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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Crítica - 'Uma Rua Chamada Pecado (1951)'


     É incrível em como ‘Uma Rua Chamada Pecado (1951)’ revolucionou e entrou para a história do cinema. Em uma década onde a forte censura marcou Hollywood, muitos filmes foram proibidos e retidos de circulação, porém  ‘Uma Rua Chamada Pecado’ mostrou sua genialidade logo de cara driblando grande parte das produções abordando temas pesados e delicados que são questionados até nos dias atuais.          

     O precursor para tamanho méritos da produção marcando a vida de milhares de pessoas em seus textos literários foi Tennesse Williams. Sua adaptação para o cinema de sua peça teatral ‘Um Bonde chamado Desejo’ é consagrada uma das melhores da história e com o projeto nas mãos do cineasta Elia Kazan, a direção, o roteiro, as atuações, a fotografia, trilha sonora e a direção de arte, simplesmente beira a perfeição.    

   Na trama, a icônica personagem Blanche Dubois (Vivien Leigh) viaja para visitar sua irmã Stella (Kim Hunter) alegando estar de licença do emprego de professora e acaba ficando por meses. Durante seu período, Blanche assusta-se com os modos grosseiros de seu cunhado Stanley (Marlon Brandon) e acaba por interferir na relação de sua irmã causando desavenças. Em contrapartida, Stanley a provoca até descobrir toda a verdade por trás de seu passado.

  Quando se fala de ‘Uma Rua Chamada Pecado’ é importante frisar a coragem em sua época de tratar assuntos delicados que soam até hoje. Em um mundo onde os fundamentos machistas estão em pauta, é incrível como em 1951 o filme apresentava a luxúria e as fantasias femininas, além de nas entrelinhas da trama o homossexualismo estar presente. Não é a toa que através desse filme houve uma inovação em termos de roteiro e atuação.                  

   Até porque Vivien Leigh e Marlon Brandon dão um show de interpretação. Assim como nas peças de Williams, o cineasta Kazan conduz a trama concedendo maior destaque aos personagens. Em conseqüência, os ótimos monólogos teatrais realizados por Leigh apresentando a insegurança e as emoções da personagem; sua atuação é a combinação perfeita do mundo do teatro e do cinema.

    Já Brandon revolucionou o conceito artístico de Hollywood em seu papel criando várias camadas em seu personagem de troglodita, impiedoso, ríspido e ao mesmo tempo condolente e sensual, sendo a interpretação mais imitada do universo.  Juntos Leigh e Brandon realizaram uma das melhores atuações femininas e masculinas da história do cinema.              

      Com uma direção inteligente escolhendo cenários claustrofóbicos e uma tensão definida por todos os personagens, adicionando movimentos de câmera guiando os olhos do espectador. ‘Uma Rua Chamada Pecado (1951)’ é uma obra-prima e obrigatório para todos os artistas e fãs de cinema.


NOTA: 10


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