Estreias

terça-feira, 9 de maio de 2017

Crítica - 'Colossal'


   A premissa monstros atacando cidades parece ser mais um dentro de outros milhares na sétima arte. Não para o cineasta espanhol Nacho Vigalondo que desconstruiu o gênero partindo de uma trama original e encontrando metáforas nas entrelinhas para entregar seu mais novo trabalho ao lado da ótima atriz, Anne Hathaway, em ‘Colossal’.    

 A trama acompanha a chegada de Gloria (Anne Hathaway) a sua cidade natal, após perder o emprego e separar de seu noivo (Dan Stevens) em Nova Iorque. No local, ela reencontra seu amigo de infância (Jason Sudeikis), e ambos além de presenciar as notícias sobre o ataque de um monstro gigante na cidade de Seul descobrem que estão misteriosamente conectados ao evento.      

  A sinopse não chega a empolgar os espectadores, mas a sucinta originalidade pode surpreender a muitos. Sucinta, pois mesmo a direção de Vigalondo quebrar esse paradigma de monstros e catástrofes, ele, também roteirista, utiliza dos velhos clichês do gênero a seu favor para conciliar o mundano da ficção. Em conseqüência, o inicio do segundo ato é apresentar a insólita origem do monstro e brincar com essa questão        

  Outro ponto de ‘Colossal’ não seguir os parâmetros de seu gênero é seu baixo orçamento. Aqui não temos efeitos especiais de cair o queixo e movimentos de câmeras inusitadas, sua narrativa é metódica com o interessante primeiro ato apresentando os personagens até a origem do monstro. No segundo ato o filme perde sua criatividade e seu tom ao iniciar a rivalidade entre Gloria e seu antigo amigo, fica repetitivo e arrastado.   

  Focada nas decisões e motivações de Gloria, o filme pouco apresenta os personagens dos atores Dan Stevens e Sudeikis. Ambos são relevantes a trama e tem suas importâncias para a grande revelação em ‘Colossal’, porém eles são pouco explorados e ficamos com a sensação de querer saber mais sobre eles. Já Anne Hathaway é beneficiada pelo roteiro e faz uma grande interpretação na pele de uma desnorteada, alcoólica e depressiva Gloria e conseguindo transmitir toda solidão com um bom trabalho corporal.

   Colossal’ volta a crescer no terceiro ato com sua interessante revelação e mesmo se tornando previsível e tropicando nos clichês, como um bom filme pipoca, termina da forma como o público gostaria.          
 

   NOTA: 6,5


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