A
clássica estrutura narrativa de repetir o mesmo dia infinitamente marcou a
década de 90, e vem dando as caras em 2017. Só esse ano, dispusemos os fraquíssimos
‘Antes Que Eu Vá’, o suspense ‘2:22 – Encontro Marcado’ e o besteirol ‘Naked’
que partiram dessa premissa, mas sem uma única inovação e tornando o gênero
abatido. Eis que surge ‘A
Morte Te Dá Parabéns’ para tirar esse gosto amargo deixado por esses
filmes.
A
trama acompanha os passos da adolescente
Tree (Jessica Rothe) desde o susto de acordar na cama de um desconhecido
até a sua festa surpresa de aniversário. Porém em meio a esse caminho, ela
precisa descobrir quem é o assassino mascarado responsável pela sua morte e conseqüentemente
por acarretá-la a reviver o mesmo dia.
A
direção assinada por Christopher Landon conseguiu fazer seu melhor trabalho,
após os fracos ‘Atividade Paranormal (2014) e ‘Como Sobreviver a Um Ataque
Zumbi’. Ele conhece o tom de seu filme de não se levar a sério e brinca com
todas as possibilidades que o gênero oferece, sem cair na repetição (problemas
habituado na maioria desses filmes), e sugerindo certa inventividade em
determinadas situações.
Fato
este é comprovado pela excelente montagem sugerindo um ritmo ágil as diferentes
reincidências que a protagonista presencia em seus dramas pessoais. Seja na sua
relação com o colega de quarto desconhecido, suas amigas, o relacionamento de
seu pai e o assassino. Porém, ‘A Morte Te Dá Parabéns’ não convence como um
terror. O cineasta Landon mostrou não saber nada do gênero empregando jumpscares
previsíveis e uma edição horrorosa, impossibilitando qualquer sensação de
perigo e tensão ao espectador.
Em
meio a esse loop infinito e a sua investigação em descobrir o assassino, a
atriz Jessica Rothe está excelente transmitindo muito mais que o próprio filme
propõe. Ela passa por momentos de frustração, agitação, nervosismo, como também
por aceitação, gentileza e comoção (méritos a cena dela junto com o pai).
Fazendo
uma bela menção ao clássico,'Feitiço do Tempo'. ‘A Morte Te Dá Parabéns’ não tem nada de
inovador, apresenta furos de roteiro e um terror de quinta categoria, mas é a
grande surpresa do ano para o gênero por saber não se levar a sério e possuindo
seu valor de entretenimento.
NOTA: 6,7
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