Estreias

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Crítica - 'Hereditário'


   ‘Hereditário’ - a nova safra dos filmes de horror do século XXI. Bem ou mal, muitas dessas produções dividiram a opinião do público com os excelentes ‘Corrente do Mal’, ‘A Bruxa’, ‘Ao Cair da Noite’ e o mais recente ‘Um Lugar Silencioso’. Flertando com o gênero do terror psicológico, o primeiro longa-metragem do cineasta Ari Aster segue essa mesma vertente.  

     Após a morte da matriarca da família, o casal Annie (Toni Collete) e Steve (Gabriel Byrne) e seus dois filhos começam a presenciar eventos sobrenaturais, especialmente a criança Charlie (Milly Shapiro). Com o terror instaurado, os segredos mais sombrios da família são revelados.                            
 
   Assim como a maioria dos outros filmes citados anteriormente, ‘Hereditário’ marca a estréia do diretor Ari Aster. E sua apresentação não podia ser melhor! Aster apresenta um domínio técnico invejável em seu primeiro longa-metragem compreendendo o real significado do terror psicológico. Aqui não há sustos baratos, mas sim uma criação de uma atmosfera densa, misteriosa, sinistra e crescente conforme a narrativa até a chegada do clímax assustador.  

   Nesse meio tempo, a direção de Aster envolve o espectador aos poucos levantamentos questionamentos sobre a real intenção da trama. Muitos temas são abordados em seu primeira metade pairando a dúvida do público sobre qual filme estamos realmente assistindo. Será sobre o drama familiar? Os segredos de uma família depravada? Sobre espíritos? Exorcismo? E esse é o grande mérito de ‘Hereditário’. 
 
   Quando o filme decide qual caminho prosseguir, o mistério/psicológico abre espaço para o assustador. Com grandes chances de inovar, ‘Hereditário’ volta a cair nos velhos clichês do gênero e muitas das perguntas levantadas durante sua narrativa se tornam autoexplicativas no último ato. Em compensação, somos presenteados com cenas intensas, arrepiantes e trágicas.                                 
                                
   E os elogios não param por ai, até porque temos a performance brilhante de Toni Collete. Mostrando-se uma mãe zelosa com seus filhos, mas também intensa nos momentos que lhe convém (vide na cena da mesa de jantar). Preocupada e ao mesmo tempo curiosa (quando sua amiga apresenta as entidades) e principalmente seu sofrimento pela perda. A atuação de Toni Collete merece ser reconhecida nas premiações. 

   Detentor de uma estrutura narrativa pouco convencional, ‘Hereditário’ pode dividir a opinião do público por tal conformação. Entretanto, coloca Ari Aster no radar dos promissores diretores e entra para o seleto grupo dos melhores filmes de terror do século.  


NOTA: 8,2

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