A
ironia presente em ‘Amor e Amizade’ coloca o filme entre os melhores do ano. Parece
metáfora dizer isso quando a palavra “ironia” consagrou a escritora inglesa
Jane Austen ao descrever seus personagens desconstruindo os romances datados de
sua época. O filme esperto baseou em seu material, ‘Lady Susan’.
A
trama acompanha a belíssima recém viúva Lady Susan (Kate Beckinsale) que vai
buscar refúgio na fazenda dos antigos cunhados, onde decide arranjar marido
para si e um bom pretendente para sua filha, Frederica (Morfydd Clark).
Escrito
no fim do século XVIII, o filme chama atenção por satirizar sua sociedade,
evidenciando seus elementos datados e conservadores se comparar a mulher de seu
século e a atual. Em cima disso, o diretor Whit Stillman mostra-se comprometido
com o material fonte aproximando os valores antiquados e modernos desconstruindo
os romances clássicos de época por fugir do convencional.
E o
resultado é excelente. Stillman impõe um ritmo agradável tornando o filme leve,
subversivo, atraente, engraçado e trabalhando com maestria o forte contrassenso
da mente de todos os personagens. A sinopse parece ser simples, mas a trama
apresenta inúmeros personagens com personalidades marcantes reforçados nas
excelentes atuações do seu elenco, onde todos conquistam seu espaço na tela sendo
relevantes e apreciados pelo público.

Quem
também está ótimo é o ator Tom Bennett (o pretendente, Sir James Martin)
entregando o personagem mais engraçado do ano.
A atriz Morfydd Clark e o ator Xavier Samuel (o apaixonado Reginald
DeCourcy), também estão excelentes em seus papéis. Apesar de pouco tempo em
tela, a Lady Lucy Manwaring rouba a cena quando aparece trazendo boas cenas
dramáticas, assim como o ótimo ator Stephen Fry.
Com uma fotografia
dourada, clara e nítida e um desing de produção primoroso realçando a aristocracia
do local. ‘Amor e Amizade’ fez tudo perfeito para presentear o ano de 2016. Um
filme que vemos com um sorriso no rosto durante toda sua projeção.
NOTA: 9,0
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