O
complexo tema a cerca da inteligência artificial vive hoje inúmeros dilemas. De
um lado, poucos filmes buscam embarcar neste assunto por exigir grandes
esforços e muito estudo para trazer notáveis obras cinematográficas. Do outro, uma
falta deste, não representa todo o domínio e as questões envolvidas no assunto,
caso este resultou em ‘Morgan’.
Após
um incidente envolvendo Morgan (Anya Taylor-Joy), uma jovem de aparência frágil
e inofensiva, com os demais assistentes de uma instituição remota, a trama
acompanha a consultora coorporativa de gestão de risco (Kate Mara) posta a
estudar o comportamento da pequena criança, a fim de decidir se ela deve ou não
ser sacrificada.
O
estreante cineasta Luke Scott soube muito bem criar uma atmosfera densa e
misturar outros elementos além da ficção, como a ação e até mesmo, o horror.
Porém, não soube trazer mais camadas de seu simples roteiro, que segue um
caminho metódico - sem prejudicar a narrativa, mas não chega a impressionar.
Dividido em três arcos definidos: a
apresentação de Morgan, sua crise de identidade e a rebeldia. A trama
desenvolve-os superficialmente e, faltou investigar e mostrar mais a origem de
Morgan, ao invés de ficar apenas em relatos, assim como todos os personagens ao
seu redor. Em conseqüência, certos atores não precisavam existir, como é
exemplo de Boyd HolBrook, o nutricionista, envolvido em um subtrama
desnecessário.
Outro
ponto negativo do estreante foi não aproveitar o talento de seu elenco. A única
merecedora de créditos aqui é Taylor-Joy (do ótimo ‘A Bruxa’), na pele da forte
presença de Morgan em um ótimo trabalho corporal. Já os atores secundários são
limitados, apenas a atriz Rose Leslie (‘Game of Thrones’) teve algo a mais para
apresentar e de acordo com a proposta do filme.
Buscando
um caminho para o imprevisível, o filme não alcança esse triunfo. Uma parcela disso acaba recaindo pela atuação
da atriz Kate Mara, por não mascarar os segredos de sua personagem antes do
último ato.
Com cenas de
ação pouco empolgantes, e uma fotografia
a base de tons acinzentados, essencial para criar um ambiente denso,
principalmente pela presença de Morgan. O cineasta Luke Scott apresenta poucos
pontos positivos em sua estréia, porém vamos torcer para que se próximo
trabalho melhore.
NOTA: 5,7
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