Estreias

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Crítica - 'Esquadrão Suicida'


   Polêmica! Após conquistar grande parte do público, principalmente os fãs da DC devido ao seu material de marketing apresentando anti-heróis carismáticos, revivendo vilões icônicos da história do cinema em meio a muita ação e nostálgicas canções, ‘Esquadrão Suicida’ foi massacrado pelos críticos especializados. E sejamos sensatos, infelizmente temos que concordar com eles!      

   Antes de qualquer comentário, varias notícias sobre os problemas envolvidos na produção do filme tomaram conta da internet nos últimos dias. Com a repercussão do fraco ‘Batman VS Superman – A Origem da Justiça’, o estúdio perdeu a confiança no material que tinha em mãos. Em conseqüência, ‘Esquadrão Suicida’ não apenas expõe a falta de planejamento e controle do estúdio, mas sim um filme cheio de cortes e vestígios de seu potencial.  Mas vamos deixar isso de lado, e comentar minha visão.

   Após os eventos ocorridos em ‘Batman VS Superman – A Origem da Justiça’, o governo americano resolve aceitar a ousada proposta de Amanda Waller (Viola Davis), a fim de conter novas ameaças do Apocalypse. Tal proposta é recrutar uma série de temidos criminosos em troca de redução em suas sentenças.    

   Dirigido e roteirizado por David Ayer, o cineasta soube trabalhar com competência momentos de alta tensão, escreveu diálogos afiados, e traz um ótimo primeiro ato. Tudo é bem organizado apresentando todos os criminosos em um bom trabalho de flashbacks levando as situações em que se encontram. Tudo em meio às cenas intensas e empolgando todo o seu publico.      
            
   O grande mérito do filme é o convívio de seu elenco. A dinâmica do grupo nunca perde energia, e suas relações são interessantes. Os problemas começam a ficar visíveis quando a trama foca apenas no personagem do pistoleiro (Will Smith) e a Arlequina (Margot Robbie) e não no Esquadrão Suicida. Nunca vemos um time em tela.    


    Conhecido pela boa parte do público, Will Smith é o ator que tem maior tempo em tela, transmite toda a carga dramática de seu personagem e protagoniza ótimas cenas de ação. E Margot Robbie rouba a cena com suas loucuras, sensualidade e com um ótimo timing cômico – além de seu flashback ser o momento mais interessante da trama ao apresentar sua relação com o Coringa. E não podemos esquecer a incrível Viola Davis em sua personagem cruel, inteligente e humilhando todos que contracenam com ela.

   Com poucas falas Bumerangue, Crocodilo e Katana são poucos explorados e não adiciona nada a trama.  Já o Diablo apresenta uma história interessante sobre seu passado, porém o mau trabalho da edição e a superficialidade do roteiro não entregam o peso narrativo necessário ao filme. Já Joel Kinnaman está ótimo concedendo uma forte presença de sua autoridade.                      



   Outro grande problema é a vilã, a Magia. Cara Delavigne está simplesmente horrível e prejudica, muito, o filme.      
 
   E então chegamos nele... O Coringa. Esperados por muito, o icônico personagem pouco aparece na produção e não possui material suficiente para conhecer o mais novo Coringa interpretado pelo ótimo ator Jared Leto (o próprio ator disse que muitas cenas foram cortadas), dispensando assim qualquer comparação com Heath Ledger ou Jack Nicholson.

    Deixando de lado os personagens e voltando a narrativa. Com um ótimo primeiro ato, o filme começa a se perder na metade do segundo ato caindo nos velhos clichês. Apesar de divertido e trazer algumas cenas de ação empolgantes, o roteiro manipula as emoções do publico, ao invés de atrair.     

    A partir daí, todos os acontecimentos inseridos na trama começa a virar uma bagunça. Os flashbacks vêm e vão, e o jogo de edição é horroroso. Cheio de falhas, erros grotescos de continuidades (exemplos são as piadas entremeadas para aliviar a tensão), e cheio de cortes bruscos nas cenas de ação.

   Seguindo os mesmos defeitos, (como em ‘Batman VS Superman’) a fotografia escura e o excesso de CGI continuam, e o 3D é dispensável. Ao menos, não temos nada a criticar do bom trabalho do design de produção e da incrível seleção musical.  

    Valendo-se por um bom entretenimento, um ótimo primeiro ato, e o carisma de seu fortíssimo elenco, ‘Esquadrão Suicida’ é desperdício de um grande potencial ao inserir vários episódios de forma superficial resultando em uma bagunça previsível e vendeu-se do seu falso material de marketing.  


NOTA: 5,5

Um comentário :

  1. É muito triste ter que concordar com cada palavra! =( Bela análise. Falou o que eu estava pensando.

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