Estreias

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Crítica - 'O Mínimo Para Viver'


   Em suas últimas produções a Netflix vem retratando temas significativos nos dias atuais. Foi assim com o controverso ’13 Reasons Why’ no inicio do ano, logo em seguida ‘Okja’ assinalou a força da logo da expoente do streaming ao discutir a cultura do consumo, e realizando duras criticas a indústria alimentícia. Agora, o mais novo filme da plataforma, ‘O Mínimo Para Viver’ traz como mote o distúrbio alimentar, ou melhor, a anorexia

  Uma jovem (Lilly Collins) de 20 anos sofrendo de anorexia começa a seguir um tratamento não convencional criado pelo Dr. William Beckham (Keanu Reeves), e embarca em uma emocionante jornada de autodescoberta em um grupo.      

  To The Bone’ (do original) marca a estréia de Marti Noxon (conhecida por escrever ‘A Hora do Espanto’ e ‘Eu Sou O Número Quatro’) atrás das câmeras. Aqui, o grande acerto da diretora foi retratar a anorexia como ela é, sem romantizar. É uma realidade dura, forte, intrínseca de uma mulher lutando constantemente, exposta para realizar o propósito de conscientização. Em conseqüência, uma mensagem implícita perdura ao longo da produção.             

   Entretanto, é visível ver o pouco apuro narrativo e técnico de Noxon. A partir da segunda metade, o filme se perde, prolonga mais do que o necessário e perde seu foco. O tema central perde espaço e permite a entrada de novos assuntos tratados de maneira superficial, como o passado da protagonista e a questão familiar. Ambos são interessantes, mas não tem peso narrativo por ser circundados por situações baratas, figuras estereotipadas e diálogos expositivos.     

   Quando o filme centra-se em retratar o convívio do grupo liderado pelo Dr. William, ele volta a crescer. Todos os personagens têm espaço em tela, e ‘O Mínimo Para Viver’ retrata as dificuldades de cada um deles e seus atos impensáveis. Dentre eles, vale destacar a boa atuação de Alex Sharp na pele do bailarino Luke na sutil amizade com Ellen, e a boa presença de Keanu Reeves como um terapeuta e desafiando as atitudes da nossa protagonista.
 
   ‘To The Bone’ também é aquele típico filme que depende de Lilly Collins para funcionar, e ela cumpre com perfeição. Entregando a melhor atuação de sua carreira, Collins vive a personagem e concede a introversão de Ellen de forma bastante expressiva, deixando sinais sobre o impacto emocional causado por um lar descomunal. Ela não aceita ajuda e mesmo quando se vê em situação de risco costuma tomar as atitudes mais incorretas, deixando o espectador angustiado com seu comportamento.   

   Abordando um tema recorrente nos dias atuais, ‘To The Bone’ têm uma importante função de conscientizar seu público, ensina aqueles que não têm muito conhecimento no assunto, retrata a dura realidade sobre a anorexia juvenil, mas cinematograficamente fica devendo muito. 

NOTA: 6,2


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