Estreias

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Crítica - 'O Sacrifício do Cervo Sagrado' (The Killing of a Sacred Deer)



   Poucos devem conhecê-lo, mas o nome Yorgos Lanthimos já é realidade na indústria cinematográfica. Conhecido por realizar filmes um tanto quanto estranhos, como ‘Alpes’, ‘Dente Canino’ e o mais recente ‘O Lagosta’ (indicado a melhor roteiro original no Oscar 2015). O cineasta vem provando sua autoria e talento a cada novo projeto e, o perturbador e psicológico ‘O Sacrifício do Cervo Sagrado’ é mais uma confirmação de seu cinema particular.          

   Tela escura. Som de um coro. Os batimentos cardíacos surgem em tela. Uma cirurgia está a ser executada e, no fim, o cardiologista Steven Murphy (Collin Farrel) retira as luvas ensangüentadas e as jogam na lixeira. A cena inicial do filme simboliza a verdadeira identidade repressiva do personagem e isso, é apenas o inicio do metafórico e reflexivo ‘O Sacrifício do Cervo Sagrado’. 

   Sem êxito na tal cirurgia, o cardiologista Murphy, acaba se afeiçoando ao filho do paciente Martin (Barry Keoghan), a ponto de dar a ele presentes e decide integrá-lo a sua família, composta pela sua esposa Anna (Nicole Kidman) e seus dois filhos. Entretanto, quando o jovem deixa de receber a devida atenção do médico, suas ações se tornam cada vez mais sinistras implicando na vida pessoal de Steven.                   

   Com o roteiro assinado pelo próprio Lanthimos em parceria com Efthymis Filippou, ‘O Sacrifício do Cervo Sagrado’ demora a imprimir sua premissa. O primeiro ato fortalece a interação de todos os personagens, principalmente de Martin em relação à família Murphy. Diante desse convívio, a narrativa pauta-se nas relações sociais, intencionalmente, como objetivo, superficial e robótica. Por esse motivo, a estranheza perpetua ao longo de toda a produção, seja na maneira figurativa do casal fazer sexo, como também nos diálogos constrangedores, inapropriados, inesperados e metafóricos.                 

  Após os quarenta minutos, a trama impõe seus princípios e passa ficar mais interessante pela figura curiosa de Martin. Nesse contexto, a direção de Lanthimos repete alguns de seus recursos utilizados em seus antigos trabalhos. As interpretações são propositalmente robóticas, desprovidas de emoção; a artificialidade da natureza do amor é vitalícia, e os seus enquadramentos não convencionais – contra-plongée, travelling shots e planos detalhes -, reforçam a aura do mistério pungente.       

   Desencadeando assim, impaciência do pai, histerias na mãe e uma forte compulsão psicológica surreal vivenciada pelas duas crianças. Tudo é muito misterioso, inexplicável e ficamos lá. Presos. Até o fim desse sonho factual. Lembrando, O Sacrifício do Cervo Sagrado’ não procura dar respostas, e sim questionamentos. Saímos do filme com dúvidas na cabeça e, isso não deve agradar uma parcela do público, muito pelo fato dele se aproximar de um terror-psicológico. 

   Com atuações impecáveis de todo o elenco, com destaque maior a Barry Keoghan entregando um psicopata minimalista. Collin Farrel assemelha muito sua interpretação em ‘O Lagosta’ e, vale ressaltar novamente a promissora atriz Raffey Cassidy (conhecida pela ótima interpretação em ‘Tomorrowland’), na pele da filhas de Steven Murphy.         

   Perturbador, inerente e de um poder metafórico incrível, ‘O Sacrifício do Cervo Sagrado’ certamente é um dos melhores filmes do gênero terror-psicológico e vem como uma das gratas surpresas do ano. 


NOTA: 8,9
     

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Crítica - 'Bingo: O Rei Das Manhãs'


   Sempre escutei a frase “Os melhores programas infantis da televisão brasileira foi dos anos 80”. Nesse cenário, o Bozo se divertia frente às câmeras, sem papas na língua, dando foras na criançada e ainda colocava mulheres dançando de maneira provocante perto delas e diante de todo o Brasil. ‘Bingo: o Rei das Manhãs’ retrata esse mundo absurdo, mas há quem se engane por pensar em ser um filme de comédia, aqui o drama é dos grandes.    

