
Comprovando
sua ótima parceria com o astro Ricardo Darín (antes conhecidos pelo ótimo
trabalho em ‘O Mesmo Amor, A Mesma Chuva’ e ‘Nove Rainhas’) em ‘O Filho da
Noiva’. A trama acompanha a vida conturbada e sobrecarregada do dono do
restaurante, Rafael (Ricardo Darín) que não tem tempo para desfrutar sua fase
ao lado de sua filha e principalmente de sua mãe (Norma Aleandro), esta sob o
Alzheimer. Porém, Rafael é obrigado a reavaliar o rumo de sua vida com a
chegada de seu amigo de infância Juan Carlos (Eduardo Blanco), a presença marcante
de seu pai (Héctor Alterio) e um infarto quase fatal.
Apesar
da premissa não interresar à primeira vista o espectador, ‘O Filho da Noiva’
transpõe com leveza e seriedade todos os eventos ocorridos na pele de Rafael e
das pessoas que o rodeiam. A verossimilhança da direção de Juan José Campanella
nos concerne à preocupação humana diante das dificuldades apresentadas em nosso
dia a dia. Tudo é muito real, delicado, sugerindo diferentes reflexões sobre a
postura humana na busca constante para encontrar nossa identidade.
Aparentemente
com uma trama fácil de cair no melodrama barato, Campanella não se rendeu nas
armadilhas do gênero e encontrou o tom perfeito entre o drama e a comédia,
despertando o público a passar por diferentes emoções. Dentre o riso e o choro,
‘O Filho da Noiva’ reserva cenas memoráveis provocando singelas gargalhadas na
comédia subentendida, como na genial idéia da discussão entre Rafael e Juan
Carlos em meio a uma gravação de um filme e, afinal, quem é Dick Watson? E
também nos momentos comoventes, quando Rafael abre seu coração para sua mãe.

Ricardo
Dárin mostrou sem talento em três momentos memoráveis, a discussão com seu
amigo de infância, as suas angustias e o amor pela sua mãe e a sua reconcilião
com sua namorada por meio de um interfone. Outra quem está excelente é Norma
Aleandro capaz de fazer o público indagar se ela realmente sofre de Alzheimer.
Héctor Alterio entrega uma das cenas mais lindas apresentando um monólogo sobre
a figura de sua esposa e sua representatividade no restaurante. E Eduardo
Blanco demonstra um timing cômico perfeito.
Outro
ponto interessante comumente na direção de Campanella é situar suas produções
diante do cenário político argentino e, ‘O Filho da Noiva’ não é diferente. Lançado
em 2001, durante o auge da crise econômica argentina, o filme reflete as
caracteristicas do período. Como também infunde sutis críticas sociais e ao
capitalismo desenfreado.
Com
o poder de guarnecer a solidariedade da natureza humana e de nos fazer crer e
viver cada momento de nosso dia a dia. ‘O Filho Da Noiva’ é tocante e cômico na medida certa,
reserva momentos marcantes, atuações genuínas, e uma belíssima mensagem que
precisamos levar para o resto de nossas vidas.
NOTA: 10
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