Estreias

terça-feira, 30 de maio de 2017

Especial - 'Alien'


SAIBA TUDO SOBRE A FRANQUIA ALIEN

      O conceito de ‘Alien’ surgiu nas mãos do roteirista Dan O’Bannon quando realizou um filme de comédia e ficção cientifica junto com o cineasta John Carpenter, chamado ‘Dark Star’, com a figura do alien como uma bola de pelos. A partir dessa experiência, O’Bannon começou a trabalhar na história focando totalmente ao terror espacial: "Eu sabia que queria fazer um filme assustador em uma nave espacial com um número pequeno de astronautas", disse ele, “Dark Star como um filme de terror ao invés de uma comédia".  

  Tal idéia impressionou o roteirista Ronald Shusset deixando de lado seu futuro trabalho que mais tarde se tornaria ‘O Vingador do Futuro’, para se dedicar exclusivamente no projeto de Dan O’Bannon, pois ambos previam a produção muito mais barato de se produzir.       

  Após o fracasso na adaptação do filme ‘Duna’, O’Bannon aproveitou a ocasião e apresentou seu projeto para vários artistas cujos trabalhos lhe deram idéias para sua história de ficção cientifica, incluindo Chris Foss, H. R. Giger e Jean Giraud. Mas o grande destaque ficou mesmo no nome de H. R. Giger que fascinou o diretor quando viu o seu perturbador desenho Necronom IV, e viu, ali, a imagem de seu monstro.     
 
  Não só isso, o artista suíço Hans Ruegi Giger foi contratado para pensar em vários outros aspectos visuais do filme, como o Planeta LV-426 ou o Space Jockey, além de criar a atmosfera do filme ‘Alien’ e seus sucessores. Veja um pouco de seu incrível trabalho no filme:
Space Jockey


Necronom IV



                    








Planeta LV-426

Um dos desenhos feitos por H. R. Giger para Alien 3,1992.
                                










      Após a ‘20th Century Fox’ comprar os direitos do roteiro de Dan O’Bannon, tudo levava a crer que o filme seria dirigido pelo próprio.  Porém, não foi bem assim. O estúdio convidou outros renomados diretores como Peter Yates, Jack Clayton, entre outros, mas as escolhas nunca foram consideradas para O’Bannon e Shusset.                  

    Eis que o filme ‘Os Duelistas (1977)’ de Ridley Scott, chamou a atenção da equipe de O’Bannon, e resolveram contratá-lo para dirigir ‘Alien’.  Scott rapidamente aceitou o convite e começou a criar os storyboards minuciosos para o filme impressionando o próprio estúdio a ponto de dobrarem o orçamento para 8.4 milhões de dólares.         

         Storyboards de Ridley Scott em ‘Alien – O 8º Passageiro’,1976.      

A seleção do elenco e os testes para ‘Alien’ ocorreram em Nova Iorque e Londres. Com apenas sete personagens humanos na história, Scott procurou contratar atores fortes para justamente focar a maior parte de sua energia no estilo visual.                


             Os membros do elenco eram:
·         Tom Skerritt como Dallas, o Capitão da Nostromo.
·         Sigourney Weaver como Ripley, a Subtenente abordo da Nostromo.
·         Veronica Cartwright como Lambert, a Navegadora da Nostromo.
·         Harry Dean Stanton como Brett, o Engenheiro Técnico.
·         John Hurt como Kane, o Primeiro Oficial da Nostromo que se torna o hospedeiro do Alien.
·         Ian Holm como Ash;  o Oficial de Ciências e mais tarde se revela um andróide.
·         Yaphet Kotto como Parker; o Engenheiro Chefe.
·         Bolaji Badejo como o Alien.

O sucesso de ‘Alien – O 8º Passageiro’ rendeu novas continuações, segue abaixo a cronologia:

1º ‘Alien – O 8º Passageiro (1979)’ - Ridley Scott.
2º ‘Alien – O Resgate (1986)’ – James Cameron.
3º ‘Alien 3 (1992)’ – David Fincher.
4º ‘Alien – ‘A Ressureição (1997)’ – Jean Pierre Jeunet.
5º ‘Prometheus (2012)’ – Ridley Scott.
6º ‘Alien – Covenant  (2017)’ – Ridley Scott.

Como de costume do Filme Na Mente, vamos comentar um pouco sobre cada um deles mencionando comparações e semelhanças de cada produção, seus méritos e deméritos e dar suas respectivas notas. 

