Estreias

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Crítica - 'Colônia (2016)'


  É incrível como terríveis atos de humanidade ecoaram ao redor do mundo. Foram tantas guerras, punições, intimidações, ideologias políticas, soberania, ditadores, golpes de Estado. É impossível encontrar um país destituído de ao menos um revés historicamente hediondo. Chile certamente teve essa sina sob o comando de Augusto Pinochet e, isso é retratado em “Colônia (2016)”.     

    Baseado em fatos reais, a trama acompanha o casal Daniel (Daniel Bruhl), um ativista político alemão e Lena (Emma Watson), uma aeromoça. O relacionamento dos jovens corre perigo com a chegada de Pinochet ao poder em 1973, quando Lena vê seu namorado sendo levado pelos militares e decide se infiltrar na ‘Colônia da Dignidade’, local comandado pelo ex-membro da Juventude Hitlerista (Michael Nyqvist), a fim de salva-lo.                                          

    A trama é muito interessante por retratar um local tão repressivo na época de Pinochet e brevemente as questões políticas. E o diretor Florian Gallenberger resolve contar esse intrigante fato através dos olhos do casal protagonista resultando na perca do realismo criado no inicio do filme transformando em um sentimentalismo insosso. Conseqüentemente, a maneira como o cineasta transcorreu a trama com essa sua visão, não representa todo o peso e toda a história que a “Colônia da Dignidade” representou.                        

   Embora emocionante, a narrativa é intensa - o filme não tem medo de mostrar todos os abusos praticados pelo nazista Paul Schafer e a truculência do local. Para isso as atuações de Watson e Brühl emprestam a sutileza necessária à trama, e o ator sueco Nyqvist é justamente o contrário na pele do nazista. A eterna Hermione, Emma Watson não traz todo o peso de sua personagem, mas está bem mostrando ser uma mulher forte, corajosa e inteligente. Já o ator Brühl sofre com o roteiro não desenvolver seu personagem, mas também está bem dentro do que o filme propõe, principalmente quando transita de um demente a um rapaz preparado.

   Feito para chocar o espectador e apresentar toda a repressão do local, o filme faz isso com maestria juntando momento políticos e históricos interessantes. Com recursos técnicos convencionais, algumas falhas de roteiro e cenas difíceis de acreditar também faltaram para “Colônia (2016)” nos apresentar como era o Chile naquele período e explorar mais o momento político que o país passou. Fora isso o enredo é relevante e delicado, o cineasta cria tensão, faz o publico torcer pelo casal e a cena final apresentando por fotos a “Colony of Difnity” é arrepiante.

NOTA: 7,3


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