É suscetível
um filme tender a posicionar seu lado quando relata assuntos políticos, e esse
foi o caso em ‘Mark Felt – O Homem Que Derrubou a Casa Branca’. Abrangendo o
famoso escândalo de Watergate e revelando a identidade do Garganta Profunda,
muitas questões a respeito de Mark Felt tomam conhecimento do espectador.
Porém, o diretor e roteirista Peter Landesman não aproveita seu rico material e
entrega uma trama entediante e pouco explorada.
A
trama é apresentada pela perspectiva de Mark Felt (Liam Neeson), o vice-diretor
do FBI e o provável nome a assumir o órgão após a morte do diretor J. Edgar
Hoover. Entretanto, a Casa Branca decide colocar Pat Gray (Marton Csokas), que
nunca havia trabalhado lá. Incomodado com a crescente intervenção da
Presidência no instituto, Felt resolve investigar o caso Watergate e informar
todos os detalhes aos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein.
Com
um material rico em mãos, o diretor e roteirista Peter Landesman (conhecido
pelo ótimo ‘Parkland’) não consegue retratar o peso histórico do episódio. O
forte contexto inicial sobre o momento histórico do país, a imagem de Mark Felt
e posição de independência do FBI por conta de Hoover é interessantíssima aos
olhos do público. Porém, Landesman acaba seguindo o caminho mais do jornalismo,
ao invés do cinema.

Se
tratando também de um filme de âmbito político, Landesman deixa claro quem são
os heróis e os vilões. Tal divisão impede o público de tomar suas próprias
decisões e carece Mark Felt – O Homem Que Derrubou a Casa Branca’ de ter ótimos
momentos. Por mais que tenhamos Liam Neeson em ótima atuação transmitindo todo
o seu patriotismo em honrar o FBI e, apesar dos seus erros, entendemos seus
próprios princípios.
Cinematograficamente
falando, ‘Mark Felt – O Homem Que Derrubou a Casa Branca’ tem bastantes falhas,
mas sua proposta acaba atingindo um objetivo importante nos dias atuais: motivar
o público pensar e refletir em tempos onde a corrupção está cada vez mais
vigente.
NOTA: 6,3
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