O
gênero comédia romântica vem se tornando cada vez mais esquecido nos dias
atuais. Com seu auge pré anos 80, poucas produções se notabilizaram de lá para
cá por justamente não ficarem presos as convenções clássicas do gênero. Um
exemplo recente foi ‘Questão do Tempo (2013)’ fugindo da padronização narrativa
e, seguindo esse raciocínio, ‘Doentes de Amor’ veio também para renovar os ares.
Baseado
na história real em como Kumail Nanjiani e sua esposa, a co-roteirista, Emily
V. Gordon, se apaixonaram. A trama acompanha os conflitos pessoais e familiares
do comediante e motorista de Uber paquistanês Kumail (Kumail Nanjiani), por
esconder seu namoro com Emily (Zoe Kazan), uma mulher branca, algo inaceitável
pelos seus pais conservadores. Porém, quando
Emily é colocada em coma, Kumail busca resolver seus problemas
familiares e emocional.
A
direção assinada por Michael Showalter realizou uma conjuntura de eventos
inesperados que muitos filmes do gênero costumam evitar, entregando algo novo
em tela. Em seu primeiro ato, ‘Doentes de Amor’ mantêm a mesma convenção
narrativa, apresentando a vida individual do casal e o relacionamento gracioso.
A partir disso, Showalter brinca com a comédia e o drama encontrando o ritmo
perfeito para as duas categorias se complementarem.

O
mais interessante deles é a relação de Kumail com os pais de Emily, após ela
ser colocada em coma por uma doença desconhecida. As piadas melhoram, a química
entre eles é tangível, e as diferentes personalidades dos pais de Emily se
complementam. Méritos para os atores, Holly Hunter e Ray Romano que acabam se
destacando mais que os próprios protagonistas. Zoe
Kazan também não fica atrás e entrega boas cenas dramáticas, diferente do
limitado Kumail Nanjiani.
Com
suas duas horas de duração, ‘Doentes de Amor’ poderia ter facilmente vinte minutos
a menos e explorado melhor alguns de seus subtextos. Mas é engraçado, simples,
sincero, rompe os clichês culturais e buscou algo diferente para um gênero tão
esquecido atualmente.
NOTA: 7,0
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