Estreias

terça-feira, 15 de maio de 2018

Crítica - 'Operação Red Sparrow'


    Os filmes de espionagem começaram a ter suas devidas atenções nos últimos anos devido a suas inúmeras produções. Dentre os mais recentes estão as surpresas com ‘Kingsman: Serviço Secreto’, ‘Agente da U.N.C.L.E’, a franquia 007, ‘O Espião Que Sabia Demais’ e um mais antigo ‘Três Dias no Condor’. Vide nesses longas-metragens elementos de ação ou suspense, poucos são aqueles que conseguem uni-los e ‘Operação Red Sparrow’ é mais um exemplo desse irregular resultado.  

   Baseado no livro homônimo de Jason Matthews, ‘Operação Red Sparrow’ conta a história da promissora bailarina Dominika (Jennifer Lawrence), mas se vê forçada a ingressar em um esquema do serviço secreto Russo, após um incidente que a impossibilitou de retornar aos grandes palcos. Depois de passar por um árduo processo para se tornar uma Sparrow, Dominika recebe a missão de se aproximar do agente da CIA, Nash (Joel Edgerton) e extrair todas as informações possíveis.     

   A direção de Francis Lawrence (conhecido pela franquia ‘Hunger Games’) retoma sua parceria com a atriz Jennifer Lawrence em uma narrativa ousada, porém oscilante. O diferente em ‘Operação Red Sparrow’ em relação a outras produções do gênero está em sua estrutura de subverter o espectador com cenas picantes. Afinal, uma Sparrow nada mais é: uma sedutora treinada na melhor escola de espionagem russa e utiliza seu corpo para conseguir os mais sigilosos segredos.
 
   Diante disso, ‘Red Sparrow’ (do original) ressalta sua própria misoginia podendo agradar ou não, o público. Há cenas de nudez, estupro e violência, e todas elas com um real propósito a trama, nada é gratuitamente sexista. Nessas circunstâncias, a direção de Lawrence contrasta a violência sexual em seus ótimos movimentos de câmera e também pela sua sofisticada iconografia. 

   Porém, o roteiro de Justin Haythe se perde em meio a própria estrutura narrativa intercalando entre bons e maus momentos. Enquanto uma cena instiga e cativa o espectador, a conseqüente desanima e se perde na trama central. As subtramas são genéricas, arrastadas e superficiais. Os personagens secundários são unidimensionais. O resultado recai na longa duração da produção (duas horas e quinze minutos) e do ótimo elenco de apoio que pouco contribui.        

   Dentre eles estão, Joel Edgerton, Matthias Schoenaerts, Charlotte Rampling, Mary-Louise Parker e Ciaran Hinds. Todos bem, com exceção de Edgerton que não convence como um espião americano. Já o seu par protagonizado por Jennifer Lawrence é misteriosa e convence como uma agente russa. 

   ‘Operação Red Sparrow’ tinha enorme potencial para entrar na lista de grandes filmes de espionagem, mas se perde em seus inúmeros personagens sem desenvolvimento, assim como em seus subtramas genéricos e esquecidos ao longo da projeção.
    

NOTA: 6,9
 
           
              

Um comentário :

  1. O filme se torna arrastado por volta da segunda metade, valendo-se dos já mencionados rompantes de violência para tirar o espectador do marasmo. Quando leio que um filme será baseado em fatos reais, automaticamente chama a minha atenção, eu amo os filmes baseados em livros, adoro ver como os adaptam para a tela grande. Particularmente It - A Coisa, esse filme foi uma surpresa pra mim, já que apesar dos seus dilemas é uma historia de horror que segue a nova escola, utilizando elementos clássicos. Com protagonistas sólidos e um roteiro diferente.

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