Mais
um suspense chega às telas do cinema proveniente de um Best-seller. A autora do
momento é Paula Hawkins, e sua grande obra ‘A Garota No Trem’ vem rendendo
discussões a cerca da proximidade com a ‘Garota Exemplar’, lançado em 2014. Esqueça
as comparações, aqui o filme não apresenta a mesma elegância da história de
Gillian Flynn, mas anuncia sua força em outros temas.
Baseado
da obra de mesmo título, ‘A Garota no Trem’ acompanha Rachel (Emily Blunt), uma
alcoólatra, deprimida, recém divorciada e passa todos os seus dias viajando de
trem refletindo sobre suas perdas e fantasiando a vida de um jovem casal que
vigia pela janela. No meio de suas angústias, ela se vê envolvida sobre o
desaparecimento de uma mulher.
A
direção assinada por Tate Taylor narra a trama a partir da visão de três
personagens: Rachel, Megan e Anna. O suspense é marcado pelos segredos e
anseios proibidos de cada uma, e para isso o grande mérito do cineasta foi
deixar uma sequencia de pistas com reflexos a serem desvendados no futuro.
Por
outro lado, o fato da estrutura narrativa ser baseada nos eventos dos três
personagens, a trama não acrescenta camadas para nenhum deles. O filme apenas
apresenta as características definidas nos minutos iniciais e, fica por isso
mesmo, são elas: a alcoólica, dona de casa e a meretriz. Dessa forma, Taylor descreve-as
transitando em diferentes linhas de tempo e perspectiva, porém isso não é bom.
A
constante oscilação na linha de tempo torna o ritmo cansativo, a ponto do
espectador desistir; sem contar as edições desnecessárias, responsáveis por
quebrar o ritmo da narrativa. Para compensar, os últimos trinta minutos da
produção são instigantes com uma interessante reviravolta e somos contemplados
com uma performance excelente da britânica Emily Blunt transmitindo toda sua
tristeza e desequilíbrio emocional alimentado pela sua obsessão e contestação.
Contando
também com boas atuações das atrizes Haley Bennett e Rebecca Ferguson, e a cautelosa
cinematografia distinguindo cada um de seus personagens. ‘A Garota no Trem’
retrata com excelência questões como a depressão, o alcoolismo e o abuso doméstico,
porém essa sua grande virtude é deixada de lado com a chegada de seu último
ato.
NOTA: 6,9
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