Estreias

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Crítica - 'Doentes de Amor'


     O gênero comédia romântica vem se tornando cada vez mais esquecido nos dias atuais. Com seu auge pré anos 80, poucas produções se notabilizaram de lá para cá por justamente não ficarem presos as convenções clássicas do gênero. Um exemplo recente foi ‘Questão do Tempo (2013)’ fugindo da padronização narrativa e, seguindo esse raciocínio, ‘Doentes de Amor’ veio também para renovar os ares.

     Baseado na história real em como Kumail Nanjiani e sua esposa, a co-roteirista, Emily V. Gordon, se apaixonaram. A trama acompanha os conflitos pessoais e familiares do comediante e motorista de Uber paquistanês Kumail (Kumail Nanjiani), por esconder seu namoro com Emily (Zoe Kazan), uma mulher branca, algo inaceitável pelos seus pais conservadores. Porém, quando  Emily é colocada em coma, Kumail busca resolver seus problemas familiares e emocional.          
 
   A direção assinada por Michael Showalter realizou uma conjuntura de eventos inesperados que muitos filmes do gênero costumam evitar, entregando algo novo em tela. Em seu primeiro ato, ‘Doentes de Amor’ mantêm a mesma convenção narrativa, apresentando a vida individual do casal e o relacionamento gracioso. A partir disso, Showalter brinca com a comédia e o drama encontrando o ritmo perfeito para as duas categorias se complementarem.              

   Muito disso, vem proveniente da comédia em cima do choque cultural e das pessoas lidando com a perda um ente querido. Porém, nem todas as piadas estão bem encaixadas e, por mais que ‘Doentes de Amor’ busca certa originalidade nesse contexto, os seus subtextos envoltos da intimidade de Kumail – os bastidores do Stand-Up e a sua família -, o primeiro é mal explorado e o outro acaba se tornando repetitivo. Seja nas cenas de sempre aparecer uma nova pretendente, como também nos diálogos.     
                                     
   O mais interessante deles é a relação de Kumail com os pais de Emily, após ela ser colocada em coma por uma doença desconhecida. As piadas melhoram, a química entre eles é tangível, e as diferentes personalidades dos pais de Emily se complementam. Méritos para os atores, Holly Hunter e Ray Romano que acabam se destacando mais que os próprios protagonistas. Zoe Kazan também não fica atrás e entrega boas cenas dramáticas, diferente do limitado Kumail Nanjiani.             
                                
  Com suas duas horas de duração, ‘Doentes de Amor’ poderia ter facilmente vinte minutos a menos e explorado melhor alguns de seus subtextos. Mas é engraçado, simples, sincero, rompe os clichês culturais e buscou algo diferente para um gênero tão esquecido atualmente.                

       NOTA: 7,0          

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