Estreias

segunda-feira, 23 de março de 2020

Crítica - 'O Homem Invisível'


   Muitos Estúdios resolveram criar seu próprio universo cinematográfico, no intuito de atender os fãs modernizando as obras clássicas do cinema para os dias atuais e visando uma grande quantia nas bilheterias. Nesse contexto, se encontra a Universal Dark responsável por Drácula, Múmia, Monstro do Lago, Fantasma da Ópera, ‘O Homem Invisível (2020)’, este com baixíssimo orçamento se comparado com o fracasso de ‘A Múmia (2017)’. O risco de ser mais um fracasso era tamanha para a Produtora, porém o resultado abriu novas esperanças. 

   Na trama, Cecilia (Elizabeth Moss) traumatizada com seu antigo relacionamento suspeita da morte de seu ex-namorado. Buscando novos ares para seguir em frente, ela passa a ser perseguida pelo abusivo e precisa provar que está sendo vítima por alguém que ninguém pode ver.   

   A direção assinada por Leigh Whannell (conhecido pelo muito bom ‘Upgrade’) constrói a narrativa a partir do suspense gradual brincando com o imagético do espectador se o homem invisível está ou não, presente em cena. O motivo de ninguém acreditar na verdade de Cecilia gera certa desconfiança no espectador sobre se ela está realmente alucinada ou se todos os acontecimentos são de fato reais. Consequentemente, ‘O Homem Invisível’ se torna verdadeiro aos nossos olhos e ganha fortes proporções com o passar do tempo entregando cenas tensas, intensas, arrepiantes e surpreendentes (aplausos para a cena do restaurante). 

   Com uma ótima primeiro metade retratando os traumas da protagonista e a perseguição com o Homem Invisível.  A qualidade da produção não está presente apenas nestes elementos, mas sim servindo-se como uma forte metáfora sobre o relacionamento abusivo e a violência doméstica. E nesse cenário, a atuação de Elisabeth Moss é absurdamente impecável imprimindo a desolação de seu passado, o medo, a raiva e a decepção presente, como também a coragem para seguir em frente. Sem ela ‘O Homem Invisível’ não teria o mesmo resultado. 

  Quando adentramos no último ato, a direção tão bem postada por Whannell perde o controle do tom narrativo ao abdicar do terror psicológico e da tal verossimilhança criada inicialmente, para dar espaço as ações do antagonista. Apesar de soar rápido, o clima de tensão, o ritmo frenético e as surpresas de roteiro garantem uma boa dose de ansiedade e euforia ao público.

  ‘O Homem Invisível (2020)’ é muito mais que uma simples história de terror, afinal o verdadeiro horror é aquelas que passam pelas mãos dos inconsequentes e se sentem obrigadas a permanecer num ambiente que não convém com suas realidades. A forte atuação atriz Elisabeth Moss retrata com tamanha perfeição todo o sofrimento e angustia daquelas que um dia já passaram ou, infelizmente passarão. Não podemos deixá-los impune! E essa forte mensagem garante o melhor filme do gênero no ano e um novo futuro para a Universal Dark.   


NOTA: 8,0
                

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