O ano de 2017 foi grandioso para o cinema reservando ótimos filmes em diferentes lugares do mundo. Como são lançados inúmeras e inúmeras produções ao longo de um ano, muitas acabam passando abatidas para os espectadores ou são pouco comentadas. Ficando até mesmo de fora do circuito comercial.
Dessa maneira, o Filme Na Mente resolveu listar cinco filmes e um bônus, com o intuito de enfatizar ótimas obras que provavelmente tiveram pouca audiência. Então, vamos a eles:
'DETROIT EM REBELIÃO'
Pouco comentado e com rápida passagem nas salas do cinema,
'Detroit Em Rebelião' é tenso do inicio ao fim usando como mote o retrato
significativo das tensões raciais no EUA. Baseado em fatos reais relatando os
protestos da população negra por causa da repressão policial e o abandono do
Estado em 1967, Detroit. Um dos grandes acertos da produção foi a escolha de
Kathryn Bigelow na direção (conhecida pelos ótimos 'A Hora Mais Escura' e
'Guerra Ao Terror').
Aqui, Bigelow repete suas facetas
em seus trabalhos anteriores reforçando o desconforto daquela realidade.
'Detroit Em Rebelião' demora para imprimir sua premissa, mas quando estampa é
para valer. O filme se torna gradativamente mais claustrofóbico, intenso. Os
enquadramentos amplificam a angústia de um lado e a crueldade do outro. O
design de som é poderoso. A montagem emprega com perfeição as imagens de
arquivos dentro da trama, e a edição concedendo um ritmo ágil reforça ainda
mais a tensão naquele período.
'Detroit Em
Rebelião' traz fortes impactos narrativos em seu último ato e para aqueles que
se interessam por este tipo de obra, aqui é um prato cheio.
' A GHOST STORY'
'A Ghost Story' é o filme independente dessa lista de um orçamento baixíssimo (100 mil dólares), mas com uma mensagem poderosa. Original,
incomum, inestimável, excêntrico e alegórico, o cineasta David Lowery
(conhecido pelo bom ‘Amor Fora da Lei’) criou sua própria linguagem
cinematográfica e entrega uma produção jamais vista nos últimos anos. ' A Ghost
Story' é um dos melhores filmes sobre espectrologia já realizados na história
do cinema e está na minha lista dos melhores filmes de 2017 (você pode conferir nos especiais).
'LADY MACBETH'
Outro filme pouco comentado é o ótimo britânico 'Lady
Macbeth'. Não se engane, 'Lady Macbeth' não se baseia na obra de William
Shakespeare, mas sim do romance homônimo do russo Nikolai Leskov, 'Lady Macbeth
do Distrito de Mtsensk'. Na trama, Katherine
(Florence Pugh) se casa por conveniência com Alexander (Paul Hilton), porém ela
se vê reclusa em um família inclemente e decide tomar as rédeas da sua própria
vida.
'O LAMENTO'
Para quem está cansado da estrutura narrativa hollywoodiana, uma forte indicação é migrar para o cinema sul-coreano. Diferente e único, nos últimos anos a Coreia do Sul vem ganhando notoriedade em suas produções em 'A Criada' e 'Invasão Zumbi' justamente por estar presente nas listas dos melhores filmes de 2016 ao redor do mundo. E não demorou muito para eles presentearem mais um ótimo suspense em 'O Lamento'.
'SUA MELHOR HISTÓRIA'
Se há um filme pouco comentado no ano de 2017 é 'Sua Melhor História'. Afinal, o que seria uma história sem um grande roteirista? Independente dos movimentos
cinematográficos marcantes em suas respectivas épocas, os verdadeiros autores
foram aqueles que sempre buscaram a autenticidade e originalidade para
enaltecer a obra. Nesse contexto, ‘Sua Melhor História’ apresenta a força dos
roteiristas da década de 1940 na indústria cinematográfica britânica.
BÔNUS
Apesar de ser produzido no ano de 2015, 'Manifesto' foi lançado no Brasil em 2017 e, por esse motivo, está como um bônus nessa lista. Entretanto, é um filme dificilíssimo de recomendar, pois é a obra mais original, diferente, único, estranho e fora da caixa! Pouco comentando, justamente pelo fato de ser desconvidativo empregando as frases “Faço um manifesto porque
não tenho nada a dizer...” e “não obrigo ninguém a me seguir” logo no início da produção. Representa sua particularidade.
'Manifesto' ainda conta com uma atuação monstruosa de Cate Blanchett interpretando treze personagens diferentes. Isso mesmo, treze! Além de carregar uma mensagem
adjacente poderosa à atualidade, no qual o papel do artista e da arte vem sendo
embate de grandes temas e subjugado por
tendências moralistas.
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