Adaptar
obras de Stephen King é um desafio para qualquer um. O mestre do horror sempre
foi influente na sétima arte por originar verdadeiras obras-primas, mas nem
sempre suas adaptações agradaram grande parte do público. Vide recentemente em
‘A Torre Negra’, e os fraquíssimos ‘A Good Mariage’, ‘Mercy’ e ‘Cell’. Eis
então que um de seus principais trabalho da carreira dignifica seu talento, o
prestigiado ‘It: A Coisa’.
Em
1984, na pacata cidade de Denny, sete adolescentes formam o chamado ‘clube dos
perdedores’ com o propósito de descobrir quem está por trás da série de
desaparecimento de crianças. Para isso, todos eles têm que enfrentar as
dificuldades de seus respectivos cotidianos e confrontar frente a frente com o
responsável pelos crimes, o palhaço Pennywise (Bill Skarsgard).
Há
quem se engane que ‘It: A coisa’ é um filme exclusivamente de terror. O grande
mérito da direção de Andrés Muschietti (do fraco ‘Mama’) foi justamente mesclar
diferentes gêneros colocando como plano de fundo o horror. Drama, comédia e predominando
a aventura através do vínculo com os setes adolescentes, Muschietti prevalece o
tratamento e a amizade das crianças explorando perfeitamente os dramas pessoais
de cada um e, conseqüentemente, conquistando a empatia do público.
Por
essas e outras, ‘It: A Coisa’ não se resume a um palhaço assassino. Muschietti soube
colocar no momento chave Pennywise em tela encontrando a dose certa em
concentrar a essência de seu roteiro na interação com o “clube dos perdedores”,
para posteriormente criar um ambiente sombrio envolvendo um deles. Não só isso, o diretor encontrou o tom
perfeito para mesclar o humor do terror entregando cenas engraçadas e, com
certeza, assustadoras.
Porém,
alguns podem sair decepcionados pelo filme não apresentar memoráveis cenas
aterrorizantes. Parte disso se deve ao fato de Muschietti quebrar a tensão com
o humor, utilizar repetidamente o mesmo recurso quando o palhaço ataca e pela
trilha sonora adiantar o
próximo passo em tela; o silêncio muito vezes é mais intimidante.
Falando
em assustador, Bill Skarsgard entrega uma atuação intensa na pele do palhaço
Pennywise criando um antagonista memorável, seja pela sua fisicalidade e na sua
voz despojada de causar calafrios. E as crianças são um show de carisma! Richie
(Finn Wolfhard, de “Stranger Things”) rouba a cena em seu personagem tagarela,
sarcástico e conquistando a graça do espectador com suas piadas.
Bill
(Jaeden Lieberher) convence como o líder do grupo e por não supera a perda de
seu irmão caçula. Beverly é a mais expressiva da turma e enfrenta o drama pessoal mais pesado na
trama, grande méritos para a atriz Sophia Lillis. Não podemos também deixar de
mencionar a forte presença do ator Nicholas Hamilton na pele do perverso Henry
Bowers. Temos também o gordinho Ben (Jeremy Ray Taylor), Stanley (Wyatt Oleff),
Mike (Chosen Jacobs), porém estes são personagens unidimensionais.
Cada um
deles tem suas personalidades, suas histórias e seus medos. Assim entra o
grande mérito do roteiro: explorar cada um deles envolto de uma trama muito
mais chocante do que o próprio palhaço. Lidando com temas pertinentes de nossa
sociedade, que vão desde ao bullying até a pedofilia. Em conseqüência, as
crianças procuram consolo uma nas outras reforçando o significado da amizade.
‘It: A
Coisa’ é muito mais do que um filme de palhaço assassino, mas sim uma grande metáfora
sobre amadurecimento, sobre a superação do medo e o quão atroz pode ser o humano
NOTA: 8,2
Acho que é um dos melhores filmes que fizeram. It: A coisa o filme é minha história favorita de Stephen King, acho que o novo Pennywise é muito mais escuro e mais assustador, Bill Skarsgård é o indicado para interpretar o palhaço. Os filmes de terror são meus preferidos, evolucionaram com melhores efeitos visuais e tratam de se superar a eles mesmos. Eu gosto da atmosfera de suspense que geram. It tem protagonistas sólidos e um roteiro diferente. O clube dos perdedores é muito divertido e acho que os atores são muito talentosos. Já quero ver a segunda parte.
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