A
frase “Vivemos em uma sociedade de vigilância” resume perfeitamente o
emblemático caso de Edward Snowden. Para quem não o conhece, o ex contratado da
NSA chocou o mundo ao revelar os detalhes de vários programas que compõem o
sistema de vigilância global do governo norte-americano e, Hollywood não deixa
passar essa ocasião para trazer as telas, ‘Snowden: Herói ou Traidor’.
Após
alguns anos sem trazer obras memoráveis, o cineasta Oliver Stone mostra-se mais
empenhado nesse seu novo trabalho. Conhecidos pelos filmes com cunho
fundamentado, como o seu ótimo ‘’JFK’’ e o recente ‘’As Torres Gêmeas’’, aqui
mais uma vez ele imprime uma ótima energia narrativa de caráter burocrático fazendo
com que os espectadores, mesmo os mais entendidos no assunto, se interessam
pela trama de Snowden.
Um
dos motivos foi mesclar a vida pessoal do protagonista com o seu trabalho na
NSA. Somos inseridos a um subtrama envolvendo a sua namorada Lindsay Mills
(Shailene Woodley), responsável por abalar os sentimentos de Snowden, porém tal
contexto está apenas como novidade para a maioria, pois não condiz com a
proposta inicial do filme pela personagem ser mal desenvolvida. Assim como
todos os restantes do elenco de apoio, como os atores Zachary Quinto e Nicolas
Cage.
Por
outro lado, a crescente trama acompanhando a chegada de Snowden até o seu
exílio é interessante, e ao mesmo tempo, chocante. O cineasta Stone soube muito
bem tratar o assunto da vigilância tecnológica criando uma sensação de perigo e
tensão, e a uma ansiedade crescente a partir das informações do protagonista.
Para quem não provem de conhecimentos a cerca do conteúdo, é chocante e,
subversivo, a forma como o filme trata que estamos em constante vigia.
Com
um trabalho de voz perfeito do ator Gordon-Levitt lembrando muito a própria voz
de Edward Swonden em sua meticulosa atuação, assim como a ótima presença de
Woodley. ‘Snowden: Herói ou Traidor’ pode não ser novidade para alguns, mas
mesmo assim é um filme fundamental, principalmente para que todos possam
entender o mecanismo de vigilância, agora nas mãos de Trump.
NOTA: 7,0
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