Em
suas últimas produções a Netflix vem retratando temas significativos nos dias
atuais. Foi assim com o controverso ’13 Reasons Why’ no inicio do ano, logo em
seguida ‘Okja’ assinalou a força da logo da expoente do streaming ao discutir a
cultura do consumo, e realizando duras criticas a indústria alimentícia. Agora,
o mais novo filme da plataforma, ‘O Mínimo Para Viver’ traz como mote o
distúrbio alimentar, ou melhor, a anorexia.
Uma
jovem (Lilly Collins) de 20 anos sofrendo de anorexia começa a seguir um
tratamento não convencional criado pelo Dr. William Beckham (Keanu Reeves), e embarca
em uma emocionante jornada de autodescoberta em um grupo.
To
The Bone’ (do original) marca a estréia de Marti Noxon (conhecida por escrever
‘A Hora do Espanto’ e ‘Eu Sou O Número Quatro’) atrás das câmeras. Aqui, o
grande acerto da diretora foi retratar a anorexia como ela é, sem romantizar. É
uma realidade dura, forte, intrínseca de uma mulher lutando constantemente,
exposta para realizar o propósito de conscientização. Em conseqüência, uma
mensagem implícita perdura ao longo da produção.
Entretanto,
é visível ver o pouco apuro narrativo e técnico de Noxon. A partir da segunda
metade, o filme se perde, prolonga mais do que o necessário e perde seu foco. O
tema central perde espaço e permite a entrada de novos assuntos tratados de
maneira superficial, como o passado da protagonista e a questão familiar. Ambos
são interessantes, mas não tem peso narrativo por ser circundados por situações
baratas, figuras estereotipadas e diálogos expositivos.
Quando
o filme centra-se em retratar o convívio do grupo liderado pelo Dr. William,
ele volta a crescer. Todos os personagens têm espaço em tela, e ‘O Mínimo Para
Viver’ retrata as dificuldades de cada um deles e seus atos impensáveis. Dentre
eles, vale destacar a boa atuação de Alex Sharp na pele do bailarino Luke na
sutil amizade com Ellen, e a boa presença de Keanu Reeves como um terapeuta e
desafiando as atitudes da nossa protagonista.
‘To
The Bone’ também é aquele típico filme que depende de Lilly Collins para
funcionar, e ela cumpre com perfeição. Entregando a melhor atuação de sua
carreira, Collins vive a personagem e concede a introversão de Ellen de forma
bastante expressiva, deixando sinais sobre o impacto emocional causado por um
lar descomunal. Ela não aceita ajuda e mesmo quando se vê em situação de risco
costuma tomar as atitudes mais incorretas, deixando o espectador angustiado com
seu comportamento.
Abordando
um tema recorrente nos dias atuais, ‘To The Bone’ têm uma importante função de
conscientizar seu público, ensina aqueles que não têm muito conhecimento no
assunto, retrata a dura realidade sobre a anorexia juvenil, mas cinematograficamente fica devendo muito.
NOTA: 6,2
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