‘ALIEN – O 8º PASSAGEIRO’

     
     A genialidade de Ridley Scott foi patenteada ao mundo em ‘Alien – o 8º Passageiro’. Em seu segundo filme na carreira, Scott fez história no gênero da ficção científica recriando novas regras, apresentando a criatura mais fantástica da sétima arte e concedendo uma atmosfera jamais vista.  
           
     Após uma nave espacial aterrissar em um planeta desconhecido, um dos tripulantes é atacado por um estranho ser. Aos poucos, o que parecia ser apenas um ataque isolado, acaba se tornando um verdadeiro terror quando descobrem a presença de um embrião alienígena no corpo do tripulante atacado.   

       A trama estabelece seus personagens ao poucos e o ritmo lento inicial vai ganhando novos contornos à medida que novos fatos ocorrem. O filme não tem presa em apresentar o monstro e o suspense vai se instalando conforme o ritmo crescente e enervante. Em conseqüência, a direção de Scott estimula a expectativa e curiosidade do público na visão dos personagens quando explora o ambiente e a tal criatura.

   Dessa forma, tudo se torna muito mais imersivo e ao mesmo tempo desnorteando o espectador por toda duração do filme. Assim, não vemos a ameaça na maior parte do tempo, mas quando aparece... Somos surpreendidos! Sem mencionar também a ausência de efeitos especiais em ‘Alien – o 8º Passageiro’.

    O filme também apresenta a primeira grande heroína no cinema, a icônica Ripley (interpretada perfeitamente por Sigourney Weaver), uma trilha sonora fantástica compondo a figura do alien, e a fotografia a base de tons azuis acompanhando os espaços confinados da espaçonave Nostromo sempre acentuando o suspense. ‘Alien – o 8º Passageiro’ é uma obra prima da ficção cientifica.


NOTA: 10



Segue abaixo as críticas linkadas!


'ALIEN, O RESGATE'
'ALIEN 3'















'ALIEN: A RESSURREIÇÃO'
'ALIEN COVENANT'

                           











segunda-feira, 29 de maio de 2017

Crítica - 'Alien: A Ressurreição'


   A quadrilogia Alien tinha tudo para finalizar com chave de ouro em ‘Alien – A Ressurreição’. De um lado, questões atualíssimas relacionadas à bioética e a engenharia genética foram abordadas em uma interessante e intrigante trama com a influência de atrair qualquer espectador. Do outro, o filme foi um convite para ver a última aparição da icônica heroína Ripley e a criatura mais monstruosa do cinema.               

   Após duzentos anos de ‘Alien 3’, a tenente Ellen Ripley acorda em meio a vários cientistas a bordo de uma nave espacial, e descobre que eles a clonaram, como também usaram seu corpo como encubador de uma rainha dos alienígenas. A intenção deles é ter um exercito de Aliens que possam controlar, porém o clone vem com um toque de sangue Alien em sua composição.             

   Apesar de abordar questões interessantes e centrar exclusivamente a genética e suas conseqüências, ‘A Ressurreição’ não garante possíveis discussões ao assunto. Não temos qualquer desenvolvimento, e sua estrutura narrativa progride apenas se sustentando nessa idéia e em seus antecessores.  
 
  Um grande exemplo é a evolução de Ripley. O filme vale à pena ser sim assistido para ver a interessantíssima evolução da protagonista. Aqui ela está mais forte, ágil, resistente, intensa e até mesmo com sangue ácido, porém essa sua nova característica não tem qualquer embasamento, pouco é explorado e fica praticamente esquecido. Fica aquela sensação de querer saber mais.                        

  Com alguns problemas de roteiro, o diretor Jean-Pierre Jeunet encontrou soluções visuais e boas atuações que compensassem. Os grandes momentos da obra vêm das mãos do roteirista Joss Whedon e a boa condução das cenas com Jeunet concedendo um bom clima de suspense. Estamos falando do brilhante episódio quando os Aliens saem da jaula, outro envolvendo uma perseguição aquática e por fim o encontro de Ripley com os outros sete clones mal sucedidos.              
 
 Os acontecimentos mencionados acima salvam a produção, pois o roteiro volta a transgredir a franquia em seu ato final. Apesar de ter uma proposta intrigante, é mal desenvolvido e apressado, além de contrariar todo o legado de Giger com o design da criatura final.                                              

 ‘Alien – A Ressurreição’ apresentou uma proposta brilhante e tinha tudo para finalizar a franquia com dignidade, porém sua execução foi decepcionante.  

