Estreias

terça-feira, 10 de abril de 2018

Crítica - 'Jogador Nº 1'


  ‘Jogador Número 1’ resgata a magia de Stephen Spielberg dos anos 80. Colecionando inúmeros filmes nos mais diversos gêneros, o cineasta passou os seus últimos anos focando em produções sérias e realistas, como ‘The Post’, ‘Ponte Dos Espiões’ e ‘Lincoln’. Mas sua marca registrada sempre foram as obras infantojuvenis marcando a infância e a nostalgia de uma geração. E nada melhor ver Spielberg retornando a o gênero que o consagrou. 

  Baseado no livro Ready Player One de Ernest Cline, ‘Jogador Número 1’ se passa em um futuro não muito distante e acompanha o jovem Wade Watts (Tye Sheridan) que passa boa parte de seu tempo ao mundo virtual do jogo OASIS. Não apenas ele, todos buscam refúgio ao jogo virtual devido a escassez e a pobreza do mundo real. Quando o criador do jogo, o excêntrico James Halliday (Mark Rylance) morre, ele deixa um desafio: aquele que encontrar o Easter Egg herdará a empresa e meio trilhão de dolares.                 

       Não há ninguém para conduzir a trama, senão Stephen Spielberg. Presente em grande parte da cultura popular, ‘Jogador Nº 1’ é uma enxurrada de referências de filmes e jogos dos anos 80 e 90 causando nostalgia e deleite ao público. São incontáveis easter egg! E por mais agradável seja identificar cada um deles e discutir com um amigo se ele viu Duke Nukem, Tartaruga Ninja ou o Goro. A direção de Spielberg não se sustenta apenas por esses elementos, mas sim na idealização do universo dentro do OASIS.                                                       
 
  Sua câmera registra cada detalhe daquele mundo com planos abertos, tomadas aéreas,  cores vivas e acompanhando ótimas sequencias de ações. Vide na corrida de carros, onde a câmera segue a ação e posiciona no centro da dinâmica capturando o caos em grande escala, sem deixar de lado as mais nostálgicas referências. Já o outro mundo, a realidade; as paletas de cores acinzentadas reforçam o sofrimento e a indigência no local provando o OASIS o refúgio perfeito.         
                                     
  Apesar desse ótimo apuro técnico de Spielberg transitando muito bem os dois mundos na rápida edição,  um glamouroso efeito visual e usando o 3D a seu favor. Seu roteiro não está preocupado em realçar a mensagem do virtual x real, e no desenvolvimento de seus personagens. Em conseqüência, pouco se conhece o motivo desse futuro distópico e Wade Watts, sua melhor amiga e James Halliday são figuras básicas, mas o suficiente para o público torcer por eles. Mérito vai para Ben Mendenssol fazendo um ótimo vilão manipulador e perverso.                 

   Falando um pouco mais sobre os diversos easter egg na trama. Não será apenas em imagens que o público irá fisgar, mas também na música. A trilha sonora de Alan Silvestri é também nostálgica e fornece elementos icônicos do passado, porém em certos momentos narrativos, essas referências são expositivas.                                              

  ‘Jogador Número 1’ não se preocupa em reforçar sua mensagem diante da dicotomia dos dois mundos e por ser mais expostivo do que precisa ser. Mas merece ser visto da maior tela de sua cidade pelo seu ótimo valor de entretenimento e por apresentar as mais variadas referências da cultura pop. 


NOTA: 8,0

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