É
incrível como terríveis atos de humanidade ecoaram ao redor do mundo. Foram
tantas guerras, punições, intimidações, ideologias políticas, soberania, ditadores,
golpes de Estado. É impossível encontrar um país destituído de ao menos um revés
historicamente hediondo. Chile certamente teve essa sina sob o comando de
Augusto Pinochet e, isso é retratado em “Colônia (2016)”.
Baseado
em fatos reais, a trama acompanha o casal Daniel (Daniel Bruhl), um ativista
político alemão e Lena (Emma Watson), uma aeromoça. O relacionamento dos jovens
corre perigo com a chegada de
Pinochet ao poder em 1973, quando Lena vê seu namorado sendo levado pelos
militares e decide se infiltrar na ‘Colônia da Dignidade’, local comandado pelo
ex-membro da Juventude Hitlerista (Michael Nyqvist), a fim de salva-lo.
A
trama é muito interessante por retratar um local tão repressivo na época de
Pinochet e brevemente as questões políticas. E o diretor Florian Gallenberger resolve
contar esse intrigante fato através dos olhos do casal protagonista resultando
na perca do realismo criado no inicio do filme transformando em um
sentimentalismo insosso. Conseqüentemente, a maneira como o cineasta
transcorreu a trama com essa sua visão, não representa todo o peso e toda a
história que a “Colônia da Dignidade” representou.
Embora
emocionante, a narrativa é intensa - o filme não tem medo de mostrar todos os
abusos praticados pelo nazista Paul Schafer e a truculência do local. Para isso
as atuações de Watson e Brühl emprestam a sutileza necessária à trama, e o ator
sueco Nyqvist é justamente o contrário na pele do nazista. A eterna Hermione,
Emma Watson não traz todo o peso de sua personagem, mas está bem mostrando ser
uma mulher forte, corajosa e inteligente. Já o ator Brühl sofre com o roteiro
não desenvolver seu personagem, mas também está bem dentro do que o filme propõe,
principalmente quando transita de um demente a um rapaz preparado.
Feito para
chocar o espectador e apresentar toda a repressão do local, o filme faz isso
com maestria juntando momento políticos e históricos interessantes. Com recursos
técnicos convencionais, algumas falhas de roteiro e cenas difíceis de acreditar
também faltaram para “Colônia (2016)” nos apresentar como era o Chile naquele
período e explorar mais o momento político que o país passou. Fora isso o
enredo é relevante e delicado, o cineasta cria tensão, faz o publico torcer
pelo casal e a cena final apresentando por fotos a “Colony of Difnity” é
arrepiante.
NOTA: 7,3
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