Pouco
conhecido pelo público em geral, ‘Refugio’ merece ser reconhecido por retratar
a dura realidade alemã na década de 70. Independente do país de produção, o art
house alemão consegue cativar o público de qualquer nacionalidade discutindo
diversos temas pertinentes nos dias atuais envolto de uma história
interessante, chocante, angustiante a partir da premissa: qual a melhor forma
de educar uma criança?
Baseado
em fatos reais, permaneceu ativa na Alemanha Ocidental nos anos 70, uma escola
cristã que utilizava a violência e a repressão como forma de educação. A trama
acompanha a chegada de Wolfgang (Louis Hofmann) ,uma desobediente criança de 14
anos, que tenta fugir da tortura imposta pelo diretor (Alexander Held) e seus
empregados.
Não
apenas interessante em sua proposta, o cineasta estreante Marc Brummund
escolheu os locais originais onde passou os fatos reais inserindo o espectador à
realidade datada em meados dos anos 70. Brummund não se preocupa em suavizar as
passagens do protagonista, e apresenta os dois lados da moeda: a instituição como um verdadeiro santuário de
terror, reformatórios para caras durões e o sadismo como seu mote. Como também,
a vida problemática de Wolfgang dentro de casa e sua rebelde atitude.
Dessa
forma, Brummund não procura romantizar a trama e agradar o público em geral por
justamente colocar em tela o sadismo em primeiro lugar. Quão longe você pode
resistir? Desafiando as autoridades e sofrendo qualquer tipo de intimidação por
parte de seus colegas e superiores, o pequeno garoto de apenas 14 anos tenta a
todo custo fugir da instituição e passamos a sofrer junto com ele. Alto lá,
pois mesmo contemplando as severas sanções, sabemos que aquele garoto não é um
exemplo a ser seguido.
Em
contrapartida, pela decisão tomada por Brummund reconhecemos o grande problema
de ‘Freistatt (do original)’. O excesso da violência torna-o cansativo para um
relatório valioso, é uma série de abusos infantil para pouca política e regras
dos membros superiores. Entretanto, novos temas começam a ganhar força pela
relevância não só ao período, como também nos dias atuais.
Temas
como educação, abuso infantil, autoridade parental, incesto estão todos presentes
em ‘Freistatt’. As conseqüências de tais atos começam a pesar sobre Wolgang, e
o ator Louis Hofmann está espetacular conseguindo transmitir toda sua coragem e
fragilidade, sua atuação aqui é digna de prêmios (méritos da cena dele com a
mãe no carro no terceiro ato). Outro ator excelente é Alexander Held
apresentando toda a imponência e crueldade de seu personagem causando ódio de
quem o está assistindo.
‘Freistatt (do original)’ apresenta
um grande valor histórico discutindo temas importantes em seu período e merece ser
reconhecido por muitos, principalmente por aqueles que têm curiosidades sobre
as falhas do sistema educacional.
NOTA: 8,0
O filme é excelente, e não sou critico, nem a melhor pessoa para fazer isso, sou apenas telespectador, mas que raiva, eu mataria todo mundo.
ResponderExcluirFilme maravilhoso, angustiante, forte, impactante e muito muito bem realizado :)
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