Estreias

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Crítica - 'My Cousin Rachel'


    Grande parte das obras da escritora britânica Daphne du Marrier foram adaptadas para o cinema. Para quem é pouco familiarizado, os clássicos ‘Os Pássaros (1963)’, ‘Rebecca’ e ‘Jamaica Inn (1939)’ adaptados por ninguém menos que Alfred Hitchcock, são de sua autoria. Especialista em romances e mistérios, ‘Eu Te Matarei, Querida’ comprova a aptidão da autora nesses dois elementos, mas nas telas do cinema o cineasta Roger Michell não fez jus a tamanha qualidade de Marrier.                   

   ‘My Cousin Rachel’ (do original)  conta a história do jovem órfão Philip (Sam Claflin) que passa a suspeitar de sua linda e misteriosa prima Rachel (Rachel Weisz) pelo assassinato de seu tutor Ambrose. Em meio a encantos e mistérios, Philip fica cada vez mais confuso sobre suas intenções.             

    Não demora muito para a premissa instaurar de vez na tela. Tudo acontece muito rápido no primeiro ato, os principais detalhes na trama são apresentados de maneira apressada dificultando o entendimento do espectador e uma maior empatia pelos personagens. Em conseqüência, os principais elementos da construção narrativa não sustentam o segundo ato arrastado da produção.           

   Devido a direção de Roger Michell  não explorar gradativamente a essência da adaptação, o segundo ato poderia ter dez minutos a menos e o terceiro ato menos apressado. Mas a chegada do último ato muda o tom da trama com uma maior presença do suspense sobre a verdadeira personalidade de Rachel. Assim, brilhou a atuação de Rachel Weisz desnorteando a visão do espectador sobre a real intenção de sua personagem.        

  Quem também está excelente é o ator Sam Claflin (‘Como Eu Era Antes de Você) e, quando divide a tela com Rachel Weisz, ambos concedem uma forte carga dramática e se destacam como uma das melhores atuações do ano até o momento. No elenco também temos Iain Glen (o Jorah Mormont de ‘Game Of Thrones’), Holliday Grainger (‘Cinderela’) e Simon Russell Beale, todos muito bem diante da proposta da produção.                     

   Mesmo com um ótimo design de produção, uma fotografia luxuosa remetendo a prevalência de um drama de época a um suspense, e um casal de atores excelentes, ‘Eu Te Matarei, Querida’ não consegue se sustentar pelo seu  fraco e previsível roteiro.


 NOTA: 6,2
           

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