Estreias

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Crítica - 'O Sexto Sentido'


  ‘O Sexto Sentido (1999)’ redefiniu o gênero suspense sagrando-se entre os melhores. Em uma época pouca inspirada em Hollywood, o suspense não era mais o mesmo, em virtude de seguir a mesma cartilha de outros tantos filmes e vivendo de saudosismo dos grandes clássicos de Hitchcock. Foi quando, M. Night Shyamalan deu as caras ao roteirizar e dirigir um dos melhores filmes do gênero da história do cinema.       

    Com um roteiro original, Shyamalan contou com o ator Bruce Willis para viver Malcolm Crowe, um renomado psicólogo e dedicado no caso da perturbada criança Cole Sear (Haley Joel Osment). O garoto, de 8 anos, vive em constante medo por causa de seu misterioso segredo, por outro lado, Malcolm busca se recuperar de um trama sofrido anos antes, quando um de seus pacientes tentou se suicidar.          

    O filme colocou de vez o nome Night Shyamalan no hall da fama. Aqui o cineasta (dos futuros ‘Corpo Fechado’, ‘Sinais’ e ‘A Visita’) carimbou sua marca no gênero apresentando sua autoria, em seu melhor trabalho da carreira em uma trama instigante reservando um dos melhores finais de todos os tempos.      

    Todos os recursos utilizados por Shyamalan em ‘O Sexto Sentido’ passa também a ser visto em seus filmes vindouros. A parte técnica composta por uma fotografia lúgubre e bem planejada pelos ótimos enquadramentos, nas melhores tomadas. O trabalho sutil com a câmera na mão lidando com planos-sequencias e a panorâmica, os cortes sobrepostos e largos, o muito uso de contra-planos, e as músicas sempre no tempo certo. São algumas das aptidões marcantes do diretor para criar um clima completamente assustador.                

   Não apenas isso, Shyamalan consegue acrescentar um ótimo drama em meio ao suspense e extrair as melhores atuações de seu elenco. Aqui, Bruce Willis entregou a melhor atuação de sua carreira tornando-se um grande parceiro do diretor (ambos trabalharam juntos em ‘Corpo Fechado’). Mas quem definitivamente roubou a cena foi o garoto Joel Osment vivendo com perfeição um garoto perturbado guardando um grande segredo que virou a se tornar um bordão - “I see dead people”.              

   O prodígio também transferiu uma ótima carga dramática à trama, visível nos últimos minutos do filme quando contracena com sua mãe dentro de um carro ao falar a respeito de sua avó. As atrizes Toni Collette e Olivia Williams estão excelentes dentro de seus papeis diante da proposta da narrativa.              
    O roteiro impecável e muito bem construído mudando significativamente o tom do filme para entregar um final excelente, consolidando a marca do diretor pelas suas reviravoltas.  ‘O Sexto Sentido (1999)’ entrou para história do cinema notabilizando-se como um dos melhores suspenses e pelo seu roteiro.

NOTA: 10




                  

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