NOTA: 6,2


domingo, 28 de maio de 2017

Crítica - 'Alien 3'


   O banho de água fria para os fãs da franquia. Não é de hoje que vemos muitos imbróglios entre cineastas versus estúdios, como também realizações de versões estendidas para aperfeiçoar a visão do diretor.  Tal evento ocorreu com o conceituado David Fincher (conhecido pelos ótimos ‘Clube da Luta’ e ‘Seven’) em ‘Alien 3’.     

    O conturbado processo na produção do filme iniciou devido às diversas versões de roteiro ao longo dos anos e a intensa interferência do estúdio limitando o trabalho do diretor. Sem roteiro definido e há pouco tempo antes da filmagem, o cineasta Vincent Ward abandonou o projeto repentinamente resultando na chegada do então desconhecido, David Fincher.             

  A trama acompanha a chegada de Ripley (Sigourney Weaver) a um planeta deserto habitado por antigos condenados da prisão de segurança máxima, após a queda da sua nave espacial Fury 161. Com sua chegada, estranhos acontecimentos evidenciam a presença do Alien no local.                         
 
  Logo no início, o novo episódio consegue desapontar os fãs do gênero. Lembra daquela pequena garota Newt que caiu na graça do público em ‘O resgate’? Então, aqui ela não se encontra mais. Nesse capítulo, os novos personagens não têm a mesma simpatia do público em relação aos seus precursores e suas motivações são as mais rasas possíveis envolvendo um subtexto interessante, como os aspectos religiosos, a fé e a esperança, porém são mal explorados.   


  Fora isso, a primeira metade do filme criou um bom clima de suspense remetendo ao ‘O 8º Passageiro’ com a presença de um único alien e um espaço confinado, a penitenciária. Já a segunda metade lembra ‘O Resgate’ focando mais na ação e poucos diálogos. Apesar de muitos criticarem, o resultado é aceitável, mas a ação e o suspense não chegam ao nível dos anteriores.                      
 
   Chegamos então a comentar sobre a versão estendida de ‘Alien 3’. O início da produção começa diferente - clima de tensão superior, diálogos incitantes e desafiadores, além de mostrar uma autoria de David Fincher. Aqui, Fincher buscou construir seu estilo abusando de planos detalhes e uma montagem intercalada em cenas com grandes suspenses.    

   Com trinta minutos a mais, o subtexto criticado no original tem mais espaço e relevância na versão estendida, assim como os personagens tem mais oportunidades de apresentarem suas características mediante a ascensão do suspense. Agora o Alien constituído digitalmente nas duas versões é inacreditavelmente ridículo impossibilitando qualquer sensação de medo ou perigo.                        
 
    ‘Alien 3’ foi uma tentativa frustrada de combinar os dois primeiros filmes deixando dúvidas sobre a assinatura de David Fincher, mas sua versão estendida consegue trabalhar elementos criticados do original, conta com um ato final muito mais convincente e merece ser assistido pelos fãs da franquia.   

NOTA: 6,3

NOTA: 7,0 (VERSÃO ESTENDIDA)


Crítica - 'Alien: O Resgate'


   James Cameron provou como fazer uma seqüência em alto nível. Atualmente vemos muitas continuações de filmes desnecessários e muito aquém de seus precursores, visto como caça-níqueis desse grande estúdio hollywoodiano. Felizmente, Cameron conseguiu manter a franquia no mais alto escalão e colocando ‘Alien - O Resgate’ também como um dos melhores do gênero.        

      Passados cinqüenta e sete anos, a trama começa explorando o psicológico da protagonista após os eventos ocorridos em ‘O 8º Passageiro’. Ao descobrir que o local onde tudo ocorreu com sua nave foi colonizado por humanos, ela retorna ao local com uma equipe de fuzileiros para salvar as famílias ali instaladas.         

   Já de inicio podemos notar em ‘O Resgate’ uma entrega maior da atriz Sigourney Weaver em seu papel com uma atuação mais intensa e dramática. Fato este resultou na indicação merecida ao Oscar e figurando entre as favoritas para levar a estatueta.        
 
   Outra grande diferença entre ‘O Resgate’ e ‘O 8º passsageiro’ é a perda do terror e obviamente do desconhecido. O cineasta Cameron transformou a ficção em mais um filme de ação, onde encontramos mais aliens, mais tripulantes e conseqüentemente, mais mortes. Não temos mais o terror sustentando o gênero, mas a tensão continua muito mais revigorada aqui, através das relações interpessoais dos personagens.                
   Assim chegamos aos pontos semelhantes ao seu filme pioneiro. Tanto em ‘O Resgate’ e em ‘O 8º Passageiro’, há sempre um momento para as relações entre os personagens para que o público compreenda suas motivações e simpatize por cada um deles. Exemplo disso é a nossa torcida para criança Newt (a pequena Carrie Henn), e o ódio com o personagem de Paul Reiser, o Burke.            
 