  Baseado na história de Arlindo Barreto, um dos interpretes do palhaço Bozo no programa matinal da televisão brasileira durante a década de 80. ‘Bingo: O Rei das Manhãs’ acompanha a carreira do ator Augusto Mendes (Vladimir Brichta) até conseguir o papel de palhaço em um programa infantil pela TV TVP. Estourado no país e líder de audiência, a frustração de Mendes por não ser reconhecido pelas pessoas, o levou a se envolver com drogas e bebidas nos bastidores do programa.     

   Por questões de direito, a troca dos nomes de todas as celebridades e emissoras (com exceção de Gretchen, interpretada por Emanuelle Araújo) favoreceu o sucesso do filme. Pois, ‘Bingo: O Rei das Manhãs’ encontrou uma ótima solução ao retratar com tamanho carinho a vida pessoal e os costumes de seu protagonista.                      
 
   O roteiro assinado por Luiz Bolognesi segue uma cartilha básica de filmes biográficos com a ambição – sucesso – declínio - redenção do protagonista. Todas essas fases são muito bem equilibradas, e mesmo contando com certas facilitações narrativas a direção do estreante Daniel Rezende chama muita atenção.                          
        
    Um dos aspectos interessantíssimos é sua maneira fluída de conduzir uma cinebiografia sem perder a mão nos diferentes tons propostos pelo filme. Rezende encontra o tom perfeito para o humor e o drama, além de imprimir um ritmo agradável sem cansar o espectador. Tudo é muito interessante de ver, seja na sua premissa de contar a vida da pessoa mais famosa do Brasil e, ao mesmo tempo, no completo anonimato. Seja também no mundo dos bastidores.   

   Outro grande mérito da sua direção foi utilizar a fotografia em prol a narrativa reforçando os sentimentos de comoção, tristeza, loucura e apreensão. Seus diferentes enquadramentos retratam a mente do protagonista conforme a progressão da trama - deixando a câmera de ponta cabeça, distorção de foco, elementos oníricos e vale ressaltar um ótimo plano-sequência saindo de uma locação para outra.                                                                
 
   E finalmente chegamos a ele, o palhaço. Encarnado por Vladimir Brichta, o ator da um show de interpretação ao passar por todos os nuances muito bem definidos de seu personagem, passando da humilhação a ganância e da elegância a brutalidade. Além de vivenciar dramas pessoais pesado envolvendo sua mãe e seu filho, Brichta certamente entra para lista das melhores atuações do cinema nacional. Do outro lado, Leandra Leal confere a Lúcia uma mulher durona, séria, rígida enfrentando todas as adversidades de um universo profissional dominado por homens naquela época. A atriz esbanja uma forte presença e uma ótima atuação.           
        
  ‘Bingo: O Rei das Manhãs’ diverte pela nostalgia, mas também soube trazer toda a essência de seus personagens e o drama de suas situações, através dos percalços de seu forte subtexto. O filme certamente é uma grande virtude de nosso cinema nacional.           


NOTA: 9,0  

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Crítica - 'Doentes de Amor'


     O gênero comédia romântica vem se tornando cada vez mais esquecido nos dias atuais. Com seu auge pré anos 80, poucas produções se notabilizaram de lá para cá por justamente não ficarem presos as convenções clássicas do gênero. Um exemplo recente foi ‘Questão do Tempo (2013)’ fugindo da padronização narrativa e, seguindo esse raciocínio, ‘Doentes de Amor’ veio também para renovar os ares.

     Baseado na história real em como Kumail Nanjiani e sua esposa, a co-roteirista, Emily V. Gordon, se apaixonaram. A trama acompanha os conflitos pessoais e familiares do comediante e motorista de Uber paquistanês Kumail (Kumail Nanjiani), por esconder seu namoro com Emily (Zoe Kazan), uma mulher branca, algo inaceitável pelos seus pais conservadores. Porém, quando  Emily é colocada em coma, Kumail busca resolver seus problemas familiares e emocional.          
 
