Muitos
comentaram, na época do lançamento, o episódio ‘O Despertar da Força’ assentar a
sua estrutura narrativa em cima do primeiro longa da trilogia original da
franquia, ‘Uma Nova Esperança’ de 1978. Apoiando na nostalgia e renovando os
ares com os personagens Ray, Finn e BB-8, os eventos traçados pelos heróis eram
um tanto previsíveis, principalmente para os fãs. Agora Rian Johnson quebra o
estigma da saga e entrega o filme mais diferente, ousado e surpreendente de
Star Wars, ‘Os Ultimos Jedi’.
A
trama continua exatamente de onde terminou os eventos em ‘O Despertar da
Força’. Rey (Daisy Ridley) encontra Luke (Mark Hammil) em uma ilha isolada na
tentativa de incentivá-lo a ajudar a aliança Rebelde na guerra. Ao mesmo tempo,
a Nova Ordem descobre a localização da última base Rebelde, liderada pela
General Organa (Carrie Fisher) e parte para destruí-la.
‘Os
últimos Jedis’ começa a todo vapor com uma batalha espacial de tirar o fôlego
em uma das melhores cenas de toda a franquia. Acompanhamos o comandante Poe
(Oscar Issac) e os pilotos rebeldes atacando a nave Supremacia, mas logo em seguida
precisam fugir com a chegada da frota inimiga. Tudo é muito vistoso e
brilhantemente executado, com a câmera em primeira-pessoa, close-ups e planos
abertos reforçam a imensidão do espaço, das naves e principalmente do caos.
A
direção de Rian Johnsson (conhecido pelo ótimo ’Looper’ e três episódios de
‘Breaking Bad’) não se prende ao estilo predeterminado pela trilogia clássica,
e inova tanto no recurso narrativo como técnico. A própria montagem e a edição
não se prendem as convenções da saga com o uso de fade-in/fade-out e as
clássicas cortinas e, Johnsson imprime originalidade nesse aspecto (vide na
cena do primeiro treinamento da Rey). Não só isso, a edição de som tem um papel
importante, principalmente por trazer uma das cenas mais memoráveis do filme
(não dita para evitar spoiler) e a narrativa em off em uma passagem psicodélica
de Rey.
O
roteiro também assinado por Johnsson não se sustenta pela nostalgia, como feito
em ‘O Despertar da Força’. Aqui, ele concede espaço para novos personagens demonstrarem
suas personalidades, como Poe, Rose (Kelly Marie Tran) e a vice almirante Holdo
(Laura Dern). Dedicando seu tempo não só a eles, como para todos os personagens
pequenos realçando o realismo na trama e acrescentando até mesmo a comédia.

Dentre
elas (sem spoiler), algumas podem frustrar os fãs pelo arco de certos
personagens não ter um impacto narrativo como muitos esperavam. Mas outras são
irretocáveis e memoráveis, assim como a iconografia com o bom uso de efeitos
práticos e um ótimo CGI. Visualmente ‘Os últimos Jedi’ é de longe o melhor da
saga. Aplausos para a cena da batalha de Crait.
Diferente
de tudo o que a saga construiu durante todos esses anos. ‘Star Wars: Os Últimos
Jedi’ é ousado, surpreendente, de um requinte visual absurdo, de momentos memoráveis
e verdadeiramente genuínos. O filme entra no hall dos melhores da franquia.
NOTA: 9,5
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