Estreias

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Crítica - 'Dunkirk'


   
   Muitos o consideram como um dos melhores cineastas de todos os tempos, outros bem, mais bem abaixo disso. A relação “ame-o ou deixe-o” virou regra quando citamos Christopher Nolan, e suas antigas produções até hoje dividem opiniões e são centros de boas discussões. Essa sensação não é diferente em seu já controverso novo filme, mas sejamos sensatos, Nolan da uma aula de direção em ‘Dunkirk’.                            
   Durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados aliados da Bélgica, França e do Império Britânico são cercados pelas tropas alemãs nas praias de Dunkirk. Sob cobertura aérea, marítima e  terrestre das forças britânicas e francesas, as tropas são lentamente evacuadas.              
 
   A direção de Christopher Nolan retrata esse episódio em três momentos distintos: a terra, o ar e a água. Durante sua carreira, Nolan sempre se mostrou preciso em trabalhar a questão de tempo e espaço e, aqui, não é diferente. O diretor consegue conjugar perfeitamente a narrativa fragmentada nesses três espaços-tempos distintos, tornando ‘Dunkirk’ uma experiência angustiante e extremamente  imersivo.   

  Nesse processo angustiante e desesperador, Nolan apresenta seu amplo domínio da linguagem cinematográfica. Visualmente magistral, cada enquadramento entrega a real sensação de estar dentro de uma guerra, sua condução narrativa com uma ótima transição entre perspectivas, e a forte coerência rítmica pelo ótimo trabalho de edição e montagem imergi o espectador dentro da trama.               


  Sem contar o trabalho absurdo da edição e mixagem de som perfeitamente disposto com a trilha sonora do Hans Zimmer colocando o público dentro da guerra e sentindo toda a angústia e o desespero em cada conjuntura. É bem provável que veremos todas essas indicações no Oscar 2018! Falando nesses aspectos, para melhor experiência, assista ‘Dunkirk’ em IMAX e na maior tela possível!    

  O roteiro assinado pelo próprio Nolan não se preocupa em desenvolver seus personagens, e sim retratar o conflito em si. Com pouquíssimos diálogos, ‘Dunkirk’ se diferencia de outros filmes do gênero que mostram o horror da luta armada por meio da carnificina e a figura do protagonista, visto no recente ‘Até O Último Homem’. Aqui o verdadeiro protagonista são as praias de Dunkirk, e os bons atores Mark Rylance, Cillian Murphy e Tom Hardy são meros coadjuvantes. Muitos vêm criticando o descaso pelos personagens, mas ‘Dunkirk’ é um filme sobre guerra e não necessariamente de guerra.       
 
  Em ‘Dunkirk’ você não vera um roteiro complexo e atuações monstruosas, mas sim uma direção impecável de Christopher Nolan tornando seu mais novo filme uma experiência gratificante para os amantes do cinema e, com certeza, um dos melhores de sua carreira.                                                                                  
                                                                                                     
                                                          NOTA: 9,0

                 

2 comentários :

  1. O trailer foi a chave para captar o espectador. Christopher Nolan como sempre nos deixa um trabalho de excelente qualidade, sem dúvida é um dos melhores diretores que existem, a maneira em que consegue transmitir tantas emoções com um filme ao espectador é maravilhoso. Dunkirk é um filme com un roteiro maravilhoso. É um filme sobre esforços, sobre como a sobrevivência é uma guerra diária, inglória e sem nenhuma arma. Acho que é um dos melhores filmes em 2017 é uma produção que vale a pena do principio ao fim. É um exemplo de filme que serve bem para demonstrar o poder do cinema em contar uma história através de sons e imagens, que é, diga-se de passagem, a principal característica da sétima arte.

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  2. Também gostei bastante desse filme, tanto é que ele ficou nas menções honrosas do meu top 10 melhores filmes de 2017!

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