Assistir
a Ricardo Dárin é sempre um privilegio. Somando atuações incríveis em sua
carreira, o grande ator mais uma vez repete uma performance brilhante e retoma
a parceria com o diretor espanhol Cesc Gay para viver com maestria o
protagonista Julian tornando do simples ‘Truman’, um grande filme.
A
trama acompanha o reencontro dos melhores amigos Julian (Ricardo Dárin) e
Thomas (Javier Cámara). Inquilino em Madrid, o ator argentino Julian é
diagnosticado com câncer terminal e resolve interromper o tratamento e aguardar
pela morte. Seu amigo tenta convencê-lo a seguir a prescrição, mas sem
argumentos, resolve dedicar a sua visita a lembrar dos velhos tempos e se
despedir.
A
história não seria a mesma sem Dárin e Cámara. Por mais simples e delicada que
seja a história, ambos oferecem uma enorme força a narrativa diante de suas
belíssimas atuações. Com personalidades bem distintas, Dárin está excelente na
pele de Julian remetendo o autocontrole e a liderança em sua vida mesmo estando
próximo de sua morte. Méritos também para Cámara compondo de forma sutil seu
personagem Thomas servindo como o braço direito para Julian.
Apesar de o filme desenrolar de maneira sutil,
o ritmo é lento e torna a história arrastada contando com certos diálogos
enfadonhos e tornando os 110 minutos desgastes. Porém, o roteiro assinado pelo
próprio cineasta e Tomas Aragay trata o melodrama com certo humor, que além de
funcionar muito bem, não torna o filme um dramalhão.
Com um enredo suave narrando a despedida de Julian, a trama
pode soar entediante para alguns espectador. Mesmo assim, ‘Truman’ conta com
uma fotografia limpa valorizando os belos cenários de Madrid e uma linda trilha
sonora, porém são as ótimas atuações de Dárin e Cámara que faz o longa valer a
pena, sem eles o filme seria mais do mesmo.
NOTA: 6,6
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