Estreias

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Crítica - 'Sua Melhor História'



  O que seria uma história sem um grande roteirista? Independente dos movimentos cinematográficos marcantes em suas respectivas épocas, os verdadeiros autores foram aqueles que sempre buscaram a autenticidade e originalidade para enaltecer a obra. Nesse contexto, ‘Sua Melhor História’ apresenta a força dos roteiristas da década de 1940 na indústria cinematográfica britânica.               

   Durante a “London Blitz” de 1940, a trama acompanha a luta da roteirista Catrin (Gemma Arterton) em conciliar sua vida amorosa e seu reconhecimento no trabalho. Junto com seu companheiro de trabalho, Buckley (Sam Claflin) e uma equipe de filmagem britânica, eles buscam criar uma história capaz de levantar os espíritos da nação e inspirar a América a participar da guerra.    

    Para quem gosta de ver como os filmes são produzidos, ‘Sua Melhor História’ é um prato cheio. É um filme sobre fazer filme. Nesse divertido e trágico ambiente, a direção de Lone Scherfig (conhecido por filmes medianos como ‘The Riot Club’ e ‘Um Dia’) manipula com primor a aparência da realidade, o alivio do reconhecimento, encontrando assim o equilíbrio perfeito entre o humor e drama, e a transição de momentos triunfantes e de tragédia. O amor, a diversão, a guerra, a morte e o valor do cinema estão todos presentes na produção.        

   Tais elementos engrandecem ainda mais o filme dentro de um filme. Conhecendo os nossos heróis Catrin e Buckley postos a criar uma história emocionante e influente para a nação, o roteiro realça em como a indústria cinematográfica britânica infundiu suas produções com propagandas sensíveis para reforçar o patriotismo e influenciar a narrativa internacional. Como também a integridade de seus personagens. Em conseqüência, passamos a simpatizar pelos protagonistas envolto de um subtexto rico.
 
  A contribuição da mulher no cenário cinematográfico, o tamanho valor dos roteiristas em um filme, a inventividade criada em fatos reais, a seleção do elenco e a preparação do ator; tudo isso está presente nesse subtexto alegórico representado de forma divertida e leve em ‘Sua Melhor História’. Sem contar o bom trabalho técnico de Scherfig em distinguir o filme dentro do filme, e retratar com perfeição a época dos anos 40 e o caos durante a London Blitz.   

  Agora chegamos ao ponto mais forte de ‘Sua Melhor História’, as atuações de Gemma Arterton, Sam Claflin e  Bill Nighy. A interpretação de Arterton prende a atenção do público emocionalmente e sentimos junto com ela todo seu esforço, dedicação e principalmente a perda. Sem dúvidas, é uma das melhores atuações femininas no ano. Sam Claflin está irreconhecível depois de ‘Como Eu Era Antes de Você’ e muito bem na pele do roteirista sério, preciso, mas de bom coração. E Nighy comanda a admiração do espectador a cada momento em frente à câmera pela sua confiança e autoestima.                    
    
   ‘Sua Melhor História’ tem muitas camadas em que muito delas são muito bem exploradas e outras nem tanto, mas sua riqueza ao explorar o valor do cinema, a influência dos roteiristas e as motivações dos personagens. Tem total fascínio aos olhos do público.                           
 

    NOTA: 7,9


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