   Outro ponto também em comum foi o filme criar um ótimo suspense inicial e não se mostrar apressado para apresentar o alien, assim como manter aquela fotografia turva acentuando a tensão e brincando com nossa imaginação sobre as possibilidades da criatura aparecer. E a presença da rainha xenomorfa é o ponto altíssimo da produção! A única decepção em ‘O Resgate’ foi o seu ultimo ato exagerado e desnecessário exibindo o absurdo combate entre Ripley e a Rainha Alien                

   ‘Alien - O Resgate’ é exemplo de como realizar uma seqüência em alto nível expandindo o universo da franquia, sem ficar preso as idéias de seu antecessor.
 

NOTA: 8,7


       

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Crítica - 'Alien: Covenant'


  A franquia Alien expandiu seu universo mais uma vez.  Tudo começou com a chegada de ‘Prometheus’ levantando questões sobre a origem do homem, ou melhor, da aparição do  xenomorfo lá em 1979 no ‘O 8º Passageiro’. Agora, ‘Alien-Covenant’ resolve ampliar esse assunto em busca da seguinte resposta: quem criou os criadores? 

   Covenant é o nome da nave colonizadora que tem por objetivo chegar ao planeta Origae-6, bem distante da Terra. Um acidente cósmico induz Walter (Michael Fassbender), o andróide a bordo da aeronave, a despertar 17 tripulantes antes do previsto. Em meio ao caos, eles decidem investigar um planeta desconhecido, que aparenta ter condições necessárias para abrigar vida humana. 

   É interessante notar a semelhança do início da produção de ‘Alien Covenant’ com seu precursor. Com a assinatura mais uma vez de Ridley Scott atrás das câmeras, o cineasta repete o modelo introdutório realizado em ‘Prometheus’ entregando mais uma cena inicial grandiosa, cheia de complexidades e questões filosóficas mostrando o real objetivo do filme. Além disto, vemos Scott retornando as suas origens, na companhia do terror como subgênero.               

   Depois da impecável cena inicial seja pelo seu visual minimalista e no conceito do filme, são introduzidos os novos tripulantes na trama. A partir daí, ‘Alien, Covenant’ segue os mesmos problemas de roteiro nos ‘Aliens 3 e 4’ por apresentar personagens apáticos e sem qualquer simpatia pelo público. Muitos deles são desfavorecidos pelo roteiro, mas quem brilhou foi Michael Fassbender na pele do personagem mais interessante da franquia alien, o David, irmão de Walter.

   Com um ritmo insosso e despretensioso na primeira metade, ‘Alien, Covenant muda seu tom e parte para as questões filosóficas remetendo a ‘Prometheus’. Assim chegamos ao principal problema do filme que ignora todas as questões abordadas de seu antecessor e repete o mesmo erro em retratar esses assuntos superficialmente, oferecendo mais perguntas e menos respostas.                 

   Mesmo sem a mesma subjetividade da presença do Alien como em ‘O 8º Passageiro’, o visual de todas as criaturas são impecáveis feitos para criar ótimos momentos de tensão e a violência gráfica. ‘Alien-Covenant’ cresce em seu terceiro ato trazendo boas cenas de ação e tensão, porém caiu na previsibilidade que a própria franquia construiu. 


NOTA: 6,7


quarta-feira, 17 de maio de 2017

Crítica - 'Corra'


 Diante de um tema tão discutido nos dias atuais, ‘Corra’ não se prende aos perpetuantes óbvios e recria um conto subversivo, corajoso e original. Quantas vezes vemos a premissa de um rapaz negro apaixonado por uma garota branca e de família rica, resistindo às adversidades do preconceito racial? Parecia ser mais um daqueles filmes como qualquer outro querendo retratar um assunto controverso, parecia... Pois, a construção do terror e suspense é o grande distintivo. 

   A trama acompanha o apaixonado Chris (Daniel Kaluuya), um jovem negro prestes a conhecer a família de sua recente namorada caucasiana Rose Armitage (Allison Williams). Aparentemente bem recebido pelos pais de Rose, Chris começa a ficar incomodado com a presença dos empregados negros e com uma constante sensação de estranheza no ar. 

