Em
sua última cartada, ‘Logan’ finaliza a saga X-Men com chave de ouro. A franquia
de fato sempre fora confusa e acumulou mais filmes ruins, regulares e poucos
são definitivamente bons, estes conhecidos por corrigir os erros dos
outros. Porém, no apagar das luzes, a franquia transforma sua fantasia em
realismo e arremata a era do astro Hugh Jackman da maneira mais digna possível.
Passado
em 2029, vemos Logan velho, cansado de ser o Wolverine e ganha a vida como
chofer de limousine para cuidar do doente professor Xavier (Patrick Stewart).
Tudo muda quando Logan é procurado por Gabriela (Elizabeth Rodriguez), uma
mulher mexicana que necessita da ajuda do ex X-Men, pois sua suposta filha
Laura Kinney está sendo perseguida por uma organização perversa, comandada por
Donald Pierce (Boyd Holbrook).
‘Logan’
é diferente de todos os outros filmes da franquia. Sem aquele mundo de fantasia,
repleto de ação e personagens carismáticos, sua faixa etária diz exatamente do
que se espera. Acima de dezesseis anos, a atmosfera melancólica, a violência e
o drama estão mais presentes representando os efeitos colaterais de Logan ter
sido Wolverine. Com poder de cura baixo, cicatrizes em todo corpo e a aparência
velha mostra que o verdadeiro vilão do herói, é ele mesmo.
Com
menos cenas de ações dos outros filmes, aqui todas elas tem um forte
significado e tem muito a dizer para a trama e o personagem. Nada é para puro
prazer ou diversão. A direção de James Mangold (do bom ‘Wolverine: Imortal’ e
do muito bom ‘Johnny & June’) trouxe cenas de ação muito bem coordenadas
(destaque para três ótimas cenas) reforçando o senso de realismo e brutalidade
e trazendo uma violência excessivamente gráfica. Finalmente, vemos o Wolverine
matar como todos nós esperávamos há muito tempo.
Como
um filme Impiedoso, intimista e melancólico. O desgaste emocional, psicológico
e físico é demonstrado com perfeição pelo ator Hugh Jackman – aqui ele
simplesmente entrega a sua melhor atuação de todos os X-Mens. Também consumido
e coberto de remorso, Patrick Stewart entrega uma atuação digna de merecer uma
indicação ao Oscar, e a presença temida pelo “vilão” interpretado por Boyd
Holbrook. E a grande surpresa de ‘Logan’ é a vitalidade da pequena atriz Dafne
Keen, atuando com poucas falas e transmitindo um olhar intenso, ameaçador e ao
mesmo tempo vemos uma simples criança estiolada.
Agora
explico o porquê de o vilão estar em aspas. Um dos pontos geniais do filme, e a
forma como Mangold entrega diferentes visões dos personagens passando uma
dúvida na mente do espectador sobre quem é o antagonista - visto nos momentos
de batalha onde ele coloca a câmera no ponto de vista de Donald Pierce. O outro
ponto é ele conceder um clima de nostalgia relembrando levemente os primeiros
X-Mens, principalmente na segunda metade.
Mesmo
com algumas cenas previsível durante sua projeção, ‘Logan’ é certeiro dentro de
sua proposta, é disparado o melhor filme X-Men, seu desfecho é irretocável e se
garante com um dos melhores filmes de super-herói de todos os tempos.
NOTA: 9,5
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