   A direção assinada por Michael Showalter realizou uma conjuntura de eventos inesperados que muitos filmes do gênero costumam evitar, entregando algo novo em tela. Em seu primeiro ato, ‘Doentes de Amor’ mantêm a mesma convenção narrativa, apresentando a vida individual do casal e o relacionamento gracioso. A partir disso, Showalter brinca com a comédia e o drama encontrando o ritmo perfeito para as duas categorias se complementarem.              

   Muito disso, vem proveniente da comédia em cima do choque cultural e das pessoas lidando com a perda um ente querido. Porém, nem todas as piadas estão bem encaixadas e, por mais que ‘Doentes de Amor’ busca certa originalidade nesse contexto, os seus subtextos envoltos da intimidade de Kumail – os bastidores do Stand-Up e a sua família -, o primeiro é mal explorado e o outro acaba se tornando repetitivo. Seja nas cenas de sempre aparecer uma nova pretendente, como também nos diálogos.     
                                     
   O mais interessante deles é a relação de Kumail com os pais de Emily, após ela ser colocada em coma por uma doença desconhecida. As piadas melhoram, a química entre eles é tangível, e as diferentes personalidades dos pais de Emily se complementam. Méritos para os atores, Holly Hunter e Ray Romano que acabam se destacando mais que os próprios protagonistas. Zoe Kazan também não fica atrás e entrega boas cenas dramáticas, diferente do limitado Kumail Nanjiani.             
                                
  Com suas duas horas de duração, ‘Doentes de Amor’ poderia ter facilmente vinte minutos a menos e explorado melhor alguns de seus subtextos. Mas é engraçado, simples, sincero, rompe os clichês culturais e buscou algo diferente para um gênero tão esquecido atualmente.                

       NOTA: 7,0          

domingo, 17 de dezembro de 2017

Crítica - 'Star Wars: Os Últimos Jedi'


   Muitos comentaram, na época do lançamento, o episódio ‘O Despertar da Força’ assentar a sua estrutura narrativa em cima do primeiro longa da trilogia original da franquia, ‘Uma Nova Esperança’ de 1978. Apoiando na nostalgia e renovando os ares com os personagens Ray, Finn e BB-8, os eventos traçados pelos heróis eram um tanto previsíveis, principalmente para os fãs. Agora Rian Johnson quebra o estigma da saga e entrega o filme mais diferente, ousado e surpreendente de Star Wars, ‘Os Ultimos Jedi’.     

    A trama continua exatamente de onde terminou os eventos em ‘O Despertar da Força’. Rey (Daisy Ridley) encontra Luke (Mark Hammil) em uma ilha isolada na tentativa de incentivá-lo a ajudar a aliança Rebelde na guerra. Ao mesmo tempo, a Nova Ordem descobre a localização da última base Rebelde, liderada pela General Organa (Carrie Fisher) e parte para destruí-la.               

   ‘Os últimos Jedis’ começa a todo vapor com uma batalha espacial de tirar o fôlego em uma das melhores cenas de toda a franquia. Acompanhamos o comandante Poe (Oscar Issac) e os pilotos rebeldes atacando a nave Supremacia, mas logo em seguida precisam fugir com a chegada da frota inimiga. Tudo é muito vistoso e brilhantemente executado, com a câmera em primeira-pessoa, close-ups e planos abertos reforçam a imensidão do espaço, das naves e principalmente do caos.
 

      A direção de Rian Johnsson (conhecido pelo ótimo ’Looper’ e três episódios de ‘Breaking Bad’) não se prende ao estilo predeterminado pela trilogia clássica, e inova tanto no recurso narrativo como técnico. A própria montagem e a edição não se prendem as convenções da saga com o uso de fade-in/fade-out e as clássicas cortinas e, Johnsson imprime originalidade nesse aspecto (vide na cena do primeiro treinamento da Rey). Não só isso, a edição de som tem um papel importante, principalmente por trazer uma das cenas mais memoráveis do filme (não dita para evitar spoiler) e a narrativa em off em uma passagem psicodélica de Rey.              

