hollywoodianos. Após quatro anos, Wright voltar às telas recriando uma temática tão familiar no cinema em ‘Em Ritmo de Fuga’.               

     A trama acompanha o jovem Baby (Ansel Elgort), o piloto de fuga oficial dos assaltos de Doc (Kevin Spacey), mas não vê a hora de deixar seu cargo, principalmente após conhecer a garçonete Debora (Lily James).               

   Por mais conhecida e familiar a trama, Edgar Wright impôs sua marca renovando o gênero. O filme começa a todo pavor com uma cena de perseguição de carro brilhantemente executado em sincronia com a música e os cortes. Wright introduz esses elementos criativos que estabelece a  linguagem da narrativa, tornando ‘Em Ritmo de Fuga’ muito mais atraente e harmonioso para o público de qualquer idade.              
 
   Com o seu estilo em criar cenas de ação escapistas, estimulantes, característico e inventivo, o diretor mostrou como ninguém manipular todas as técnicas cinematográficas. Com muitos cortes rápidos, planos diferentes um dos outros, seria muito fácil o filme ser uma verdadeira bagunça, mas Wright mostrou como dar ritmo às edições. Além das músicas tanto diegéticas quantos extradiegéticas ser executado com maestria em total sincronia com os cortes e a ação.

   Infelizmente, Edgar Wright ainda não se mostrou proeminente em desenvolver seus personagens. Se no primeiro ato a trama apresenta bem o protagonista e o seu anseio por Debora, o segundo perde a oportunidade de desenvolver Darling (Eiza González), Bats  (Jamie Foxx), Buddy (Jon Hamm) que ficam limitados a um único estereotipo: ser pessoas malvadas. Sem mencionar a própria Debora; não sabemos nada de seu passado. Em conseqüência, o romance é pouco explorado, principalmente pelas limitações dos atores  Lily James e Ansel Elgort.                                

   Mesmo com um roteiro abatido e familiar, Edgar Wright consegue tornar ‘Em Ritmo de Fuga’ um dos grandes filmes do gênero e mais uma vez comprovando seu competência atrás das câmeras inovando nas cenas de ação.        


NOTA: 8,0
        

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Crítica - 'A Ghost Story'


   Você nunca verá um filme parecido como ‘A Ghost Story’. Original, incomum, inestimável, excêntrico e alegórico, o cineasta David Lowery (conhecido pelo bom ‘Amor Fora da Lei’) criou sua própria linguagem cinematográfica e entrega uma produção jamais vista nos últimos anos.     

   Muitos vêm criticando um cinema saturado, pouco criativo e repleto de remakes, reboots e afins. A questão é, quando um filme diferente entra em cartaz, muitos o julgam como Cult e apenas vinculado para críticos. Mas a verdade é o filme ser “grande demais para mentes pequenas” e, esse e mais um caso em ‘A Ghost Story’.             

   A trama acompanha a serena e pacifica vida do casal C (Casey Affleck) e M (Rooney Mara) morando em uma simples casa. Porém o pacifismo é rompido quando C é encontrado morto em um acidente de carro e, um fantasma, representando pelo lençol com dois buracos onde estariam seus olhos, retorna a residência  tentando conectar com a esposa desolada.        
 
   A direção assinada por David Lowery é interessantíssima ao maquilar o retrato impulsivo e emotivo do sofrimento. Para isso, o filme foi rodado inteiramente com planos quadrados e bordas arredondadas (em certas ocasiões até com vinheta) remetendo a uma fotografia antiga, dando a sensação de um artefato antigo. Não apenas isso, os planos estáticos e os cortes em fade foram essências para denotar a forte metáfora do filme, mas exigindo muita paciência do espectador.      

   Com o roteiro assinado pelo próprio Lowery, há pouquíssimos diálogos em ‘A Ghost Story’.  O diretor conta a sua história através de imagens e na grande presença das músicas tanto diegéticas quanto extradiegética para representar a mensagem da obra.  Não há necessidade de diálogos, mas quando tem a oportunidade reforça a imponência e o simbolismo do filme quando alguém diz “We build our legacy piece by piece”.

   É bem verdade que o filme não deve agradar a todos que esperam assistir a um terror, e pelo seu ritmo moroso. É curioso como Lowery lida com certas cenas deixando a câmera parada enfatizando o tormento da personagem e essencial em sua proposta, mas repito: exige paciência do público mesmo com seus noventa minutos.         

  Mas a grande mensagem de ‘A Ghost Story’ não é e a figura do fantasma representar o medo em si, mas sim uma forte alegoria do tempo, da perda e do amor. 


NOTA: 8,4