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sábado, 26 de outubro de 2019

Crítica - 'Anna: O Perigo Tem Nome'


   O cineasta francês Luc Besson está longe de sua melhor forma quando presenteou o mundo com os excelentes ‘O Profissional’ (1994) e ‘O Quinto Elemento’ (1997). A prova de sua decadência recaiu em seus últimos trabalhos no fraquíssimo ‘Valerian e a Cidade dos Mil Planetas’, todas as suas animações e até mesmo o divisor de opiniões ‘Lucy’. Não obstante, seu novo filme intitulado ‘Anna – O Perigo tem Nome’ é mais do mesmo. 

   Na trama, Anna Poliatova (Sasha Luss) é uma modelo famosa e muito requisitada por várias marcas de luxo, porém isso é apenas um disfarce de sua verdadeira identidade como uma assassina da KGB.  Treinada e orientada pelo agente Alexei (Luke Evans) e Olga (Hellen Mirren), ela fará de tudo para assegurar sua liberdade frente à opressão do governo soviético e se necessário unir forçar com o maior rival, a CIA. 

   Com uma trama de encher os olhos de qualquer espectador a procura de um bom filme de espionagem. O diretor Luc Besson busca inovar nos minutos iniciais entregando cenas frenéticas muito bem conduzidas provando de planos-sequências, tracking-shots e lapsos temporais, este com o objetivo de situarmos a todo tempo sobre fatos e datas. Entretanto, o que parecia instigante no início com a narrativa temporal reservando boas reviravoltas e ótimas sequencias de ação, mais tarde se torna desleixado, desgastante e autodidático desconstruindo o ritmo de ‘Anna – O Perigo tem Nome’ e o tornando muito mais longo do que aparenta.                  

  O mesmo pode se dizer das atuações, o quarteto composto pela atriz e modelo Sasha Luss, Luke Evans, Cillian Murphy e Hellen Mirren estão muito bem em cena transmitindo as reais intenções de seus respectivos papeis. Porém, a material fonte não os ajuda a criar novas camadas e todos os personagens são unidimensionais, bem como a contextualização do cenário político entre CIA e KGB.          

   Por se tratar de Luc Besson, o vislumbre visual e a atmosfera refinada reforça a pungente rivalidade datada na época e remete a vários filmes de espionagem. Porém, ‘Anna – O Perigo tem Nome’ é mais uma convenção do gênero que extasia o espectador de antemão, mas se compromete pelas próprias virtudes.


NOTA: 6,0

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