   O roteiro também assinado por Johnsson não se sustenta pela nostalgia, como feito em ‘O Despertar da Força’. Aqui, ele concede espaço para novos personagens demonstrarem suas personalidades, como Poe, Rose (Kelly Marie Tran) e a vice almirante Holdo (Laura Dern). Dedicando seu tempo não só a eles, como para todos os personagens pequenos realçando o realismo na trama e acrescentando até mesmo a comédia.             

   Entretanto, como o filme é marcado por idas e vindas entre núcleos narrativos e por diferentes fases de conflitos de seus principais personagens, há certa quebra de ritmo de uma passagem para outra. No meio delas, acompanhamos a desinteressante trama envolvendo Finn e Rose (momentos à la Disney) e a apresentação de DJ (Benicio Del Toro). ‘Os últimos Jedi’ demora a encontrar seu ritmo, mas quando encontra... É uma avalanche de reviravoltas e surpresas capaz de deixar muitos de queixo caído.  

  Dentre elas (sem spoiler), algumas podem frustrar os fãs pelo arco de certos personagens não ter um impacto narrativo como muitos esperavam. Mas outras são irretocáveis e memoráveis, assim como a iconografia com o bom uso de efeitos práticos e um ótimo CGI. Visualmente ‘Os últimos Jedi’ é de longe o melhor da saga. Aplausos para a cena da batalha de Crait.          
 
   Diferente de tudo o que a saga construiu durante todos esses anos. ‘Star Wars: Os Últimos Jedi’ é ousado, surpreendente, de um requinte visual absurdo, de momentos memoráveis e verdadeiramente genuínos. O filme entra no hall dos melhores da franquia. 
        

NOTA: 9,5
                                          

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Crítica - 'Como Nossos Pais'


   O cinema brasileiro vem se destacando ao retratar assuntos pertinentes dentro de nosso país. Exemplos recentes foram ‘Que Horas Ela Volta?’ abordando questões da classe social, ‘Aquarius’ ao refletir a instrução do Brasil atual e suas idiossincrasias e, agora, ‘Como Nossos Pais’ espelha as dificuldades da mulher moderna.  

   Na trama, Rosa (Maria Ribeiro) sente-se pressionada em não conseguir conciliar sua tarefa de mãe, as exigências do marido Dado (Paulo Vilhena), sua vida profissional e seu relacionamento complicado com sua mãe Clarice (Clarisse Abujamra). Em um almoço em família, ela acaba sendo surpreendida após Clarice revelar sua verdadeira origem, restando a Rosa rever seus conceitos.      

   ‘Como Nossos Pais’ ganhou força com a direção feminina assinada por Laís Bodanzky (conhecida pelo ótimo ‘Bicho de Sete Cabeças’). Com a sua visão diante das dificuldades vivenciadas pelas mulheres hoje em dia, sua direção centra-se exclusivamente no ponto de vista de Rosa com o auxílio da câmera objetiva e enquadramentos que reforçam sua dualidade com seu marido. E com a inesperada revelação logo no início, as situações triviais do dia-a-dia começam a ter um grande impacto psicologicamente e fisicamente na protagonista. 

   Passamos praticamente cem minutos de duração vendo uma mulher cansada, desesperada, frustrada, mas também guerreira e com um fio de esperança. Diante dessas situações, a atriz Maria Ribeiro transmite todo esse pesar com maestria em uma interpretação verdadeira e poderosa. E nos conflitos com a sua mãe Clarice, brilha também a atriz Clarisse Abujamra com seu jeito seco e abrupto de falar, mas determinantes para o melhor. 

    Outro ponto riquíssimo no roteiro de Bodanzky são os personagens masculinos muito bem escritos e representativos do pior pensamento machista dos dias atuais. Entre eles, estão Dado na ótima interpretação de Paulo Vilhena e, Pedro (Felipe Rocha) retratando o homem ideal que todas as mulheres buscam, mas no fim seus objetivos são outros. Nesse cenário, os diálogos são espetaculares e, apesar de muitos julgarem o filme como feminista, em nenhum momento a trama apresenta um teor moralista. Tudo é muito honesto, orgânico e acima de tudo, singelo.       