   Não podemos falar mais sobre o filme e recomendo não assistir o trailer, pois isso poderá estragar suas experiências. Afinal, estamos falando do mistério, e o senso de curiosidade a partir da chegada de Chris a casa de seus sogros, no segundo ato, é fascinantemente intrigante e perdura até o fim da produção. A estranha relação dele com os pais e o olhar desconfiado com os empregados é a chave para a condução da inteligente narrativa, onde inicia o ousado e relevante subtexto racial satírico fugindo do politicamente correto.           

   Assim, brilha a direção do estreante Jordan Peele conduzindo a trama a partir da visão de Chris reforçado pela ótima atuação de Daniel Kaluuya. O primeiro ato é marcado com alguns clichês para estabelecer a relação de seus personagens aos olhos do público em um ritmo vagaroso, mas não demora muito para surgir às primeiras estranhas sensações. O filme vai deixando pequenas pistas que existe algo de errado por lá, principalmente quando vemos os empregados em tela, são: Walter (Marcus Henderson), Georgina (Betty Gabriel) e Andrew (Lakeith Stanfield).      

   Todos eles são essenciais para criar um suspense psicológico desconfortante na pele de seus excêntricos personagens. Dessa forma, Peele criou um ambiente lúgubre utilizando os close-ups e uma trilha sonora pontual e perfeita para causar incomodo aos espectadores. Sem ficar preso ao suspense, o diretor também acrescenta o humor, mesmo nos momentos mais tensos da produção na presença do melhor amigo do Chris, o Rod (Lil Rel Howery).        

  Com a maioria do elenco desconhecido, quem merece atenção é a atriz Allison Williams. Sua interpretação é fundamental para o filme conseguir trazer a sua grande revelação e, olha! Essa revelação acontece muito antes do final, diferenciando das grandes produções do gênero que costumam terminar com um plot twist. E a conclusão de ‘Corra’ é simplesmente irretocável intensificando a força de seu subtexto alegórico e satírico.  


NOTA: 8,7


terça-feira, 9 de maio de 2017

Crítica - 'Colossal'


   A premissa monstros atacando cidades parece ser mais um dentro de outros milhares na sétima arte. Não para o cineasta espanhol Nacho Vigalondo que desconstruiu o gênero partindo de uma trama original e encontrando metáforas nas entrelinhas para entregar seu mais novo trabalho ao lado da ótima atriz, Anne Hathaway, em ‘Colossal’.    

 A trama acompanha a chegada de Gloria (Anne Hathaway) a sua cidade natal, após perder o emprego e separar de seu noivo (Dan Stevens) em Nova Iorque. No local, ela reencontra seu amigo de infância (Jason Sudeikis), e ambos além de presenciar as notícias sobre o ataque de um monstro gigante na cidade de Seul descobrem que estão misteriosamente conectados ao evento.      

  A sinopse não chega a empolgar os espectadores, mas a sucinta originalidade pode surpreender a muitos. Sucinta, pois mesmo a direção de Vigalondo quebrar esse paradigma de monstros e catástrofes, ele, também roteirista, utiliza dos velhos clichês do gênero a seu favor para conciliar o mundano da ficção. Em conseqüência, o inicio do segundo ato é apresentar a insólita origem do monstro e brincar com essa questão        

  Outro ponto de ‘Colossal’ não seguir os parâmetros de seu gênero é seu baixo orçamento. Aqui não temos efeitos especiais de cair o queixo e movimentos de câmeras inusitadas, sua narrativa é metódica com o interessante primeiro ato apresentando os personagens até a origem do monstro. No segundo ato o filme perde sua criatividade e seu tom ao iniciar a rivalidade entre Gloria e seu antigo amigo, fica repetitivo e arrastado.   

  Focada nas decisões e motivações de Gloria, o filme pouco apresenta os personagens dos atores Dan Stevens e Sudeikis. Ambos são relevantes a trama e tem suas importâncias para a grande revelação em ‘Colossal’, porém eles são pouco explorados e ficamos com a sensação de querer saber mais sobre eles. Já Anne Hathaway é beneficiada pelo roteiro e faz uma grande interpretação na pele de uma desnorteada, alcoólica e depressiva Gloria e conseguindo transmitir toda solidão com um bom trabalho corporal.

   Colossal’ volta a crescer no terceiro ato com sua interessante revelação e mesmo se tornando previsível e tropicando nos clichês, como um bom filme pipoca, termina da forma como o público gostaria.          
 

   NOTA: 6,5