Estreias

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Crítica - 'Ex Machina'


         Qual a perfeita jogada para um xeque-mate? Qual será a próxima jogada do oponente? E se o seu oponente for uma maquina? E são com essas jogadas surpreendentes em um jogo psicológico entre a simulação versus a verdade se fez o filme, ‘Ex Machina(2015)’. Retomando ao cinema o senso critico e as questões éticas da Inteligência Artificial, a ficção marca a estréia do diretor Alex Garland mostrando em seu primeiro trabalho ser um grande nome para o cinema, assim como a ótima performance da atriz Alicia Vikander.       

      Na trama, conhecemos o jovem programador vencedor do concurso de sua empresa, Caleb (Domhnall Gleeson), cujo premio é passar sete dias com o diretor da companhia Nathan (Oscar Isaac). Após sua chegada, o jovem foi escolhido a participar do teste de Turing o qual terá que interagir com uma maquina chamada Ava, construída por Nathan.                                       


    Debatendo questões desde a criação de seres com inteligência artificial aos dilemas éticos envolvidos. O ótimo roteiro assinado também por Garland, muito bem escrito e inteligente em seus diálogos, apesar de um ritmo lento o filme te surpreende a cada uma nova sessão, colocando sempre em jogo os humanos contra as maquinas. Mas não são apenas maquinas inteligentes postas a resolver problemas impossíveis para os humanos, aqui elas tem sentimentos.                                                                                                                                 
                         
    Não foi apenas no roteiro que Garland brilhou, atrás das câmeras mostrou ser experiente em seu primeiro filme. Concebendo aquele ambiente futurístico com boas escolhas das cores e dando uma profundidade de campo, tudo isso foi capturada pela ótima e luxuosa fotografia assinado por Rob Hardy, utilizando esquemas de iluminação interessantes, bons enquadramentos e bem pensada para ressaltar o suspense do filme definindo a cor vermelha para tal façanha. Assim como a trilha sonora tenebrosa acentuando a tensão e combinando perfeitamente com aquele ambiente do filme.                                             

   Outro ponto fortíssimo na ficção é seu trio protagonista composto por – Oscar Issac, Domhnall Gleeson e Alicia Vinkander. Em ótimos desempenhos dos três, Issac mostrou mais uma vez sua consistência fazendo um ótimo trabalho vivendo Nathan, ficando um pouco para traz Gleeson da vida ao inteligente e ingênuo, Caleb. Mas, o grande destaque deles é Vinkander – seus gestos, suas expressões mesclando sua inocência com seu olhar e sua sensualidade - incorporou com perfeição a maquina Ava, afirmando seu nome no cinema.


  ‘Ex Machina’ também contou com efeitos visuais de impressionar idealizando a robô Ava e apresentando belos cenários. Para quem procura aquelas ficções com ritmo frenético, aqui não é o caso, mas para quem gosta de questões envolvendo Inteligência Artificial, ciência, tecnologia, erudição e não tem problema com uma execução vagarosa, o filme é a grande surpresa do ano até o momento e recomendado.


NOTA: 8,8


Nenhum comentário :

Postar um comentário