   Com um roteiro rico em trazer temas como, empoderamento feminino, autoridade parental, hipocrisia, casamento instável, relação conflituoso entre mãe e filha. Certas passagens surgem na tela de modo menos inspirado, visto que parecem executadas da maneira mais convencional e recaindo nas fraquíssimas atuações do elenco secundário. Dentre eles, estão o encontro de Rosa e uma figura pública (Herson Capri), pai de um colega da família e a presença da personagem adolescente.                 .              
 
    Com uma atuação afiada de Maria Ribeiro e um roteiro abordando temas pertinentes em nosso país, ‘Como Nossos Pais’ tem um forte e honesto retrato do peso que a mulher moderna precisa suportar.


                            NOTA: 7,3                                       
                

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Crítica - 'Assassinato no Expresso do Oriente'


   Assistir à Agatha Christie é um deleite para todos aqueles fanáticos em desvendar os mais intrínsecos mistérios.  A grande madame da literatura do suspense arrebatou o mundo com seus mais de setenta livros publicados, mas foi o seu 19º que marcou para sempre a sua carreira, sendo lembrado, adaptado para a TV e o cinema, e republicado milhares de vezes ao longo dos anos. Estamos falando de ‘Assassinado no Expresso do Oriente’ e seu icônico Hercule Poirot.      

   Publicado no Reino Unido em 1º de janeiro de 1934, o detetive Hercule Poirot (Kenneth Branagh) busca sua tão sonhada férias após resolver um caso em Istambul, Turquia. Porém, ao embarcar de última hora no trem Expresso do Oriente, ele acaba vivenciando um assassinato, restando a ele desvendar esse mistério e interrogar os treze estranhos dentro do trem, onde todos são suspeitos. 

   Baseando nos moldes do cinema contemporâneo, ‘Assassinado no Expresso do Oriente’ versão 2017 busca novas formas de entreter seu público dos dias atuais. De um lado, aqueles que conhecem a história podem sair insatisfeito, pois não verá nada de inovador, apenas testemunhará uma investigação e um preciosismo técnico admirável da direção de Kenneth Branagh. Do outro, quem desconhece o material fonte tem grande chance de ficar imerso na trama tentando desvendar quem é o assassino.  

   A nossa tensão é sustentada por intermináveis seqüências de depoimentos, com isso o filme prende a atenção do espectador a base de diálogos. Paciência para aqueles não são acostumados com textos carregados, mas o foco é a tomada de testemunho por Poirot. Dessa forma, a direção de Branagh impressiona com o seu jogo de câmera e enquadramentos inventivos favorecendo a narrativa que se passa em uma única locação, sendo realçados pela ofuscante fotografia e design de produção.               

   Com isso, ‘Assassinado no Expresso do Oriente’ nunca cai mesmice e até mesmo busca algumas alternativas para cativar o público. Em conseqüência, para quem não conhece o protagonista. A direção de Branagh apresenta com eficiência Poirot em um interessante prólogo mostrando as virtudes como detetive.                          
  Com uma série de testemunhas, nem todos os treze personagens tem seu momento em tela. Cada um deles tem uma forte caracterização, mas poucos são lembrados durante a trama como o caso dos personagens da Penelope Cruise, Judi Dencht e Sergei Polunin. Em compensação, com um elenco de primeira linha os grandes destaques são Michelle Pfeiffer, Daisy Ridley, Josh Gad e Johnny Depp. E quem comanda o centro do filme é Kenneth Branagh entregando um bom detetive Poirot.      

   ‘Assassinado no Expresso do Oriente’ pode não ser tão bem recebido para aqueles que já conhecem o material. Mas para quem desconhece a história, terá uma grande surpresa com uma conclusão de cair o queixo. Que venha ‘Morte No Nilo’.


NOTA: 7,9