Adaptar
obras de Patricia Highsmith requer muito cautela. Para quem não a conhece, a
autora é responsável pelo respeitado ‘Carol’ de 2015, detentor de grandes
prêmios, sob o comando de Todd Haynes. Agora, sua nova adaptação ficou nas mãos
no cineasta Andy Goddard, que infelizmente não soube retratar o valor de sua
obra no suspense, ‘A Kind of Murder’.
A
adaptação escrita em 1960 por Highsmith titulada ‘The Blunderer’, acompanha o
bem-sucedido arquiteto Walker Stackhouse (Patrick Wilson) preso em um feliz
casamento com Clara (Jessica Biel). Metido a escritor, Walker coleciona
noticias desfortúnias de jornais e acaba fascinado pelo caso de Kimmel (Eddie
Marsan), um homem suspeito de matar brutalmente sua própria esposa. Porém,
quando ele menos imagina, sua esposa é encontrada morta e ele passa a ser o
principal suspeito.
Com
um trailer e uma sinopse arrebatadora, o filme não oferece o valor de seu
suspense. O roteiro adaptado por Susan Boyd apresenta devidamente o casal
protagonista no primeiro ato, e em segundo plano, sem desenvolvimento, o caso
Kimmel preenche a tela. Porém, esses elementos são jogados na trama, e o
cineasta Goddard não consegue criar uma atmosfera carregada. Dessa maneira, os
minutos iniciais da trama são desgastantes, sem assertividade e demora a
conceder o suspense, de fato.
O
filme começa a ficar interessante quando os dois núcleos da história se
conectam. Quando o arquiteto Walker conhece Kimmel, e ambos são investigados
pelo detetive Corby (Vincent Kartheiser), o novo personagem da trama. A partir
daí, o suspense que todos esperavam vem à tona e, Goddard mostrou-se eficiente com
o inicio da segunda metade, lembrando os ares hitchcockianos, com uma trilha
sonora lúgubre e condizente com a época, assim como o design de produção
perfeito.
Com boas
atuações de seu elenco, principalmente Eddie Marsan interpretando o sociopata
Kimmel e, de Jessica Biel vivendo a esposa chata, ciumenta e visivelmente
abalada psicologicamente pelo bom trabalho de corpo. ‘A Kind of Murder’ fica
auto-explicativo em alguns momentos, utiliza o encantamento de seu ótimo design
de produção para cobrir as falhas do roteiro e a sensação final é: já vimos
muitos filmes melhores contados que esse.
NOTA: 5,5
a história pula tanto q pensei q vi uma versão reeditada de filme bem longo
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