A
premissa monstros atacando cidades parece ser mais um dentro de outros milhares
na sétima arte. Não para o cineasta espanhol Nacho Vigalondo que desconstruiu o
gênero partindo de uma trama original e encontrando metáforas nas entrelinhas
para entregar seu mais novo trabalho ao lado da ótima atriz, Anne Hathaway, em
‘Colossal’.
A
trama acompanha a chegada de Gloria (Anne Hathaway) a sua cidade natal, após
perder o emprego e separar de seu noivo (Dan Stevens) em Nova Iorque. No local,
ela reencontra seu amigo de infância (Jason Sudeikis), e ambos além de presenciar
as notícias sobre o ataque de um monstro gigante na cidade de Seul descobrem que
estão misteriosamente conectados ao evento.
A
sinopse não chega a empolgar os espectadores, mas a sucinta originalidade pode
surpreender a muitos. Sucinta, pois mesmo a direção de Vigalondo quebrar esse
paradigma de monstros e catástrofes, ele, também roteirista, utiliza dos velhos
clichês do gênero a seu favor para conciliar o mundano da ficção. Em
conseqüência, o inicio do segundo ato é apresentar a insólita origem do monstro
e brincar com essa questão
Outro
ponto de ‘Colossal’ não seguir os parâmetros de seu gênero é seu baixo
orçamento. Aqui não temos efeitos especiais de cair o queixo e movimentos de
câmeras inusitadas, sua narrativa é metódica com o interessante primeiro ato
apresentando os personagens até a origem do monstro. No segundo ato o filme
perde sua criatividade e seu tom ao iniciar a rivalidade entre Gloria e seu
antigo amigo, fica repetitivo e arrastado.
Focada
nas decisões e motivações de Gloria, o filme pouco apresenta os personagens dos
atores Dan Stevens e Sudeikis. Ambos são relevantes a trama e tem suas
importâncias para a grande revelação em ‘Colossal’, porém eles são pouco
explorados e ficamos com a sensação de querer saber mais sobre eles. Já Anne
Hathaway é beneficiada pelo roteiro e faz uma grande interpretação na pele de
uma desnorteada, alcoólica e depressiva Gloria e conseguindo transmitir toda
solidão com um bom trabalho corporal.
‘Colossal’
volta a crescer no terceiro ato com sua interessante revelação e mesmo se
tornando previsível e tropicando nos clichês, como um bom filme pipoca, termina
da forma como o público gostaria.
NOTA: 6,5
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