Estreias

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Crítica - 'O Quarto de Jack'


       “Há, pois, o mundo das idéias e o mundo das aparências...” Ora pelo mundo da imperfeição, ora encontrando toda a verdade possível, ‘O Quarto de Jack’ não é apenas cinema, mas sim uma metáfora da condição humana perante o mundo.

    Baseado no best-seller de Emma Donoghue, impossível não se emocionar em ‘O Quarto de Jack’. Dirigido pelo cineasta Lenny Abrahamson que não abre mão de comover o público trazendo um amor único entre mãe e filho. Mas não é o roteiro a principal essência do filme, e sim o show de interpretação da dupla Brie Larson e do garoto promissor Jacob Tremblay, ambos com uma atuação nível Oscar.

    O pequeno Jack, de cinco anos, vive com sua mãe em um pequeno quarto em condições precárias. Dentro daquele mundo cercado apenas de sonhos, livros e TV, para Jack qualquer exemplo dado pela sua mãe é questão de mágica. Conforme a curiosidade do garoto aflora ao lado da sua mãe, ambos buscam um plano para fugir daquele remoto e modesto barraco iniciando uma nova fase de descobertas, o mundo como ele realmente é.      

   Os primeiros minutos do filme são incríveis. De maneira inteligente e fascinante em como o pequeno Jack começa a lidar com a realidade libertando das influencias culturais e sociais dialogando com sua mãe, é o coração do filme. Dessa maneira, o cineasta constrói a primeira metade de forma tensa e faz espectador torcer pelos personagens transmitindo ao publico todas as emoções possíveis (feliz, triste, tenso).                           

   Não é apenas o trabalho competente de Abrahamson que remete as emoções, mas sim o talento de Tremblay e Larson. É muito provável que estamos vendo a vencedora de melhor atriz de 2016 para Larson, com uma das melhores atuações do ano a atriz carrega um enorme peso emocional demonstrando todo o seu sentimento nas trocas de olhares com Jack, o carinho maternal é notável e, consegue transmitir ao espectador tudo o que ela passou. Mas quem também rouba a cena é ator de 10 anos Tremblay, conseguindo balancear sentimentos como raiva, carinho, amor e confusão.               


   A trama perde um pouco o ritmo na segunda metade, e o rumo do filme passa a ser outro. Diante da descoberta do novo mundo, tanto Jack quanto sua mãe tem problemas em lidar com a nova realidade e a trama passa a ser menos interessante. Mesmo assim, o filme é inteligente, emociona, faz sutis criticas a sociedade atual e conta com ótimas atuações, ‘O Quarto de Jack’ é um convite permanente a reflexão.

NOTA: 8,8


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