Em
seu segundo projeto como cineasta, Alex Garland apresenta novamente sua visão
pessimista sobre a humanidade. Garland provou há muito tempo ser um grande
roteirista ao ser responsável por ‘Extermínio’, ‘Sunshine’ e ‘Ex-Machina (2015)’, este marcando sua
estréia na direção. Dessa vez, ele vem para dar deixar todo mundo coçando a
cabeça com sua mais nova obra cerebral, ‘Aniquilação’.
Baseado
sucintamente no livro ‘Aniquilação’ de Jeff VanderMeer, a bióloga Lena (Natalie
Portman) se junta a uma missão secreta ao lado de outras três mulheres na
misteriosa Área X, um local isolado em constante expansão onde as leis da
natureza não se aplicam. Encantador e ao mesmo tempo hibrido, o grupo precisa
unir forças e lidar com as anomalias genéticas presentes no ambiente.
Com
a direção e o roteiro assinado por Alex Garland, o cineasta não se compromete a
seguir todos os eventos datados no livro e o mesmo declara em uma entrevista,
“I’m going to adapt it from the memory of the book”. A partir disso, sua nova
ficção cientifica não se prende ao material fonte e discute temas sérios como,
criação, ciência, identidade, niilismo, mutação, autodestruição e, acima de
tudo, a humanidade. Em conseqüência, Garland oferece sua visão pessimista sobre
os temas e ‘Aniquilação’ não se propõe a responder suas diversas perguntas, gerando
diferentes interpretações e um misto de sensação ao público.
Seu
roteiro também realiza algo arriscado, porém eficiente em sua proposta. Mesmo
já revelando as conclusões dos personagens logo no inicio, Garland soube muito
bem criar um clima de suspense e instigar o espectador a embarcar nessa
expedição para responder o ‘como’ e o ‘porque’. A estrutura narrativa não linear distintamente
montada sugere ao público uma maior atenção aos detalhes e os desafiam
constantemente.

Outro
ponto alto em ‘Aniquilação’ foi a escalação de seu elenco. Com Natalie Portman
comandando todas as ações na trama transmitindo todo o seu lado emocional e
intelectual. Os personagens secundários têm papeis importantíssimos em prol as
questões levantadas na produção, pois todos têm uma característica marcante
reforçando ainda mais o tema da autodestruição (parei por aqui para evitar
spoiler).
‘Aniquilação’
pode não agradar a todos pelo seu final duvidoso, o ritmo cadenciado, a
exposição de muitas perguntas sem respostas e, para os mais cinéfilos, remeter
a ‘Stalker’. Porém é ousado, intelectual, sugere reflexões pertinentes a
humanidade e um longo debate sobre sua verdadeira mensagem.
NOTA: 8,4
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