A
quadrilogia Alien tinha tudo para finalizar com chave de ouro em ‘Alien – A Ressurreição’.
De um lado, questões atualíssimas relacionadas à bioética e a engenharia
genética foram abordadas em uma interessante e intrigante trama com a
influência de atrair qualquer espectador. Do outro, o filme foi um convite para
ver a última aparição da icônica heroína Ripley e a criatura mais monstruosa do
cinema.
Após
duzentos anos de ‘Alien 3’, a tenente Ellen Ripley acorda em meio a vários
cientistas a bordo de uma nave espacial, e descobre que eles a clonaram, como
também usaram seu corpo como encubador de uma rainha dos alienígenas. A
intenção deles é ter um exercito de Aliens que possam controlar, porém o clone
vem com um toque de sangue Alien em sua composição.
Apesar
de abordar questões interessantes e centrar exclusivamente a genética e suas
conseqüências, ‘A Ressurreição’ não garante possíveis discussões ao assunto.
Não temos qualquer desenvolvimento, e sua estrutura narrativa progride apenas
se sustentando nessa idéia e em seus antecessores.
Um
grande exemplo é a evolução de Ripley. O filme vale à pena ser sim assistido
para ver a interessantíssima evolução da protagonista. Aqui ela está mais
forte, ágil, resistente, intensa e até mesmo com sangue ácido, porém essa sua nova
característica não tem qualquer embasamento, pouco é explorado e fica
praticamente esquecido. Fica aquela sensação de querer saber mais.
Com
alguns problemas de roteiro, o diretor Jean-Pierre Jeunet encontrou soluções visuais
e boas atuações que compensassem. Os grandes momentos da obra vêm das mãos do
roteirista Joss Whedon e a boa condução das cenas com Jeunet concedendo um bom
clima de suspense. Estamos falando do brilhante episódio quando os Aliens saem
da jaula, outro envolvendo uma perseguição aquática e por fim o encontro de
Ripley com os outros sete clones mal sucedidos.
Os
acontecimentos mencionados acima salvam a produção, pois o roteiro volta a
transgredir a franquia em seu ato final. Apesar de ter uma proposta intrigante,
é mal desenvolvido e apressado, além de contrariar todo o legado de Giger com o
design da criatura final.
‘Alien – A
Ressurreição’ apresentou uma proposta brilhante e tinha tudo para finalizar a
franquia com dignidade, porém sua execução foi decepcionante.
NOTA: 6,2
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