Estreias

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Crítica - 'Calibre (2018)'


    Assinantes da Netflix, vocês estão perdendo a oportunidade de ver um dos melhores lançamentos da streaming no ano, o suspense ‘Calibre’. Com um mar de filmes em seu catálogo, muitos acabam passando despercebidos pela maioria e não recebem o devido reconhecimento. Aqui é mais um dos casos, pois a produção britânica tem calibre (desculpe o trocadilho) para estar entre os melhores filmes originais da Netflix.  

   Antes de mais nada é necessário alertar a todos evitar qualquer alcance com o trailer, pois lá contêm conteúdos mais do que o necessário. Em resumo, a trama acompanha a chegada dos dois melhores amigos Vaughn (Jack Lowden) e Marcus (Martin McCann) a uma isolada vila nas montanhas escocesas para uma semana de caça. Porém, a caçada não sai conforme o esperado e os amigos precisam lidar com suas conseqüências.            

    O filme marca a estréia do cineasta Matt Palmer que também assina como roteirista. Simples, porém eficiente. A direção de Palmer entrega um suspense sem muitas surpresas, mas mantêm o espectador atento devido à crescente aflição, ótimas atuações de seu elenco principal e sua mensagem final. Diante disso, sua estréia é marcada por mais ponto positivos do que negativos. 

    A começar pelo ótimo desenvolvimento e interação de seus dois protagonistas. Ambos possuem fortes personalidades e acreditamos na amizade entre os amigos Vaughn e Marcus. Como conseqüência, a cada novo evento datado na narrativa reforça suas convicções e sendo fundamental para a mensagem final da produção. Nesse contexto, contemplamos as brilhantes interpretações de Jack Lowden e Martin McCann, este dando vida a um futuro pai de família e condolente com o próximo, aquele personificando um individuo intenso, festeiro e determinado.             

   O ponto baixo da direção de Palmer figura na ausência de subtramas relevantes, principalmente dos personagens secundários que compõem o povo da isolada vila. Todos são unidimensionais, apenas o ator Tony Curran merece uma menção honrosa. Já a parte técnica oscila – por hora Palmer escolhe enquadramentos perfeitos sempre reforçando os sentimentos de seus personagens e valorizando os belíssimos cenários escoceses, mas também exagera ao entregar um clima pouco verossímil ao suspense (vide nas cenas noturnas).              

   Com um ótimo clímax e uma resolução final questionável. ‘Calibre’ não busca inovar no gênero do suspense, porém é eficiente em sua proposta, coloca no radar o nome de Matt Palmer e sugere grandes reflexões sobre amizade, moral, justiça, caráter e o excludente de punibilidade.


                        NOTA: 7,5                               



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