‘Atômica’
demonstra novas facetas pouco exploradas no subgênero dos filmes de ação:
aqueles dirigidos por ex-dublês. Em outras palavras, David Leitch estreou em ‘De
Volta Ao Jogo’ (ou também afamado por muitos como ‘John Wick’) ao lado de Chad
Stahelski, porém sua participação não foi creditada levando-o a seguir seu
próprio rumo mostrando como deve ser feito cenas de combate impressionantes.
Inspirado
na graphic novel ‘Atômica: A Cidade Mais Fria’, de Antony Johnston e Sam Hart.
A trama acompanha Lorraine Broughton (Charlize Theron), uma agente do MI6,
enviada a Berlim Ocidental, dias antes da queda do Muro, na missão de recuperar
uma lista de todos os agentes ocidentais e seus disfarces nas mãos de um espião
russo. Para ajudá-la, ela conta com o espião inglês David Percival (James
McAvoy) e francesa (Sofia Boutella).
Seguindo
padrões clássicos dos filmes espionagem/ação, o cineasta David Leitch recorre
algo raro visto no gênero: a mulher como protagonista. E nada mais justo colocar a atriz mais badass
de Hollywood comandando uma trama frenética e impulsiva, Charlize Theron. Depois
de ‘Aeon Flux’, ‘Hancock’ e ’Mad Max’, Theron definitivamente tomou o posto de
fodona na indústria cinematográfica e transmite perfeitamente a dualidade de
sua personagem como espiã e uma lunática capaz de matar todos a sua frente.
Se
ela é a grande estrela em ‘Atômica’, David Leitch também merece destaque atrás
das câmeras. Imprimindo um ritmo ágil com ação atrás de ação, o cineasta transpõe
com eficiência a atmosfera pulsante do imagético descomedido no forte contraste
do azul e vermelho representando a dualidade da protagonista. E como hábito de
leitch, as cenas de ação são incrivelmente coreografadas em sintonia com a
trilha sonora energética ditando o ritmo do filme.
Mas
em termos de narrativa ‘Atômica’ não oferece nada de inovador. Os atores
secundários formados por bons nomes como James McAvoy, John Goodman e Sofia Boutella ficam preso a apenas uma
personalidade, as inúmeras reviravoltas são previsíveis e cenas de ação jogadas
na trama apenas para justificar um
argumento. E por representar um grande marco história, o filme não oferece
nenhum questionamento político ou social.
Mesmo sem
uma grande narrativa que busca representar a dicotomia presente na época, ‘Atômica’
não busca embasar esses temas, mas sim entreter seu público com boas cenas de
ação e uma Charlize Theron quebrando tudo.
NOTA: 6,9
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