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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Crítica - 'Liga da Justiça'


    Parece que as coisas mudaram na DC Comics, não? Se 2016 não foi um ano agradável para os fãs, não podemos dizer o mesmo para esse. O grande acerto em ‘Mulher Maravilha’ criou um raio de esperança e espantou os traumas causados pelo ‘Esquadrão Suicida’, evidenciando que esse extenso universo pode gerar grandes histórias. O caminho foi longo e árduo, mas finalmente a DC encontrou sua formula em seu projeto mais ambicioso, ‘Liga da Justiça’.       

     Após os eventos ocorridos em ‘Batman Vs Superman’, o magnata Bruce Wayne (Bem Afleck) tenta reunir os indivíduos com superpoderes – Aquaman (Jason Momoa), Flash (Ezra Miller), Cyborg (Ray Fisher) – com auxilio da Mulher Maravilha (Gal Gadot). Seu objetivo é reunir um grupo capaz de lidar com as ameaças do Lobo da Estepe (voz de Ciarán Hinds) e salvar o mundo.  

   Rever a ‘Liga da Justiça’ é uma verdadeira nostalgia para aqueles aficionados pelo desenho. A dinâmica do grupo é o cerne do filme, mas há de se ressaltar a mão de dois diretores. Enquanto Zack Snyder mantém seu mesmo estilo visual (uso de cores escuras, transição de cenas lentas /aceleradas e o CGI carregado, especialmente no último ato com o caos generalizado) e procura mais o autoritarismo e a seriedade dentro da liga, o cineasta  Joss Whedon (não creditado) entrega um tom mais divertido e jovial.     

  Isto posto, o seguimento dos eventos, principalmente no primeiro ato apresentando os personagens não ocorre de maneira fluida, recaindo na desorganizada montagem. Assim como, o tom do filme não encontrar a harmonia com o visual.             

  Em compensação, ambos os diretores valorizaram a boa química dentro do grupo tornando  ‘Liga da Justiça’ um filme mais leve e divertido, diferenciando outras produções da DC. Parte disso é mérito do elenco, e também do roteiro assinado por Chris Terrio e Joss Whedon ao inserir três novos personagens desconhecidos – Aquaman, The Flash e Cyborg –, concedendo espaço para cada um deles ter seu tempo em tela e aguçar a curiosidade do público para futuros projetos do universo.     

  O grande destaque dos novos personagens é o The Flash servindo como o alivio cômico na trama, além de ser super carismático. O Aquaman não apresenta uma boa caracterização, mas Jason Momoa vende bem seu personagem. Já o Cyborg decepciona ao não representar sua verdadeira personalidade, ora ele está deprimido, ora ele está pronto para batalhar. Sem contar que seu CGI é ultrapassado.                     
 
  Continuando no elenco, Gal Gadot vem convencendo cada vez mais como ‘Mulher Maravilha’, mesmo sendo uma atriz limitada. E Ben Affleck vem criando um Batman mais filantrópico e pé no chão. Mas quando todos eles estão juntos em tela, fãs e não fãs vão se deleitar com a boa química entre eles e as sequências de ação.     

   Na contramão dos nossos heróis, não podemos dizer o mesmo do Lobo da Estepe. Assim como em muitos filmes de heróis, o vilão continua sendo o grande estorvo das produções. Com motivações fúteis, diálogos irrisórios e um CGI mais convencional possível, a decepção pode ser grande para quem viu o Coringa de Heath Ledger.                     

  Mesmo com seus erros, ‘Liga da Justiça’ mais acerta do que erra, garante um bom entretenimento para todos e sugere que a DC finalmente encontrou seu caminho para o ... sucesso? Assim espero!      



NOTA: 7,2

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