O
gênero serial killer sempre foi contemplado por todos, porém muito deles seguem
os mesmos arquétipos, e as mesmas trivialidades. Fugindo do impessoal, o roteirista e diretor
Billy O’Brien não se limita no gênero, criando novas camadas e oferecendo um
projeto original em ‘Eu Não Sou Um Serial Killer’.
Baseado
no livro de mesmo título, escrito por Dan Wells. A trama acompanha John Cleaver
(Max Records), um jovem com tendências sociopatas obcecado por serial killers,
mas não deseja se tornar um. Seus terríveis e tentadores impulsos começam a
tomar novas proporções quando sua cidade passa a vivenciar uma série de
assassinatos, deixado ele confuso sobre
suas decisões.
Partindo
desse princípio, o filme lembra a famosa série ‘Dexter’ seguindo o conceito de
assassino contra assassino. Ao longo de seus aproximadamente 100 minutos, o
filme não tem pressa em causar sustos baratos ou ao chegar a seu clímax, aqui o
público acompanha e simpatiza por John, em razão do bom desenvolvimento do
protagonista, que, no fundo, não é um mau garoto. Ele está apenas lidando com
um transtorno incomum, e o mistério de ‘Eu Não Sou Um Serial Killer’ não é a
identidade do assassino, mas sim a fase do auto-reconhecimento de John diante
da pessoa por trás das mortes de sua cidade.
Com
isso, o suspense não é o gênero principal da trama. O cineasta O’Brien insere o
drama e o sci-fi. Sim, o sci-fi! Destacando assim a inovação deste novo serial
killer diante dos filmes do gênero, porém o longa requer paciência do
espectador. O diretor adotou um ritmo lento tornando os 100 minutos da produção
desgastantes, além de não entregar a tensão necessária nos minutos iniciais e
não explorar o psicológico entre o protagonista e o vilão, para cativar o
público.
Tudo
isso muda no decorrer do filme e a tensão começa a acentuar por conta do bom
trabalho de fotografia mesclando tons vermelhos e escuros remetendo aos anos 70
e 80 (clássicos de terror), assim como a interessante trilha sonora trazendo
sucessos do rock alternativo e clássicos.
Inovando em um gênero que vinha sendo
corriqueiro nos últimos anos, ‘Eu Não Sou Um Serial Killer’ pode não agradar a
todos, devido a sua insossa execução e a quebra de ritmo em seu ultimo
ato.
NOTA: 6,0