Estreias

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Crítica - '1922'


   Stephen King tem motivos de sobra para estar contente com suas adaptações no cinema e na TV no ano de 2017. A começar pelo enorme sucesso de bilheteria em ‘It: A Coisa’, seguido pela elogiadíssima adaptação ‘Jogo Perigoso’ tanto pelo público quanto pela crítica. Na TV a excelente série Mr. Mercedes confirmou a segunda temporada para 2018. E quem pensou que não teríamos mais nenhuma obra do escritor, ‘1922’ confirma a boa fase carregando o selo da produtora Netflix.      

    Confesso que ‘1992’ é meu conto favorito de King no livro ‘Escuridão Total Sem Estrelas’, lançado em 2010. Na trama, o patriarca e fazendeiro Wilfred James (Thomas Jane) decide assassinar sua própria esposa Arlette (Molly Parker) com a ajuda de filho Henry (Dylan Schmid), a fim de solucionar seu problema financeiro.                

   A direção assinada por Zak Hilditch transforma ‘1992’ um filme retroativo através das confissões redigidas do protagonista Wilfred James. Dessa maneira, Hilditch conseguiu extrair a essência do longa-metragem: as conseqüências do assassinato e não o assassinato em si. Conseqüentemente, os efeitos do ato mordaz têm muito mais impacto narrativo incrementando o arco do protagonista em relação à causa.                              
 
    Por essas e outras, o ritmo do filme não se mantêm constante ao longo da projeção oscilando em altos e baixos. Enquanto o primeiro ato é apresentado de forma apressada até o grande ápice da trama, o segundo ato se torna mais prolongado do necessário e ‘1922’ entrega cenas pouco surpreendentes para quem conhece o livro. Exemplos, a cena da morte da esposa de Wilfred, a presença pouco assustadora de Arlette e o sentimento de culpa do filho Henry é pouco explorado. 

   Em contrapartida, o arco construído pelo protagonista antes e depois da morte é transmitido com perfeição na atuação de Thomas Jane. Dentro dele, vemos um homem frio, calculista e perverso tomando conta de seu espírito e sempre alegando todos os fatos de seu filho. Já Dylan Schmid não oferece nenhuma carga dramática quando é imposto, mas no elenco de apoio Molly Parker e Neal McDonought estão ótimos mesmo em pouco tempo de tela.                      
             
  Com toques interessantes de Zak Hilditch em conduzir a narrativa extraindo a verdadeira essência do conto e entregando cenas fortes/desagradável mesmo que por alguns segundos. Fiel a obra original, ‘1922’ deve agradar bastante os fãs do livro com exceção de seu final.       


NOTA: 7,2

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