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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Crítica - 'Annabelle 2: A Criação do Mal'


  ‘Annabelle 2: A Criação do Mal’ supera o enorme fracasso de seu precursor. O principal motivo para tamanho êxito foi claramente a mudança da direção passada para o sueco David F. Sandberg (conhecido pelo bom ‘Quando As Luzes Se Apagam’). Mesmo com um roteiro previsível para o gênero, Sandberg conseguiu elevar ‘A Criação do Mal’ valendo sua recomendação.   

    Servindo-se como um prequel do primeiro ‘Annabelle’, a trama acompanha a chegada de uma freira e várias meninas desalojadas de um orfanato a casa de um habilidoso artesão de bonecas. Durante a estadia, as pequenas crianças Bee (Samara Lee) e Linda (Lulu Wilson) desobedeça uma das regras da casa e passam a ser atormentadas pela figura amedrontadora na boneca de Annabelle, criação do artesão.                  

   A direção assinada por David F. Sandberg fez de tudo do que se espera de um filme de terror/suspense. Aqui, ele é cauteloso para criar um clima sombrio desenvolvendo sua atmosfera sem pressa de querer causar sustos baratos e prevalecendo a amizade das pequenas protagonistas. Dessa maneira, ‘ A Criação do Mal’ consegue fazer o que muitos filmes do gênero não consegue: fazer o espectador torcer pela dupla Bee e Linda.                     

   Outro ponto, é a forma como Sandberg brinca com as imagens mesmo com um roteiro raso. O uso de enquadramentos provocativos, o completo silêncio e a manipulação do ponto de vista do espectador por meio de distorção de focos, acentuam o terror nas cenas. Sobretudo pelo seu ótimo trabalho de iluminação sabendo justamente compor o cenário deixando um lado escuridão total e do outro uma simples lâmpada acessa.    

   Entretanto, ‘Annabelle 2’ ainda não possui sua própria identidade por utilizar um emaranhado de recursos já utilizados por outros filmes do gênero. Em conseqüência, as cenas de maior tensão podem ser conhecidas pela grande parte do público, além de contar com certas facilitações narrativas visto na maioria dos filmes, como “não abra essa porta, pois tem uma boneca do mal lá dentro” ou “Por que está assim? Como está a sua irmã?”.        

  Mesmo com um roteiro familiar e abusando dos clichês do gênero, o cineasta Sandberg soube utilizá-lo a seu favor colocando ‘A Criação do Mal’ um patamar acima da maioria dos filmes de terror encontrado nos dias atuais.


NOTA: 6,9

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