É
sempre um privilégio assistir grandes interpretações, principalmente quando
falamos de Natalie Portman. Detentora de um Oscar com o ótimo ‘Cisne Negro’, a
atriz entrega mais uma grande atuação e vem como forte concorrente para
levantar mais uma estatueta, agora no papel da primeira dama, Jackie Kennedy,
sob o comando do cineasta chileno Pablo Larrain (conhecido pelo bom ‘Neruda’ e
‘No’).
A
trama acompanha a dolorosa luta da Primeira Dama, Jacqueline Kennedy (Natalie
Portman), após a morte de seu marido e presidente John F. Kennedy, com a
finalidade de recuperar sua fé, consolar os seus filhos e definir o legado
histórico de seu marido.
‘Jackie’
retrata a vida da primeira dama em dois segmentados. Na primeira, temos uma
biografia apólogo da protagonista contando como seus traumas pós-morte e seu papel
na história sendo entrevistada por Theodore White (Billy Crudup). A segunda
apresenta os flashbacks com todo o seu abatimento e sofrimento da personagem
dias depois do finamento, contendo documentários de verdade e, esse trecho é
muito mais interessante que o primeiro. Por tal circunstância, quando a trama
resolver sair dessa conjuntura e voltar a interlocução, o filme perde seu
ímpeto.
Em
termos de roteiro, o filme não apresenta todas as realizações e o verdadeiro
legado deixado por John Kennedy. A trama está focada em transmitir todo o
sofrimento e a dor vivida pela protagonista e de certa forma, seu inicio é
tedioso, mas consegue prender a atenção do espectador pela interpretação
fascinante de Portman incorporando perfeitamente a primeira dama, com uma
fisicalidade impressionante, um ótimo trabalho vocal, em sua interpretação
contida e complexa. A atuação da atriz também e valorizada pela boa fotografia
em close-up capturando toda a tristeza da personagem.
Se em
roteiro, o filme deixa a desejar, seus recursos técnicos impressionam. Seu
cenário meticuloso e os figurinos convidam os espectadores a presenciar a
década de 60, e a trilha sonora é nota dez, sempre pontual e conduzindo todos
os elementos do filme. ‘Jackie’ se estende em seu ato final e soa cansativo
mesmo com seus 100 minutos, mas é um verdadeiro estudo de personagem lidando
com o luto somado a uma performance excelente de Natalie Portman.
NOTA: 7,3