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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Crítica - 'Mark Felt - O Homem Que Derrubou a Casa Branca'


    É suscetível um filme tender a posicionar seu lado quando relata assuntos políticos, e esse foi o caso em ‘Mark Felt – O Homem Que Derrubou a Casa Branca’. Abrangendo o famoso escândalo de Watergate e revelando a identidade do Garganta Profunda, muitas questões a respeito de Mark Felt tomam conhecimento do espectador. Porém, o diretor e roteirista Peter Landesman não aproveita seu rico material e entrega uma trama entediante e pouco explorada.                                

   A trama é apresentada pela perspectiva de Mark Felt (Liam Neeson), o vice-diretor do FBI e o provável nome a assumir o órgão após a morte do diretor J. Edgar Hoover. Entretanto, a Casa Branca decide colocar Pat Gray (Marton Csokas), que nunca havia trabalhado lá. Incomodado com a crescente intervenção da Presidência no instituto, Felt resolve investigar o caso Watergate e informar todos os detalhes aos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein.                        

   Com um material rico em mãos, o diretor e roteirista Peter Landesman (conhecido pelo ótimo ‘Parkland’) não consegue retratar o peso histórico do episódio. O forte contexto inicial sobre o momento histórico do país, a imagem de Mark Felt e posição de independência do FBI por conta de Hoover é interessantíssima aos olhos do público. Porém, Landesman acaba seguindo o caminho mais do jornalismo, ao invés do cinema.                 

  Em conseqüência, o longa carece de tensão e todas as questões levantadas no inicio da produção são resolvidas de maneiras abruptas e pouco inspirada. A princípio não tem qualquer desenvolvimento dos personagens secundários e o desenrolar entre o jogo de poder da FBI, CIA e a Casa Branca. Sem contar a falta de contextualização no âmbito familiar envolvendo a filha de Mark Felt e sua esposa Aldrey Felt (Lane).   

   Se tratando também de um filme de âmbito político, Landesman deixa claro quem são os heróis e os vilões. Tal divisão impede o público de tomar suas próprias decisões e carece Mark Felt – O Homem Que Derrubou a Casa Branca’ de ter ótimos momentos. Por mais que tenhamos Liam Neeson em ótima atuação transmitindo todo o seu patriotismo em honrar o FBI e, apesar dos seus erros, entendemos seus próprios princípios.                         

  Cinematograficamente falando, ‘Mark Felt – O Homem Que Derrubou a Casa Branca’ tem bastantes falhas, mas sua proposta acaba atingindo um objetivo importante nos dias atuais: motivar o público pensar e refletir em tempos onde a corrupção está cada vez mais vigente. 


NOTA: 6,3
   

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