Nos
últimos anos é possível notar novos filmes misturando o cinema do horror com
elementos tecnológicos. De um lado, são poucas as produções que obtiveram
sucesso ao imergir na temática da tecnologia, dispondo apenas ‘Amizade Desfeita’
como exemplo. Do outro, muitos não conseguem associar as duas vertentes
resultando em projetos pouco inspirado e, infelizmente, ‘Medo Viral’ entra
nessa lista.
A
trama acompanha cinco jovens que instala um aplicativo em seus celulares, no
intuito de fornecer todas as informações desejadas. No entanto, a natureza
sinistra do ‘app’ logo se revela: conhecer os medos mais sombrios de seus usuários
e manifesta-las ao mundo real.
A
direção e o roteiro assinados pelos irmãos Abel Vang e Burlee Vang padece de
originalidade e autoria. ‘Medo Viral’ bebe da fonte de muitos outros filmes de
terror e não apresenta sua própria linguagem cinematográfica. É visível notar
homenagens de outras produções como, ‘IT: A Coisa’, ‘A Hora do Pesadelo’, ’‘The
Babadook’, porém o filme dos irmãos Vang não possui tal proposta.
O
principal preceito está na construção do horror a partir de elementos tecnológicos
ironizando as pessoas conectadas aos smartphones. Diante disso, a cultura da
internet se mantém presente, o funcionamento do aplicativo é bem inserido a
trama, porém o retrato da dependência dos jovens com a tecnologia é forçado.
Como conseqüência, a narrativa se torna destoante e os diálogos clichês.
E
isso acaba recaindo nas atuações dos personagens, pois o material não ajuda e
os atores são limitados. Quem se destaca é a protagonista Alice,
interpretada pela dedicada Saxon Sharbino. Em defesa dos irmãos Vang, ‘Medo
Viral’ apresenta uma cinematografia surpreendente - ótima iluminação,
enquadramentos, cenários, a imagem assustadora da entidade, o clima atmosférico favorecendo o terror nas cenas e
sem contar os conhecidos jumpscares (alguns muito bons) -.
‘Medo Viral’
tinha tudo para se garantir nos filmes de terror do ano envolto de sua temática
atual, mas faltou originalidade e a mão pesada de seus diretores para fugir dos
chavões tão conhecidos do gênero.
NOTA: 5,2
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