Parece
que as coisas mudaram na DC Comics, não? Se 2016 não foi um ano agradável para
os fãs, não podemos dizer o mesmo para esse. O grande acerto em ‘Mulher
Maravilha’ criou um raio de esperança e espantou os traumas causados pelo
‘Esquadrão Suicida’, evidenciando que esse extenso universo pode gerar grandes
histórias. O caminho foi longo e árduo, mas finalmente a DC encontrou sua
formula em seu projeto mais ambicioso, ‘Liga da Justiça’.
Após
os eventos ocorridos em ‘Batman Vs Superman’, o magnata Bruce Wayne (Bem
Afleck) tenta reunir os indivíduos com superpoderes – Aquaman (Jason Momoa),
Flash (Ezra Miller), Cyborg (Ray Fisher) – com auxilio da Mulher Maravilha (Gal
Gadot). Seu objetivo é reunir um grupo capaz de lidar com as ameaças do Lobo da
Estepe (voz de Ciarán Hinds) e salvar o mundo.
Rever
a ‘Liga da Justiça’ é uma verdadeira nostalgia para aqueles aficionados pelo
desenho. A dinâmica do grupo é o cerne do filme, mas há de se ressaltar a mão
de dois diretores. Enquanto Zack Snyder mantém seu mesmo estilo visual (uso de
cores escuras, transição de cenas lentas /aceleradas e o CGI carregado, especialmente
no último ato com o caos generalizado) e procura mais o autoritarismo e a
seriedade dentro da liga, o cineasta Joss Whedon (não creditado) entrega um tom mais divertido e jovial.
Isto
posto, o seguimento dos eventos, principalmente no primeiro ato apresentando os
personagens não ocorre de maneira fluida, recaindo na desorganizada montagem. Assim
como, o tom do filme não encontrar a harmonia com o visual.
Em
compensação, ambos os diretores valorizaram a boa química dentro do grupo
tornando ‘Liga da Justiça’ um filme mais
leve e divertido, diferenciando outras produções da DC. Parte disso é mérito do
elenco, e também do roteiro assinado por Chris Terrio e Joss Whedon ao inserir três novos personagens
desconhecidos – Aquaman, The Flash e Cyborg –, concedendo espaço para cada um
deles ter seu tempo em tela e aguçar a curiosidade do público para futuros projetos
do universo.
O
grande destaque dos novos personagens é o The Flash servindo como o alivio
cômico na trama, além de ser super carismático. O Aquaman não apresenta uma boa
caracterização, mas Jason Momoa vende bem seu personagem. Já o Cyborg
decepciona ao não representar sua verdadeira personalidade, ora ele está
deprimido, ora ele está pronto para batalhar. Sem contar que seu CGI é
ultrapassado.
Continuando
no elenco, Gal Gadot vem convencendo cada vez mais como ‘Mulher Maravilha’,
mesmo sendo uma atriz limitada. E Ben Affleck vem criando um Batman mais
filantrópico e pé no chão. Mas quando todos eles estão juntos em tela, fãs e
não fãs vão se deleitar com a boa química entre eles e as sequências de ação.
Na
contramão dos nossos heróis, não podemos dizer o mesmo do Lobo da Estepe. Assim
como em muitos filmes de heróis, o vilão continua sendo o grande estorvo das
produções. Com motivações fúteis, diálogos irrisórios e um CGI mais
convencional possível, a decepção pode ser grande para quem viu o Coringa de
Heath Ledger.
Mesmo
com seus erros, ‘Liga da Justiça’ mais acerta do que erra, garante um bom
entretenimento para todos e sugere que a DC finalmente encontrou seu caminho
para o ... sucesso? Assim espero!
NOTA: 7,2
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