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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Crítica - 'Casablanca (1942)'


    Há quem conteste, mas ‘Casablanca (1942)’ é um dos melhores filmes da história do cinema. Vivendo inúmeros problemas durante sua produção antes de ser concluído, sem pretensões, é incrível como o filme revolucionou o conceito de roteiro mesmo repleto de chavões e personagens arquétipos, tornando-se referência até nos dias atuais.                    

   No cenário da segunda guerra mundial, Casablanca é uma região localizada em Marrocos, local utilizado por vários europeus como rota de fuga. Lá, Rick Blaine (Humphrey Bogart), um americano mordaz e cínico, mantém seu badalado estabelecimento Rick’s Café. Quando certo dia um casal pede ajuda para deixar o país, ele reencontra o grande amor de seu passado, a encantadora Ilsa Lund (Ingrid Bergman) reacendendo a paixão entre eles.        

   Filmado quase todo em sequência, isto é, prosseguindo os acontecimentos da trama. Explica o motivo de tantas dificuldades superadas para ‘Casablanca’ figurar entre os grandes da história na excelente liderança do cineasta Michael Curtiz. Aqui, o trabalho magistral de Curtiz foi conduzir com seriedade e sutileza um romance convencional e improvável sob o plano de fundo da segunda guerra sabendo utilizar os clichês a seu favor e principalmente, emocionar o espectador.                 
     
   Não só isso, aqui o diretor encontra o tom perfeito para inserir o drama, o romance, o humor e a história, além de entregar um material riquíssimo em diálogos e personagens bem construídos. Todos os recursos utilizados, desde a narrativa em off aos movimentos de câmera, somados a uma incrível fotografia denotando de forma significativa os contrastes do preto e branco, é muito bem formulado conseguindo de maneira genial resolver os problemas envolvidos na produção.      
   
   Com personagens eminentes, ‘Casablanca’ quebrou o modelo do cinema ao colocar grandes atores da época em papeis secundários. Assim foi com o ótimo ator Paul Henreid na pelo do politizado Victor Laszlo, responsável pelos problemas de Rick Blaine e fundamental para que a trama prosseguisse.          

   Mas quem está realmente excelente é Humphrey Bogart, os nuances de seu personagem antes de depois de ser esquecido por Ilsa é impecável, seja pelo seu olhar, movimentos corporais e em suas entonações. Conseguindo transmitir em Ilsa uma mulher dividida entre dois amores, na performance excepcional de Ingrid Bergman – injustiça no Oscar.                                  
   Com atuações marcantes em personagens bem desenvolvidos em meio a diálogos inesquecíveis comovendo todos os espectadores, o filme superou e ousou. Mesmo após muitos anos, ‘Casablanca (1942)’ sempre será uma das melhores histórias de amor e sacrifício já contadas na história do cinema com seu final audacioso quebrando os paradigmas dos filmes de romances que ecoam nos dias atuais.


NOTA: 10


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