Estreias

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Crítica - 'Berlin Syndrome'


   A carreira da diretora Cate Shortland é um tanto quanto curiosa. Responsável por roteirizar seus dois primeiros filmes ‘Somersault’ e o muito bom ‘Lore’, Shortland sempre buscou autoridade em suas produções mostrando-se eficiente em dramas/romances e seus leves toques de suspense. Sem a sua assinatura no roteiro e concentrando exclusivamente no gênero do suspense, o resultado de ‘Berlin Syndrome’ ficou bem abaixo de seu talento.    

   A trama acompanha a fotografa, Clare (Teresa Palmer), curtindo suas férias em Berlim. Lá, ela encontra com o jovem carismático, Andi (Max Riemelt), e não demora muito para eles terem sua primeira noite de amor. Ao acordar, Clare se vê sozinha e presa no apartamento de Andi.       

   A direção de Cate Shortland pega emprestado certos recursos de suas produções anteriores. O primeiro ato relembra seu trabalho em “Somersault”, pela relação dos personagens Clare e Andi, assim como nas cenas mais picantes. E o suspense de ‘Lore’ justaposto no romance ganha mais força em ‘Berlin Syndrome’.     

  Próximo a um suspense psicológico, Shortland fracassa em conceder um clima soturno e angustiante para o espectador. Com um cenário perfeito para o gênero, a cineasta falha na decupagem em planos, utiliza uma trilha sonora convencional sem qualquer ímpeto para o suspense e acrescentou histórias paralelas desnecessárias a trama. Exemplos, a relação de Andi com seu pai, e certos momentos de Andi com Clare não têm nenhum impacto narrativo.         
 
  O roteiro assinado pela dupla Shaun Grant e Melanie Joosten, não desenvolve seus personagens e não simpatizamos pela protagonista. O passado de Clare não é investigado, a aparição repentina da atriz Emma Bading na pele de uma das alunas de Andi é interessante, mas pouco explorado, e o pobre clima de suspense não entrega a força do clímax. Para quem assistiu a obra-prima ‘Repulsa Ao Sexo’ de Polanski, vai decepcionar aqui.                 

  Mesmo com atuações muito boas de Teresa Palmer e de Max Riemelt (conhecido por ‘Sense8’), ‘Berlin Syndrome’ é esquecível, não faz jus ao talento de Cate Shortland e, caso alguém tem interesse em tramas como essa, recomendo a clássica trilogia do apartamento de Polanski. 
                

NOTA: 5,5



                         

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