Estreias

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Crítica - 'Morgan'


      O complexo tema a cerca da inteligência artificial vive hoje inúmeros dilemas. De um lado, poucos filmes buscam embarcar neste assunto por exigir grandes esforços e muito estudo para trazer notáveis obras cinematográficas. Do outro, uma falta deste, não representa todo o domínio e as questões envolvidas no assunto, caso este resultou em ‘Morgan’.               

     Após um incidente envolvendo Morgan (Anya Taylor-Joy), uma jovem de aparência frágil e inofensiva, com os demais assistentes de uma instituição remota, a trama acompanha a consultora coorporativa de gestão de risco (Kate Mara) posta a estudar o comportamento da pequena criança, a fim de decidir se ela deve ou não ser sacrificada.  
 
   O estreante cineasta Luke Scott soube muito bem criar uma atmosfera densa e misturar outros elementos além da ficção, como a ação e até mesmo, o horror. Porém, não soube trazer mais camadas de seu simples roteiro, que segue um caminho metódico - sem prejudicar a narrativa, mas não chega a impressionar.      

    Dividido em três arcos definidos: a apresentação de Morgan, sua crise de identidade e a rebeldia. A trama desenvolve-os superficialmente e, faltou investigar e mostrar mais a origem de Morgan, ao invés de ficar apenas em relatos, assim como todos os personagens ao seu redor. Em conseqüência, certos atores não precisavam existir, como é exemplo de Boyd HolBrook, o nutricionista, envolvido em um subtrama desnecessário.
 
   Outro ponto negativo do estreante foi não aproveitar o talento de seu elenco. A única merecedora de créditos aqui é Taylor-Joy (do ótimo ‘A Bruxa’), na pele da forte presença de Morgan em um ótimo trabalho corporal. Já os atores secundários são limitados, apenas a atriz Rose Leslie (‘Game of Thrones’) teve algo a mais para apresentar e de acordo com a proposta do filme.                     
 
  Buscando um caminho para o imprevisível, o filme não alcança esse triunfo.  Uma parcela disso acaba recaindo pela atuação da atriz Kate Mara, por não mascarar os segredos de sua personagem antes do último ato.
 
   Com cenas de ação pouco empolgantes, e uma  fotografia a base de tons acinzentados, essencial para criar um ambiente denso, principalmente pela presença de Morgan. O cineasta Luke Scott apresenta poucos pontos positivos em sua estréia, porém vamos torcer para que se próximo trabalho melhore. 

NOTA: 5,7

 

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