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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Crítica - 'Assassinato no Expresso do Oriente'


   Assistir à Agatha Christie é um deleite para todos aqueles fanáticos em desvendar os mais intrínsecos mistérios.  A grande madame da literatura do suspense arrebatou o mundo com seus mais de setenta livros publicados, mas foi o seu 19º que marcou para sempre a sua carreira, sendo lembrado, adaptado para a TV e o cinema, e republicado milhares de vezes ao longo dos anos. Estamos falando de ‘Assassinado no Expresso do Oriente’ e seu icônico Hercule Poirot.      

   Publicado no Reino Unido em 1º de janeiro de 1934, o detetive Hercule Poirot (Kenneth Branagh) busca sua tão sonhada férias após resolver um caso em Istambul, Turquia. Porém, ao embarcar de última hora no trem Expresso do Oriente, ele acaba vivenciando um assassinato, restando a ele desvendar esse mistério e interrogar os treze estranhos dentro do trem, onde todos são suspeitos. 

   Baseando nos moldes do cinema contemporâneo, ‘Assassinado no Expresso do Oriente’ versão 2017 busca novas formas de entreter seu público dos dias atuais. De um lado, aqueles que conhecem a história podem sair insatisfeito, pois não verá nada de inovador, apenas testemunhará uma investigação e um preciosismo técnico admirável da direção de Kenneth Branagh. Do outro, quem desconhece o material fonte tem grande chance de ficar imerso na trama tentando desvendar quem é o assassino.  

   A nossa tensão é sustentada por intermináveis seqüências de depoimentos, com isso o filme prende a atenção do espectador a base de diálogos. Paciência para aqueles não são acostumados com textos carregados, mas o foco é a tomada de testemunho por Poirot. Dessa forma, a direção de Branagh impressiona com o seu jogo de câmera e enquadramentos inventivos favorecendo a narrativa que se passa em uma única locação, sendo realçados pela ofuscante fotografia e design de produção.               

   Com isso, ‘Assassinado no Expresso do Oriente’ nunca cai mesmice e até mesmo busca algumas alternativas para cativar o público. Em conseqüência, para quem não conhece o protagonista. A direção de Branagh apresenta com eficiência Poirot em um interessante prólogo mostrando as virtudes como detetive.                          
  Com uma série de testemunhas, nem todos os treze personagens tem seu momento em tela. Cada um deles tem uma forte caracterização, mas poucos são lembrados durante a trama como o caso dos personagens da Penelope Cruise, Judi Dencht e Sergei Polunin. Em compensação, com um elenco de primeira linha os grandes destaques são Michelle Pfeiffer, Daisy Ridley, Josh Gad e Johnny Depp. E quem comanda o centro do filme é Kenneth Branagh entregando um bom detetive Poirot.      

   ‘Assassinado no Expresso do Oriente’ pode não ser tão bem recebido para aqueles que já conhecem o material. Mas para quem desconhece a história, terá uma grande surpresa com uma conclusão de cair o queixo. Que venha ‘Morte No Nilo’.


NOTA: 7,9

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